domingo, 22 de janeiro de 2017

Diabetes Infantil



Crianças, principalmente as mais novinhas, dificilmente sabem reconhecer e expressar alterações fisiológicas que não envolvam a dor.  Por isso, cabe também aos pais e professores estarem atentos a estes sinais.
Normalmente os pais não sabem identificar os sinais da diabetes. E, quando diagnosticada, é frequente que fiquem perdidos por não saberem lidar com esse problema. Conhecer os sintomas e os sinais desta doença é imprescindível para esclarecermos nossas dúvidas e auxiliarmos nossos filhos a enfrentar essa doença.

O que é Diabetes Mellitus?
A diabetes mellitus é caracterizada pelo aumento anormal de glicose (açúcar) no sangue – hiperglicemia. Pode advir de uma alteração na produção da insulina, ou devido à resistividade do organismo a este hormônio. A insulina é produzida no pâncreas e é responsável pelo ingresso de glicose (açúcar) na célula, primeiro passo para obtenção de energia. Quando em quantidades excessivas, a glicose pode trazer complicações à saúde, como ataques cardíacos, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, problemas na visão, amputação de membros, dificuldade de cicatrização, dentre outras.
Existem dois tipos de diabetes, a do tipo 1 e a do tipo 2. A primeira é a mais frequente em crianças.
A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células produtoras de insulina. Isso acontece por que as células de defesa as identificam erroneamente como corpos estranhos. Em geral, seu aparecimento é repentino e pode surgir desde as primeiras semanas de nascimento até os 30 anos de idade, porém é mais comum na faixa etária de 5 a 7 anos de idade.  
        
Os motivos pelos quais se desenvolve esta doença ainda não foram bem esclarecidos. Sabe-se que alguns indivíduos nascem com predisposição genética à doença, contudo há aqueles que mesmo portando o gene não desenvolvem diabetes. Especula-se que o gatilho para a exibição da doença possa ser próprio do organismo ou advir de causa externa, como perda emocional ou infecções por certo vírus como ecoviroses, poliomielite, e vírus da hepatite A. 



Já a do tipo 2 (DM2) possui um fator hereditário maior do que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Ainda é predominante em adultos, porém a elevação dos casos de obesidade infantil associada a maus hábitos alimentares e sedentarismo aumentou significativamente os casos desta doença em crianças e adolescentes.

Diferentemente do tipo 1 a DM2 caracteriza-se pela produção contínua de insulina. O problema está na incapacidade das células em se ligarem a este hormônio, por isso esta anomalia é também denominada de "resistência Insulínica".  A diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1.

Quais são os sintomas e sinais da Diabetes?

Sintomas: Vontade de urinar diversas vezes; Fome frequente; Sede constante; Fraqueza; Fadiga; Tontura; Sonolência; Nervosismo; Mudanças de humor; Náusea; Vômito; Infecções frequentes; Alteração visual (visão embaçada); Dificuldade na cicatrização de feridas; Formigamento nos pés e Furunculose.

Sinais: Perda de peso, hiperglicemia e glicosúria (urina doce), a qual pode ser notada pelo aumento da presença de formigas no banheiro.

Neste caso sintomas podem também serem vistos como sinais, por isso pais e professores devem também se atentar a anormalidades comportamentais como aumento do apetite e da sede, idas ao banheiro frequentes, alterações no padrão de humor e dificuldade de cicatrização.

Os mesmos sintomas acima podem também ocorrer em pessoas com diabetes tipo 2, mas geralmente são menos evidentes. No caso da diabetes tipo 1, estes sintomas surgem repentinamente e às vezes podem demorar a ser identificados. Já na diabetes tipo 2, esses sintomas são, em geral, mais moderados ou até mesmo inexistentes, o que dificulta o diagnóstico precoce.

Como controlar?
No caso da DM1 são necessárias aplicações diárias de insulina. O número de injeções varia de acordo com a necessidade, isto é, quantidade de açúcares ingeridos. Contudo somente a aplicação não se faz suficiente e é fundamental que os pais, responsáveis e/ou o próprio indivíduo realize o acompanhamento dos níveis de glicose sanguínea. Pois assim como a hiperglicemia (altos teores de açúcar no sangue), a hipoglicemia (baixos teores de açúcar) também pode acarretar danos ao organismo como: tremores, suores gelados, taquicardia, falta de resposta a estímulos e em casos mais extremos, o indivíduo pode ser induzido ao coma.

Quanto ao tratamento da DM2, em geral, o que se faz é um controle rígido da taxa de glicose sanguínea, aliado a um plano alimentar adequado e prática de exercícios físicos. Em alguns casos podem ser administrados medicamentos hipoglicemiantes (redutores da taxa de glicose sanguínea).

Como a escola pode ajudar?
Como as crianças passam grande parte do seu dia nas escolas, os educadores também devem estar alerta aos sinais e sintomas da doença de maneira a diagnosticar precocemente a doença.
Quando o diagnóstico já foi realizado, os pais devem informar à escola para que esta esteja apta a lidar com as crises hipo ou hiperglicêmicas. É interessante que os professores conscientizem os colegas de classe sobre a doença e os ensinem quais atitudes tomar.
Além da preocupação com o lanche escolar os pais devem orientar seus filhos a não aceitarem ou comprarem alimentos ricos em açúcares como doces e refrigerantes. 

Como a alimentação pode influenciar?
Quanto maior a ingestão de carboidratos, maior é a necessidade de insulina no corpo. Sendo assim, no caso da diabetes a ingestão de açúcares deve ser restritiva, alimentos ricos em açúcares facilmente absorvidos, como mel, doces, refrigerantes, bolachas, chocolate, balas, pães e biscoitos doces devem ser evitados (consumo raro ou esporádico) e quando ingeridos faz-se importante o monitoramento dos índices de glicose sanguínea. Alimentos como massas, tubérculos e frutas podem ser consumidos moderadamente. Mas sempre fique atento!
Se alguns alimentos são vilões há outros que podem auxiliar. Alimentos ricos em fibras alimentares como as saladas folhosas (alface, couve, rúcula) cereais (aveia, arroz integral, castanhas), bem como alimentos preparados a partir de farinha integral, como pães e massas integrais (prefira os 100% integrais) disponibilizam de forma mais gradual o açúcar, evitando que haja picos abruptos de glicose no sangue. Além disso, ao promoverem a saciedade, evitam a ingestão demasiada de alimentos, controlando o apetite e consequentemente as taxas glicêmicas.


Além dos alimentos fibrosos os alimentos ricos em antioxidantes como as frutas cítricas e vermelhas, os chás e as especiarias vêm despontando no combate à diabetes, uma vez que participam da eliminação de compostos prejudiciais a saúde. Vale ressaltar que em relação aos frutos a preferência deve ser dada aos com baixo teor de açúcar, como, por exemplo, limão, abacaxi, morango e maracujá. O consumo do bagaço também é recomendado, afinal é riquíssimo em fibras.

Alimentos que controlam o esvaziamento gástrico como a canela e o ginseng também são alimentos aliados, uma vez que indiretamente controlam os índices glicêmicos.
Infelizmente não podemos proteger nossos filhos de todos os males existentes, porém podemos ensiná-los a lidar e superar as adversidades da vida. Por isso informe-se sempre! Conhecendo os sinais você pode também salvar uma vida.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Biazotto, FO. Reconhecendo os sinais e sintomas da diabetes infantil. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br



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