O trabalho materno fora do lar pode
ser um importante obstáculo à amamentação, em especial à exclusiva. A
manutenção da amamentação nesse caso depende do tipo de ocupação da mãe, do
número de horas no trabalho, das leis e de relações trabalhistas, do suporte ao
aleitamento materno na família, na comunidade e no meio ambiente do trabalho e,
em especial, das orientações dos profissionais de saúde para a manutenção do
aleitamento materno em situações que exigem a separação física entre mãe e
bebê.
Para as mães manterem a lactação
após retornarem ao trabalho, é importante que o profissional de saúde estimule
os familiares, em especial o companheiro, quando presente, a dividir as tarefas
domésticas com a nutriz e oriente a mãe trabalhadora quanto a algumas medidas
que facilitam a manutenção do aleitamento materno.
Antes do Retorno ao
Trabalho
●
Manter o aleitamento materno exclusivo;
●
Conhecer as facilidades para a retirada e armazenamento do leite no local de
trabalho (privacidade, geladeira, horários);
●
Praticar a ordenha do leite (de preferência manualmente) e congelar o leite
para usar no futuro. Iniciar o estoque de leite 15 dias antes do retorno ao
trabalho.
Após
o Retorno ao Trabalho
●
Amamentar com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite;
●
Evitar mamadeiras; oferecer a alimentação por meio de copo e colher;
●
Durante as horas de trabalho, esvaziar as mamas por meio de ordenha e guardar o
leite em geladeira. Levar para casa e oferecer à criança no mesmo dia ou no dia
seguinte ou congelar. Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em
geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15 dias;
●
Para alimentar o bebê com leite ordenhado e congelado, este deve ser
descongelado, de preferência dentro da geladeira. Uma vez descongelado, o leite
deve ser aquecido em banho-maria fora do fogo. Antes de oferecê-lo à criança,
ele deve ser agitado suavemente para homogeneizar a gordura;
●
Realizar ordenha, de preferência manual, da seguinte maneira:
1)
Dispor
de vasilhame de vidro esterilizado para receber o leite, preferencialmente
vidros de boca larga com tampas plásticas que possam ser submetidos à fervura
durante mais ou menos 20 minutos. Procurar um local tranquilo para esgotar o
leite;
2)
Prender
os cabelos;
3)
Usar
máscara ou evitar falar, espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando o
leite;
4)
Ter
à mão pano úmido limpo e lenços de papel para a limpeza das mãos;
5)
Lavar
cuidadosamente as mãos e antebraços. Não há necessidade de lavar os seios
frequentemente;
6)
Secar
as mãos e antebraço com toalha limpa ou de papel;
7)
Posicionar
o recipiente onde será coletado o leite materno (copo, xícara, caneca ou vidro de
boca larga) próximo ao seio;
8)
Massagear
delicadamente a mama como um todo em movimentos circulares da base em direção à
aréola;
9)
Procurar
estar relaxada, sentada ou em pé, em posição confortável. Pensar no bebê pode
auxiliar na ejeção do leite;
10) Curvar o tórax sobre o abdômen, para facilitar
a saída do leite e aumentar o fluxo;
11) Com os dedos da mão em forma de “C”, colocar o
polegar na aréola acima do mamilo e o dedo indicador abaixo do mamilo na
transição aréola-mama, em oposição ao polegar, sustentando o seio com os outros
dedos;
12) Usar preferencialmente a mão esquerda para a
mama esquerda e a mão direita para a mama direita, ou usar as duas mãos
simultaneamente (uma em cada mama ou as duas juntas na mesma mama – técnica
bimanual);
13) Pressionar levemente o polegar e o dedo
indicador, um em direção ao outro, e levemente para dentro em direção a parede
torácica. Evitar pressionar demais, pois pode bloquear os ductos lactíferos;
14) Pressionar e soltar, pressionar e soltar. A
manobra não deve doer se a técnica estiver correta. A princípio o leite pode
não fluir, mas depois de pressionar algumas vezes o leite começará a pingar.
Poderá fluir em jorros se o reflexo de ocitocina for ativo;
15) Desprezar os primeiros jatos, assim, melhora a
qualidade do leite para redução dos contaminantes microbianos;
16) Mudar a posição dos dedos ao redor da aréola
para esvaziar todas as áreas;
17) Alternar a mama quando o fluxo de leite
diminuir, repetindo a massagem e o ciclo várias vezes. Lembrar que ordenhar
leite de peito adequadamente leva mais ou menos 20 a 30 minutos, em cada mama,
especialmente nos primeiros dias, quando apenas uma pequena quantidade de leite
pode ser produzida;
18) Podem ser ordenhados os dois seios
simultaneamente em um único vasilhame de boca larga ou em dois vasilhames
separados, colocados um embaixo de cada mama.
O leite ordenhado deve ser oferecido à
criança de preferência utilizando-se copo, xícara ou colher. Para isso, é
necessário que o profissional de saúde demonstre como oferecer o leite à criança.
A técnica recomendada é a seguinte:
●
Acomodar o bebê desperto e tranquilo no colo, na posição sentada ou
semi-sentada, sendo que a cabeça forme um ângulo de 90° com o pescoço;
●
Encostar a borda do copo no lábio inferior do bebê e deixar o leite materno
tocar o lábio. O bebê fará movimentos de lambida do leite, seguidos de
deglutição;
●
Não despejar o leite na boca do bebê.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Caderno de Atenção Básica. Saúde da criança:
nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Ministério
da Saúde, 2009.
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