Sua respiração, produção de energia, proliferação celular e muitos outros processos fisiológicos, precisam de um nutriente fundamental para serem realizados: o ferro.
Um quadro em que a disponibilidade de ferro é insuficiente para atender as necessidades do corpo, é caracterizado como uma deficiência desse mineral.
Entenda que a anemia não é o único indicador desta falta de ferro, sendo que pode haver uma deficiência com ou sem um quadro de anemia.
E essa deficiência pode ser corrigida por meio da alimentação e complementada com a prescrição magistral.
Por isso, ter segurança na hora de prescrever uma formulação manipulada com este nutriente, é fundamental para assegurar melhores resultados no tratamento nutricional.
E neste texto você vai entender as melhores formas de prescrever esse mineral.
Anemia e a deficiência de ferro
Como já falado aqui, o quadro de anemia não ocorre apenas pela falta de ferro. Mesmo assim, ainda é a manifestação mais significativa e prevalente dessa deficiência, sendo denominada anemia ferropriva.
Um estudo Global Burden of Diseases, Injuries and Risk Factors de 2013 relatou exatamente essa questão, onde a anemia ferropriva foi prevalente entre as outras causas de anemia variando amplamente por geografia, idade e sexo
Os sintomas que levam a identificação da anemia ferropriva são até bem característicos, estando frequentemente associados à fraqueza, fadiga, dificuldade de concentração e redução da atividade física, o que compromete e muito a qualidade de vida do paciente.
No caso da anemia ferropriva, além de avaliar o indicador de ferro, é preciso avaliar outros nutrientes, pois estes podem apresentar também deficiência, como é o caso do ácido fólico e a vitamina B12.
Inclusive, nutrientes envolvidos no metabolismo do ferro também precisam ser levados em consideração, como piridoxina, riboflavina, vitamina C, zinco e cobre.
A deficiência destes outros nutrientes pode ser a causa indireta da anemia, pela relação do metabolismo dos micronutrientes como um todo.
Mas e quando não há anemia?
Bem, isso pode acontecer. Mesmo que o paciente não tenha anemia, ele pode ainda assim ter deficiência do ferro, se os níveis de ferritina estiverem baixos.
A Ferritina Sérica é a indicação mais sensível e específico de deficiência de ferro, e muitas vezes complementado com a avaliação da Saturação da Transferrina, que avalia a capacidade do sangue de transportar ferro.
Níveis baixos de ferritina, podem indicar deficiência de ferro, e esse declínio tem como causa variados fatores, por exemplo: alimentação com déficit em ferro e vitamina C; sangramento menstrual intenso, o hipotireoidismo, neoplasias e problemas gastrointestinais (sangramento no esôfago, estômago ou intestinos).
Por outro lado, valores de ferritina elevados, não são necessariamente decorrentes da sobrecarga de ferro, sendo que essa causa representa a minoria dos casos.
O que acontece na maioria dos casos é expressão maior da ferritina na fase aguda de uma inflamação, elevando seus níveis.
E a queda de cabelo, é falta de ferro?
Pode ser um dos fatores sim, já que, como componente da hemoglobina, fornece energia às células da matriz folicular e está presente no folículo piloso, favorecendo a síntese capilar.
O que acontece é que, quando as concentrações de ferritina, estão baixas no organismo, ela é removida do folículo e vai para outras funções vitais.
Essa falta de hemoglobina resulta na pouca oxigenação e transporte de nutrientes, favorecendo a queda capilar.
Mas afinal, como suplementar ferro na prática?
Eu vejo que muitos profissionais possuem um sentimento de frustração ao perceberem que a suplementação recomendada para seus pacientes não teve resultados satisfatórios.
Por isso que quero que você entenda que há fatores que interferem na eficácia do tratamento.
Algumas vezes à ineficácia na correção de deficiência de ferro está atrelado a efeitos gastrointestinais da suplementação que reduzem a tolerância e a adesão ao tratamento.
E eu quero te ajudar nessa questão, então confere algumas dicas que separei aqui que vão favorecer o aumento da biodisponibilidade de ferro e redução dos efeitos gastrointestinais.
Dicas Magistrais
- Evite associar ferro com outros minerais como cálcio e zinco;
- Associe ferro com Lactobacillus plantarum ou piperina;
- Opte pela forma química bisglicinato (4 x mais biodisponibilidade que o sulfato ferroso)
- Outras possibilidades de ferro que não geram desconforto gastrointestinal é o lipossomado (Lipofer) ou polimaltosado. Pacientes que não se adaptam ao bisglicinato, normalmente se adaptam bem à essas formas químicas de ferro.
- Oriente tomar o suplemento com estômago vazio que melhora a biodisponibilidade, porém, pode piorar os efeitos gastrointestinais. Se consumir após a refeição, opte por uma refeição com poucas fibras;
- Prescreva 1 dose ao dia em dias alternados (para reduzir a hepcidina que reduz absorção do ferro);
- As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:Pujol, AP. Ferro: como suplementar? Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado em: 17/09/2021.
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