A candidíase vaginal é um dos problemas mais comuns
em mulheres e as queixas mais frequentes nos consultórios de ginecologia. No
Brasil, estima-se que 5 em cada 100 mulheres sadias desenvolvam a doença. O que
a maioria de nós, mulheres, não sabe é que existe uma relação entre alimentação
e saúde intima. Para saber como isso pode acontecer, é preciso que você
primeiro entenda o que é a candidíase e o que a faz aparecer para incomodar os
seus dias.
A candidíase ou candidose é uma infecção provocada
por um fungo conhecido como Candida. O nosso corpo é o habitat de inúmeros
microrganismos e desta forma, espécies de Candida fazem parte da microbiota
normal dos indivíduos sadios. No entanto, a quebra no balanço normal da
microbiota ou o comprometimento do nosso sistema imune provoca manifestações
agressivas nas espécies do gênero Candida, tornando-as patogênicas. A partir
daí tem início os principais sintomas da candidíase que são o corrimento, o
ardor e a coceira.
E o pior é que você pode promover o crescimento das
espécies do gênero Candida com simples hábitos alimentares, principalmente
quando você consome determinados alimentos que acabam alimentando estes
microrganismos. Isto também pode ocorrer quando se faz uso repetido ou
prolongado de antibióticos, que acabam modificando a nossa microbiota normal.
Ao falarmos destes alimentos o inimigo número 1 é o
açúcar. O açúcar nutre a Candida albicans e modifica o pH intestinal
para alcalino. A modificação do pH favorece a proliferação dos fungos e a
diminui a proliferação das bactérias benéficas que preferem meio
ácido. Outro fator importante é que a Candida albicans é capaz de liberar
uma toxina que afeta determinados neurotransmissores aumentando sua vontade de
comer doces, e consequentemente, promover o crescimento do fungo em questão.
Para eliminar a Candida albicans é ideal que
hábitos alimentares adequados sejam seguidos por cerca de três meses. Mas não
podemos esquecer que no quadro agudo é indispensável o uso de medicamentos e,
em seguida, deve-se adotar a dieta, para atacar o mal pela raiz.
Durante a crise, é imprescindível cortar alguns
itens como os doces e as massas. Os carboidratos simples, como biscoito, arroz
e macarrão e pão branco, viram açúcar rapidamente no organismo e
consequentemente constituem um banquete para a Candida albicans. Se você não
consegue ficar sem estes alimentos, uma opção é a substituição por produtos
integrais.
Leite e seus derivados também devem ficar afastados da sua alimentação por conterem lactose, um tipo de açúcar.
O refrigerante e os sucos de fruta industrializados
apresentam um elevado teor de açúcar ou adoçantes artificiais. Estas
substâncias servem de alimento para a Candida albicans e devem ser eliminadas
do seu cardápio.
Outro hábito a ser adotado é retirar do cardápio
todos os alimentos que contêm fungos enquanto você estiver com candidíase. Você
deve estar perguntando quais são os alimentos que contém fungos, e por isso dou
alguns exemplos a seguir. O vinho e a cerveja são exemplos de bebidas
fermentadas pela ação dos fungos. Cogumelos são tipos de fungos, o vinagre é um
produto fermentado e os produtos que o incluem como azeitonas e picles também
devem ser evitados. Além disso, as massas crescidas com fermento biológico como
pão, pizza e torta devem desaparecer da sua mesa durante alguns dias.
As frutas secas também possuem fungos e por isso
devem ser substituídas pelas frescas durante a crise. Muitas vezes, o fungo que
você ingere nestes alimentos não lhe faz mal, mas ele pode confundir o sistema
imunológico dificultando sua atuação contra a Candida albicans.
Consumir bebidas durante o almoço ou jantar também
não é uma boa para quem está com este problema. As bebidas podem atrapalhar o
seu processo digestivo e tirar o equilíbrio da flora intestinal. Isto porque a
acidez no estômago durante a digestão garante a vida das bactérias amigas e o
líquido ingerido com as refeições, dilui a acidez, atrapalhando a digestão e a
defesa no intestino.
Embora existam no mercado inúmeros produtos
enriquecidos com esses elementos, nesta fase do tratamento recomendam-se os
probióticos na forma de suplementos (cápsulas ou saches). Os iogurtes fontes de
probióticos contem em sua formulação açúcar e lactose, substâncias que
alimentam os fungos. E se utilizados juntamente aos prebióticos tem melhor
ação. O Yacon é uma excelente fonte de prebióticos que são carboidratos não
digeríveis que também melhoram nossa flora.
Os vegetais verdes escuros também são uma boa opção
para quem está com este problema. Estes alimentos apresentam os compostos
chamados fibras, que também estão disponíveis nos produtos integrais. As fibras
destroem os fungos por auxiliarem na fermentação das boas bactérias e manter o
pH do intestino adequado.
Para combater o problema, além de modificar o seu
prato, você deve evitar as calcinhas de tecido sintético, calça jeans apertada
e biquíni molhado o dia inteiro.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Morzelle, MC. Alimentação e saúde íntima da
mulher. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível
em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 17/03/2019.
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