sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Diabetes: Transtornos Alimentares


Adolescentes e mulheres jovens com diabetes Tipo 1 têm o dobro de chances de desenvolver um transtorno alimentar – cerca de 10% delas vai apresentar algum problema como anorexia ou bulimia. Alguns autores atribuem a este problema o termo diabulimia.

Uma das explicações possíveis é a maior atenção que as pessoas com diabetes geralmente dá à sua alimentação e também as mudanças no peso causadas pela terapia com insulina. Pesquisadores estimam que entre 10 e 20% das adolescentes até os 16 anos e entre 30 e 40% das jovens entre 16 e 25 anos com diabetes alteram a dosagem de insulina para controlar o peso.

Essa é uma medida perigosa e que pode provocar, em um futuro próximo, efeitos indesejados e que ameaçam a vida: descontrole geral do metabolismo e sucessivas internações por níveis muito altos ou muito baixos de glicose. Caso esse problema de controle da glicemia persista, podem surgir problemas nos olhos, coração, rins, saúde mental e aos nervos.

Assalto à geladeira

Pessoas com diabetes Tipo 2 e com alguma ameaça à sua saúde mental, como sintomas depressivos e de ansiedade, podem passar por episódios da síndrome da fome noturna. Essa síndrome é caracterizada por falta de apetite pela manhã, insônia e excesso de fo-me à noite, mesmo após o jantar ou lanche noturno regular. Ela está associada a perío-dos de estresse e, segundo as estatísticas, atinge 1,5% da população geral e cerca de 20% das pessoas com obesidade.

Embora as causas não sejam muito claras, a hipótese mais provável é de um desequilíbrio nos hormônios, como a melatonina, que é liberada durante o sono, e a serotonina, que também tem ação no controle do ritmo circadiano - o equilíbrio que ocorre no organismo entre a noite e o dia. Há ainda interferência de elementos genéticos.

A síndrome da fome noturna é vinculada ao consumo de alimentos muito calóricos, ricos em gorduras e com baixo índice de fibras, como os chocolates, que atuam diretamente nos centros do prazer no cérebro. Esse hábito favorece o ganho de peso, a pressão alta e as alterações no colesterol, ou seja, tudo que uma pessoa com ou sem diabetes não deseja para ter uma vida saudável e plena.

É possível tratar a síndrome, com psicoterapia e mudanças de hábitos de vida e também com medicação indicada pelo endocrinologista. Algumas dicas simples para amenizar o problema são:

● Tomar café da manhã regularmente;

● Alimentar-se ao longo do dia, com pequenas porções e alimentos integrais;

● Ter um horário para se alimentar;

● Comer lentamente, principalmente à noite; 

● Evitar cafeína e os exercícios logo antes de deitar;

● Ter sono regular;

● Evitar ter em casa alimentos gordurosos e muito calóricos.

A síndrome da fome noturna pode prejudicar o controle glicêmico, levar à necessidade de internações hospitalares, aumentar a ansiedade em relação ao ganho de peso, motivar pedidos frequentes de mudança no cardápio planejado pela equipe multidisciplinar, causar irregularidades no ciclo menstrual, aumentar o consumo de álcool, motivar exercícios excessivos e extenuantes na tentativa de se manter em forma e também stress familiar.

É importante lembrar que, se você ou alguém que você ama está apresentando sinais de um transtorno alimentar, os julgamentos e críticas destrutivas devem ficar de fora. Fundamental é demonstrar apoio e acreditar em si mesmo. E mais importante ainda é buscar ajuda profissional.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Transtornos Alimentares. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: www.diabetes.org.br Acessado em: 04/09/2018.

Nenhum comentário: