A infecção por herpes tem um impacto significativo na vida das pessoas. Dos mais de 100 tipos de herpes 5213vírus identificados, apenas nove afetam rotineiramente os seres humanos: herpes simplex tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2), varicela-zóster (HHV-3), Epstein-Barr (HHV-4), citomegalovírus (HHV-5), roséola (HHV-6A, HHV-6B e HHV-7) e sarcoma de Kaposi (HHV-8). Esses vírus apresentam grande facilidade de transmissão, o que explica a elevada taxa de infecção em todo o mundo.
Herpes Simplex
Existem dois tipos de vírus herpes simplex: o HSV-1, conhecido como herpes oral, é transmitido pela saliva ou contato direto e afeta principalmente os lábios e a região ao redor da boca; já o HSV-2, ou herpes genital, é transmitido sexualmente ou por contato direto e acomete a região genital e nádegas. Após a infecção inicial, ambos podem permanecer latentes no organismo por anos, reativando-se de forma ocasional ou recorrente.
Sintomas do herpes oral e genital
As manifestações do herpes oral e genital podem variar de intensidade leve a grave. É comum haver coceira, ardor ou sensibilidade na região afetada, seguidos por pequenas bolhas que evoluem para úlceras quando se rompem, intensificando a dor. Na fase de cicatrização, formam-se crostas sobre as lesões. Além dos sintomas locais, podem ocorrer sinais sistêmicos, como febre, fadiga, aumento dos gânglios linfáticos, dor de cabeça e dores musculares. Uma infecção por herpes simplex dura cerca de 5 a 10 dias, mas a cicatrização pode levar de 2 a 4 semanas.
Herpes-zóster
O herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, é resultado da reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a catapora. Após o episódio inicial, o vírus permanece dormente nos gânglios nervosos e pode ser reativado décadas depois, especialmente em pessoas acima de 50 anos, indivíduos imunossuprimidos, períodos de estresse físico ou emocional, ou portadores de doenças crônicas, como diabetes. O reaparecimento do vírus está diretamente associado ao enfraquecimento do sistema imunológico. Mesmo após a resolução das lesões (em média 2 a 4 semanas), muitos pacientes podem desenvolver neuralgia pós-herpética, caracterizada por dor persistente, de intensidade variável, que pode perdurar por meses.
Relato médico
Segue um interessante relato publicado por um médico na revista científica The Lancet:
“Recentemente desenvolvi sete lesões de herpes-zóster, localizadas no quadrante inferior direito do abdome. Não utilizei antivirais como fanciclovir ou aciclovir, pois o diagnóstico só foi feito cinco dias após o surgimento das lesões — quando a janela ideal para início da terapia já havia passado. Como costuma ocorrer nesse tipo de infecção, as lesões foram bastante dolorosas: tive o sono comprometido e senti grande desconforto ao caminhar, devido ao atrito das roupas com as áreas afetadas.”
Iodo nas lesões
“No sétimo dia após o aparecimento inicial, apliquei algumas gotas de iodopovidona 10% em três das sete lesões. A aplicação não provocou dor nem ardência. Para minha surpresa, na manhã seguinte, essas três lesões já apresentavam crostas e quase não doíam. Diante do resultado positivo, repeti o mesmo tratamento nas demais lesões. A dor desapareceu, voltei a dormir normalmente e recuperei a mobilidade no dia seguinte, sem desconforto.”
Iodopovidona
Há relatos prévios do uso da iodopovidona no tratamento do herpes-zóster e do herpes simplex, com resultados igualmente favoráveis (JAMA, 1965). Acredita-se que sua ação esclerosante favoreça o rápido ressecamento e a formação de crostas, aliviando a dor e acelerando a cicatrização. O valor clínico do antiviral aciclovir, seja oral ou tópico, no manejo de recorrências de herpes, é considerado limitado. Nesse contexto, a iodopovidona a 10% (solução aquosa disponível em farmácias) pode representar uma alternativa simples, acessível e eficaz para tratar recorrências sintomáticas.
Modo de usar
Na minha experiência clínica tenho obtido bons resultados com o uso de iodopovidona para tratar herpes, com aceleração na resolução do quadro. A recomendação é aplicar a solução de iodo no local afetado duas vezes ao dia, com auxílio de um chumaço de algodão.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;
Pós-graduação em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE – Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de Homeopatia;
Pós-graduação em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
Referências Bibliográficas:
*StatPearls 2023. Herpes Zoster.
*Scientific Reports 2024. Immunogenetic profiles of 9 human herpes virus envelope glycoproteins.
*Lancet 2004. Povidone-iodine for herpes zoster.
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