O sorgo
(Sorghum bicolor L. Moench) é um
cereal consumido há muitos anos, principalmente na região da Ásia e África.
Atualmente, é o quinto cereal mais produzido no mundo e ocupa o quarto lugar de
produção brasileira, sendo que no Brasil, é destinado principalmente ao consumo
animal, porém com grande potencial para consumo humano devido ao seu baixo
custo e maior resistência a climas secos, além de não exigir uso abusivo de
agrotóxicos em seu cultivo, tendo uma produção mais sustentável.
Dentre
os benefícios do sorgo para saúde, destacam-se seu teor de fibras, cerca de 6%
da sua composição de carboidratos, além de alto teor de compostos bioativos,
como as antocianinas. Também é uma boa fonte de vitaminas lipossolúveis,
complexo B e minerais, como o zinco. Outros nutrientes são: lipídeos, cerca de
3%; e proteínas corresponde a 11,3%.
Em um
estudo cujo objetivo foi avaliar a perda de antocianinas no acondionamento das
farinhas de sorgo, Oliveira et al (2015), avaliaram que o armazenamento por 180
dias em refrigeração a 4ºC não traz perdas significativas de antioxidantes.
Referente
a forma de preparo, Cardoso et al (2014) verificaram que a aplicação da cocção
em calor seco não reduz o teor de antioxidantes e aumenta vitamina E,
diferentemente da aplicação do calor úmido, que levou apenas ao aumento dos
carotenoides, mas reduziu os demais compostos antioxidantes.
Dessa
forma, é possível verificar que o sorgo pode ser aplicado ao consumo humano, e
com a utilização de corretas técnicas de preparo há preservação de seus
nutrientes e antioxidantes, importantes para saúde, e que também podem auxiliar
na prevenção e no tratamento de doenças, como as doenças crônicas
não-transmissíveis (DCNT).
Outro
grande benefício do sorgo é que não contém glúten, diferentemente do trigo, e
por isso, pode ser utilizado na dieta de indivíduos com doença celíaca,
sensibilidade ao glúten não-celíaca ou outras hipersensibilidades alimentares a
essa proteína, podendo ser empregado na produção de biscoitos, massas, pães,
bolos, entre outros.
Infelizmente,
no Brasil, ainda não é possível achar com facilidade o grão, farinha, ou
produtos à base de sorgo e o maior desafio é tornar este cereal mais conhecido,
fazendo com que aumente a procura da população, para que possa aumentar a
oferta, além de criação de políticas que incentivem a produção do grão para
consumo humano.
Texto elaborado por: Carolina Favaron
Formada em nutrição
pelo Centro Universitário São Camilo (2010) e pós-graduada em Nutrição Clínica
Funcional, pela VP Consultoria Nutricional (2013). É nutricionista do
departamento de conteúdo da Natue e realiza atendimentos
em consultório particular.
As
informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento
presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas,
psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente,
para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
CARDOSO,
L de M. et al. Effects of processing
with dry heat and wet heat on the antioxidant profile of sorghum. Food Chem. 2014;
152: 210-7.
OLIVEIRA, K.G. et al. Estabilidade de antocianinas durante o
armazenamento da farinha de sorgo. Trabalho apresentado no 5º Simpósio de
Segurança Alimentar, Alimentação e Saúde, 2015.
QUEIROZ, V.A.V. et al. Potencial funcional e tecnologia de
processamento do sorgo [Sorghum bicolor (L.) MOENCH], para alimentação humana.
Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.10, n.3, p. 180-195, 2011.
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