sexta-feira, 15 de junho de 2018

Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV)


A Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV) é provocada pelas proteínas presentes no leite, principalmente a globulina, que é identificada pelo sistema imunológico como um agressor, um agente estranho que precisa ser combatido. A partir da ingestão destas proteínas o sistema imunológico desencadeia uma verdadeira guerra contra os “agressores”, e esta guerra é a responsável pelos sintomas – diarreia, distensão abdominal, flatulência e ainda: lesões na pele, como urticária e coceira, sintomas respiratórios, inflamação da mucosa intestinal e até pequenos sangramentos intestinais.

A APLV tende a ser pior nos primeiros anos de vida e seus sintomas podem regredir com o passar dos anos. Muitas vezes esta alergia é desencadeada quando o bebê, menor de 6 meses, recebe leite de vaca em substituição ao leite materno, principalmente se for filho de pais alérgicos.

Os principais recursos diagnósticos incluem a história clínica, exames físicos e dieta de eliminação (exclusão de alimentos). Podem ser realizados testes cutâneos e sorológicos.

O único tratamento comprovadamente eficaz é a alimentação isenta das proteínas do leite, pois ao deixar de consumir o alimento que causa a alergia o sistema de defesa não irá produzir as células e anticorpos responsáveis pela reação alérgica, possibilitando a remissão dos sintomas e o desenvolvimento futuro da tolerância ao leite.

Como ler o rótulo para uma dieta livre de leite

Evitar os alimentos que contenham leite ou qualquer destes ingredientes: manteiga, gordura de manteiga, óleo de manteiga, ésteres de manteiga, torrone, soro de leite, soro de leite coalhado, caseína, caseína hidrolisada, caseinatos de sódio, caseinato de potássio, caseinato de cálcio, caseinato de magnésio, caseinato de amônia, traços de leite, queijos, coalhada, lactoalbumina, lactoferrina, lactose, leite condensado, vapor de leite, gordura de leite (nata), proteína hidrolisada de leite, creme azedo, iogurte, proteína láctea, fosfato de lactoalbumina, lactoglobulina etc.

É importante ressaltar que o processo alérgico é uma reação essencialmente qualitativa. Isto implica dizer que qualquer fração ingerida do alimento alergênico poderá desencadear manifestações clínicas sem, necessariamente, estar o alimento presente na alimentação em quantidades significativas. Sendo assim, recomenda-se que a reintrodução do leite de vaca ou de seus derivados, no momento oportuno, quando a criança encontrar-se em bom estado geral e sem manifestações do quadro alérgico, deva ser feita em pequenas quantidades, aumentadas gradativamente, observando-se as reações do paciente. Em situações de estresse ou de danos à mucosa intestinal, é prudente a sua re-exclusão, ainda que transitória. Em situações acompanhadas de risco de anafilaxia (reações IgE mediadas), adiar a reintrodução ou mesmo realizá-la em abiente hospitalar.

A criança com alergia alimentar requer, portanto, acompanhamento estreito do pediatra e do nutricionista, pois em casos mais extremos as manifestações podem ocorrer até os 5 anos de idade e é importante que as manipulações dietéticas restritivas sejam acompanhadas de adequadas suplementações com fontes alimentares que possam ser bem toleradas, a fim de não haver comprometimento do estado nutricional da criança, o qual deve ser adequadamente monitorizado ao longo do acompanhamento clínico-nutricional.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Accioly, E; Saunders, C; Lacerda, EMA. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 1 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2004.

Alergia a proteína do leite de vaca. Manual de orientação de cardápios especiais. Governo do Estado de São Paulo, 2015.

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