Em
qualquer época e para qualquer pessoa, a alimentação adequada e saudável é
importante para a manutenção e recuperação da saúde. Mas durante uma pandemia,
quando seu organismo precisa de uma dose extra de cuidado, o foco na
alimentação deve ser redobrado. Principalmente para os idosos, que aparecem
como o principal grupo de risco e necessitam de atenção especial.
Para
quem está cuidando de algum idoso, é importante observar se ele apresenta perda
ou ganho excessivo de peso (em curto prazo), se tem algum comprometimento
sensorial, como diminuição do paladar e saúde bucal ruim, problemas de
mastigação e dificuldades de deglutição, ou alguma doença crônica que precise
de cuidados especiais na alimentação.
Uma
alimentação saudável com variedade de alimentos e em quantidades adequadas,
baseada em alimentos frescos, geralmente fornece todos os nutrientes que os
idosos precisam para manter sua saúde e nutrição. Neste momento, uma nutrição
inadequada e menos atividade física podem levar à perda de massa muscular e
força em idosos.
Passo 1:
um bom planejamento das compras e das refeições vale muito
Planejar as refeições dos idosos contribui para a
manutenção de uma rotina alimentar adequada e saudável, já que ter sempre uma
comida de verdade ao alcance ajuda a evitar os ultraprocessados, ricos em
gorduras, açúcares e conservantes.
Mas o planejamento das refeições começa nas
compras. É importante ficar de olho no que já tem na despensa, para evitar o
desperdício e idas desnecessárias ao supermercado, já que o momento é de
minimizar as saídas.
A dica é conferir quais alimentos e ingredientes
ainda estão disponíveis em casa e quais as preparações irão ser feitas com
eles. Na sequência, é só planejar as refeições das semanas seguintes e quais
alimentos serão necessários comprar e em qual quantidade.
Para quem é do grupo de risco, como é o caso dos
idosos, o recomendado é que alguém próximo ou membro da família faça esse
trabalho de ir às compras, mantendo todos os cuidados de higiene ao retornar ou
entregar as compras. Se não for possível contar com essa ajuda extra, quem está
no grupo de risco deve preferir os horários com menor aglomeração de pessoas.
Se você gosta de cozinhar, esse é o momento ideal
para colocar em prática suas receitas. Mas se ainda não possui habilidades
culinárias, que tal aproveitar o período para desenvolvê-las? Peça receitas a
familiares e amigos, leia livros, consulte a internet e descubra o prazer de
preparar o seu próprio alimento!
Passo 2:
a rotina alimentar deve ser mantida!
Apesar da mudança na rotina das famílias, duas
coisas não podem mudar para os idosos: o hábito de fazer as principais
refeições (café da manhã, almoço e jantar) e a manutenção dos respectivos
horários de cada uma delas.
Segundo o Guia Alimentar para População Brasileira, produzido pelo
Ministério da Saúde, comer de forma regular, devagar e com atenção é uma boa
maneira de controlar o quanto comemos. Se der fome entre uma refeição e outra,
faça pequenos lanches com castanhas, frutas frescas ou secas.
Você pode também encontrar alternativas que
facilitem o preparo e consumo diário, como por exemplo manter o mesmo cardápio
para o almoço e jantar. Só lembre de guardar adequadamente as preparações entre
as refeições. Após o preparo, já armazene os alimentos que servirão para
futuras refeições na geladeira, congelador ou freezer. Não espere o alimento
esfriar.
Passo 3:
preferência para os alimentos integrais em sua forma mais natural
Os alimentos como arroz, aveia, milho, batata,
abóbora, mandioca e pão são importantes fontes de energia e, por isso, devem
ser os principais ingredientes das refeições dos idosos. Melhor ainda se forem
consumidos nas formas integrais.
Eles possuem carboidratos, fibras, vitaminas e
minerais, especialmente os cereais integrais. A principal vantagem é que esses
alimentos são versáteis e possuem preparo e cozimento rápidos. Além disso,
quando combinados com o feijão ou outra leguminosa, eles são uma excelente
fonte de proteína de qualidade.
Passo 4:
frutas, verduras e legumes em todas as refeições
Frutas, legumes e verduras são ricos em vitaminas,
minerais e fibras. Por esse motivo, eles devem estar presentes diariamente na
alimentação do idoso. O consumo desses alimentos contribui para diminuir o
risco de várias doenças, além de colaborar para o funcionamento adequado do
intestino.
Uma dica é preferir hortaliças e frutas da estação,
pois é nesse período que elas estão mais nutritivas e baratas. Alimentos que
tenham maior durabilidade também são boas escolhas, sendo que vegetais
congelados podem ser uma boa opção neste momento uma vez que as suas
propriedades nutricionais são mantidas.
Alguns exemplos de frutas com maior durabilidade
são: maçã, pera, melancia e melão se inteiros, manga, abacate, goiaba,
mexerica/tangerina, laranja e limão. Outros alimentos com maior durabilidade
são: cebola e alho, batata, batata-doce, inhame, abóbora, acelga, beterraba,
rabanete, cenoura, tomate, chuchu, repolho, berinjela e couve-flor.
Quanto mais variada e colorida for a alimentação do
idoso, mais equilibrada e saborosa ela será.
Passo 5:
Arroz e feijão no almoço e jantar!
Além de saudável, essa dupla é imbatível. A
combinação mais brasileira de todas é completa, nutritiva e a base de uma
alimentação saudável também para os idosos. Use a criatividade para explorar as
variedades de feijões disponíveis (preto, manteiga, carioquinha, verde, de
corda, branco). Use ainda outros tipos de leguminosas, como soja, grão-de-bico,
ervilha, lentilha ou fava.
Para facilitar, prepare porções maiores para serem
consumidas ao longo da semana. O arroz pode ser guardado na geladeira para ser
consumido em até 3 dias ou ser congelado por mais tempo. Da mesma forma, o
feijão pode ser guardado em geladeira por 3 dias e ser congelado por até 30
dias.
Passo 6:
carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados em pelo menos uma refeição
Leite e derivados são ricos em cálcio, que ajuda no fortalecimento dos ossos dos idosos. Já as carnes, as aves, os peixes e os ovos são ricos em proteínas e minerais. Dando destaque para os ovos pela boa durabilidade e elevado teor nutricional.
Também para facilitar, as carnes cozidas podem ser
preparadas em quantidades maiores para serem consumidas em até 3 dias, se
adequadamente refrigeradas em geladeira. Quando frescos, o peixe e a carne
devem ser utilizados em, no máximo, 2 a 3 dias.
Passo 7:
Consuma com moderação óleo, gordura, sal e açúcar
Utilize esses ingredientes com moderação em suas
receitas, que deve ter como base alimentos in natura ou minimamente
processados. Opte também por preparações que levem pouco açúcar.
O consumo excessivo de sal e de açúcar pode agravar
condições crônicas, como hipertensão, problemas cardiovasculares e diabetes,
além de comprometer a saúde e o bem-estar. Vale lembrar que o agravamento
dessas doenças se torna ainda mais crítico no contexto da pandemia.
Para reduzir a quantidade de óleo e sal, por
exemplo, invista em temperos naturais, como cebola, alho, louro, salsinha,
cebolinha, pimenta, coentro e outros a gosto da família. Uma dica para
acrescentar ainda mais sabor e aroma à preparação é fazer combinações com
outros alimentos na hora de cozinhar. Um bom exemplo é incluir cenoura ao molho
do feijão.
Passo 8:
Cuidado com a hidratação!
Além de ter grande importância para o funcionamento
do corpo, a hidratação é fundamental para a manutenção da saúde e recuperação,
em caso de doença. Portanto, fique atento ao consumo diário de água dos idosos,
principalmente em dias quentes.
Não vale substituir por refrescos, refrigerantes,
bebidas lácteas e bebidas açucaradas de forma geral. É água mesmo! A
recomendação é de que ela seja tratada, filtrada ou fervida. Quer uma dica para
aumentar a ingestão de água da melhor idade? Experimente aromatizar com hortelã
ou frutas, como rodelas e cascas de laranja ou limão.
Passo 9:
Diga não aos ultraprocessados
Já citamos anteriormente, mas é importante
reforçar: produtos ultraprocessados possuem baixo valor nutricional, além de
serem fontes de calorias excessivas. Isso se deve às quantidades elevadas de
açúcar, gordura e sal, que contribuem para o ganho excessivo de peso e
agravamento de diferentes condições crônicas, como diabetes e hipertensão, que
podem estar presentes na vida do idoso.
Biscoitos recheados, guloseimas, salgadinhos,
refrigerantes, sucos industrializados, sopa prontas e macarrão instantâneo,
tempero pronto, embutidos e refeições congeladas devem ser evitados ou
consumidos apenas ocasionalmente pelos idosos. Prefira frutas, castanhas,
iogurte, pão, bolo e biscoitos caseiros para os lanches.
Passo 10:
Fique atento aos rótulos e embalagens
São a partir dos rótulos que os consumidores podem se informar em relação à composição dos alimentos. É por meio deles que descobrimos se um alimento tem excesso de gordura, açúcar e sódio. Leia sempre a lista de ingredientes para identificar os ultraprocessados, que devem ter seu consumo evitado.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
10 passos para a alimentação saudável para idosos
durante a pandemia. Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br Acessado
em: 05/07/2020.
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