segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Óleo de Coco e Diabetes

 


O óleo de  coco é o  produto  obtido  da polpa do coco fresco maduro (espécie Cocos nucifera L.),  e é  composto o óleo de coco é composto por ácidos graxos saturados (mais de 80%) e ácidos graxos insaturados.


Os  ácidos  graxos saturados (AGS)  são o caprílico, láurico e mirístico e são considerados ácidos  graxos de cadeia média. Outros  AGS  que  compõem  o óleo de coco  são capróico, cáprico, palmítico e esteárico. Já os ácidos graxos insaturados  são o oléico e linoléico.

O óleo de coco vem cada  vez mais sendo  prescrito  por profissionais  e consumido pela população por  ter alegações de melhora de quadros neuro-degenerativos, obesidade e dislipidemia. Entretanto, as  evidências  são fracas e as Sociedades Médicas  não recomendam o  uso do óleo  para fins de tratamento.

Em  diabetes existem  controvérsias  em  relação ao  uso do óleo de coco. Em relação ao  perfil  glicêmico,  sabe-se que a liberação de insulina varia de acordo com  o tipo de ácido graxo presente na  dieta.  Os  ácidos  graxo insaturados como  linolênico e linoleico potencializam a  secreção de insulina, enquanto que os  AGS diminuem a resposta  das células beta pancreáticas.


A maior parte dos estudos se concentram em dados sobre obesidade e  dislipidemia,  condições frequentemente  associadas ao  diabetes mellitus  tipo 2.  Estas condições podem ser fatores  confundidores para  saber o real papel do óleo de coco na  glicemia, uma  vez que  estão relacionados  à obesidade  central e a resistência à  insulina. 

Dentre os estudos publicados que relacionam o óleo de coco e  diabetes, muitos  são  experimentais e  comparam  diferentes tipos de  gorduras associadas ou não a carboidratos, o que dificulta a real análise da eficácia.

Considerando todas as informações, o uso com fins  terapêuticos é desaconselhado. O uso moderado,  como parte  da alimentação para quem não tem  diabetes ou  resistência  à insulina   pode  ser considerado.  Entretanto o  uso de óleo  ricos em monoinsaturados, como azeite de oliva por exemplo que é  sabidamente  reconhecido por seus efeitos benéficos à saúde. 

Além  disso, a SBEM e a ABESO também não recomendam o uso regular de óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao seu alto teor de gorduras saturadas e pró inflamatórias. O uso de óleos vegetais com maior teor de gorduras insaturadas (como soja, oliva, canola e linhaça) com moderação, é preferível para redução de risco cardiovascular.

 

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

 

Referências Bibliográficas:
 

Ramos, S. Óleo de coco e diabetes. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: www.diabetes.org.br Acessado em: 14/11/2022

Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda de peso.

Posicionamento oficial da Associação Brasileira de Nutrologia a respeito da prescrição de óleo de coco. 2017

Harber EP, et al. Secreção de insulina: efeito autócrino da insulina pela modulação de ácidos graxos. Arq Bras End e Met. 2001,  45;219-227.

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