Doença genética crônica que afeta cerca de 70 mil pessoas no mundo todo, a Fibrose Cística chama atenção para a dificuldade no diagnóstico e tratamento da doença, que dura a vida toda.
Também chamada de Mucoviscidose ou Doença do Beijo Salgado, a Fibrose Cística é uma das doenças raras mais comuns no Brasil, atingindo uma em cada 10 mil pessoas no país.
Atualmente, seu rastreio é feito pelo Teste do Pezinho (realizado entre o 3º e o 7º dia de vida do bebê) e confirmado pelo Teste do Suor, mas não é raro que os pacientes demorem décadas para terem seu diagnóstico confirmado, por conta do desconhecimento da população em geral sobre a Fibrose Cística, incluindo os profissionais de saúde.
Após o diagnóstico, no entanto, as dificuldades continuam: como não tem cura, a Fibrose Cística envolve tratamento multidisciplinar por toda a vida, além de intenso apoio familiar.
O QUE É E COMO IDENTIFICAR A FIBROSE CÍSTICA?
A Fibrose Cística é uma doença hereditária autossômica recessiva. Nela, um defeito genético dá origem à proteína CFTR (reguladora da condutância transmembrana da fibrose cística, do inglês “Cystic Fibrosis Transmembrane Conductance Regulator”), responsável pelo transporte anormal de cloreto e sódio através da membrana celular das pessoas que possuem a doença.
Essa condição leva à formação de secreções mais espessas e desidratadas em diversos órgãos como o pulmão, pâncreas, intestino, fígado e sistema reprodutor, dando origem aos sintomas mais comuns da Fibrose Cística, que são:
- Tosse persistente e muitas vezes com catarro
- Infecções pulmonares frequentes, como pneumonia e bronquite
- Chiados no peito ou falta de fôlego
- Baixo crescimento ou ganho de peso, apesar de bom apetite
- Fezes volumosas e gordurosas
- Dificuldade no movimento intestinal (poucas idas ao banheiro)
- Surgimento de pólipos nasais (tumores benignos e indolores na mucosa do nariz ou nos seios nasais)
- Suor mais salgado que o normal
Com mais de 2 mil mutações no gene CFTR já identificadas, é importante lembrar que há diferentes formas de manifestação da Fibrose Cística, desde sintomas clínicos brandos até os mais severos, com inúmeros sinais possíveis.
COMO APOIAR E TRATAR AS PESSOAS COM FIBROSE CÍSTICA?
Como não tem cura, a Fibrose Cística envolve tratamentos por toda a vida — que têm relação direta com a longevidade e qualidade de vida dos pacientes. De forma geral, a assistência aos portadores da doença inclui:
- Fisioterapia respiratória
- Prática de atividades físicas
- Dieta hipercalórica e hiperprotéica
- Inalação com mucolíticos e antibióticos
- Uso de medicamentos, como antibióticos, enzimas pancreáticas, polivitamínicos e suplementos nutricionais
Como a assistência envolve cuidados multidisciplinares e intensos, o diagnóstico precoce, a adesão ao tratamento e a acessibilidade aos serviços públicos e aos medicamentos são fundamentais para prevenir e retardar problemas graves relacionados à doença, garantindo o bom desenvolvimento durante a infância.
Com a rotina intensa de cuidados relacionados à Fibrose Cística, é comum que os pais de crianças com a doença dediquem muitas horas ao acompanhamento do tratamento e enfrentem desafios para garantir a saúde dos filhos ao mesmo tempo que estimulam a independência.
Na hora de apoiar o Setembro Roxo, a conscientização e divulgação sobre a Fibrose Cística são fundamentais para facilitar o diagnóstico e tornar mais acessível o tratamento aos portadores da doença. Acompanhe o trabalho da ONG Unidos Pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística e saiba mais sobre a Fibrose Cística.
NUTRIÇÃO NA FIBROSE CÍSTICA
Uma boa alimentação e nutrição está diretamente relacionada à saúde e não é diferente no caso das pessoas com Fibrose Cística. Cada vez mais, estudos demonstram a relação entre o correto aporte nutricional e a função pulmonar nos pacientes.
O estado nutricional do paciente na primeira infância tem repercussão na função pulmonar durante toda a vida do paciente, destacando a relevância do diagnóstico precoce e do início do tratamento.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
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