quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Sorgo



O sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é um cereal consumido há muitos anos, principalmente na região da Ásia e África. Atualmente, é o quinto cereal mais produzido no mundo e ocupa o quarto lugar de produção brasileira, sendo que no Brasil, é destinado principalmente ao consumo animal, porém com grande potencial para consumo humano devido ao seu baixo custo e maior resistência a climas secos, além de não exigir uso abusivo de agrotóxicos em seu cultivo, tendo uma produção mais sustentável.

Dentre os benefícios do sorgo para saúde, destacam-se seu teor de fibras, cerca de 6% da sua composição de carboidratos, além de alto teor de compostos bioativos, como as antocianinas. Também é uma boa fonte de vitaminas lipossolúveis, complexo B e minerais, como o zinco. Outros nutrientes são: lipídeos, cerca de 3%; e proteínas corresponde a 11,3%.

Em um estudo cujo objetivo foi avaliar a perda de antocianinas no acondionamento das farinhas de sorgo, Oliveira et al (2015), avaliaram que o armazenamento por 180 dias em refrigeração a 4ºC não traz perdas significativas de antioxidantes. 

Referente a forma de preparo, Cardoso et al (2014) verificaram que a aplicação da cocção em calor seco não reduz o teor de antioxidantes e aumenta vitamina E, diferentemente da aplicação do calor úmido, que levou apenas ao aumento dos carotenoides, mas reduziu os demais compostos antioxidantes. 

Dessa forma, é possível verificar que o sorgo pode ser aplicado ao consumo humano, e com a utilização de corretas técnicas de preparo há preservação de seus nutrientes e antioxidantes, importantes para saúde, e que também podem auxiliar na prevenção e no tratamento de doenças, como as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT).

Outro grande benefício do sorgo é que não contém glúten, diferentemente do trigo, e por isso, pode ser utilizado na dieta de indivíduos com doença celíaca, sensibilidade ao glúten não-celíaca ou outras hipersensibilidades alimentares a essa proteína, podendo ser empregado na produção de biscoitos, massas, pães, bolos, entre outros.  

Infelizmente, no Brasil, ainda não é possível achar com facilidade o grão, farinha, ou produtos à base de sorgo e o maior desafio é tornar este cereal mais conhecido, fazendo com que aumente a procura da população, para que possa aumentar a oferta, além de criação de políticas que incentivem a produção do grão para consumo humano.







Texto elaborado por: Carolina Favaron

Formada em nutrição pelo Centro Universitário São Camilo (2010) e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional, pela VP Consultoria Nutricional (2013). É nutricionista do departamento de conteúdo da Natue e realiza atendimentos em consultório particular. 

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

CARDOSO, L de M. et al. Effects of processing with dry heat and wet heat on the antioxidant profile of sorghum. Food Chem. 2014; 152: 210-7.

OLIVEIRA, K.G. et al. Estabilidade de antocianinas durante o armazenamento da farinha de sorgo. Trabalho apresentado no 5º Simpósio de Segurança Alimentar, Alimentação e Saúde, 2015.

QUEIROZ, V.A.V. et al. Potencial funcional e tecnologia de processamento do sorgo [Sorghum bicolor (L.) MOENCH], para alimentação humana. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.10, n.3, p. 180-195, 2011.

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