De
acordo com o Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA),
nos países desenvolvidos, como os EUA, nos últimos anos observa-se estabilidade
ou diminuição da incidência de cânceres intestinais, o que pode ser considerado
uma consequência da eficácia na detecção e remoção de lesões pré-cancerosas. Em
contrapartida, nos países em desenvolvimento, como os da América Central e do
Sul e Leste Europeu, é possível identificar um padrão de crescimento desses índices.
O
câncer do intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. O seu
tratamento primário é a cirurgia, que consiste na retirada do tumor juntamente
com parte do intestino e os linfonodos adjacentes, sendo que o local e a
extensão da ressecção intestinal influenciarão no tamanho do intestino
remanescente, estando diretamente relacionados à funcionalidade do órgão em
questão.
Na
região Norte do Brasil, no ano de 2016, segundo as estimativas do INCA, os
cânceres de cólon e reto ocuparam o 3° lugar em incidência em homens e 4° lugar
em mulheres, correspondendo à estimativa de 440 e 480 novos casos para cada 100
mil habitantes da região, respectivamente.
A
ressecção ileal, acarreta consequência nutricionais mais importantes do que a
resseção jejunal, pois aquele segmento desempenha funções únicas de reabsorção
intestinal dos sais biliares, gordura e da vitamina B12. Resseções colônicas
também resultam em grande impacto nutricional, tendo em vista a importância do
cólon em sua atuação no esvaziamento gástrico, na absorção de volume maior de
fluidos e dos ácidos graxos de cadeia curta, na capacidade de fermentar os
carboidratos mal digeridos, obtendo mais energia adicional para o organismo e a
preservação do nitrogênio.
A
maior parte dos pacientes com câncer intestinal tem a indicação de realização
de estomas intestinais, procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização
do íleo (ileostomia) ou do cólon (colostomia) para o meio extracorpóreo através
da parede abdominal, podendo ser uma condição temporária ou definitiva.
O
pacientes submetido a uma operação cirúrgica intestinal, que retorna para casa
após alta hospitalar, precisa tomar alguns cuidados com relação a sua
alimentação. Dentre outros fatores, o fracionamento das refeições, a
consistência e composição da dieta implicam na manutenção ou melhora do estado
nutricional do paciente, considerando que suas funções intestinais normais
estão comprometidas, o que resulta na necessidade de condutas dietoterápicas
que auxiliem na regulação da homeostase orgânica prejudicada, equilíbrio
hidroeletrolítico e adequada absorção de macro e micronutrientes.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2016: Incidência de Câncer
no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2015.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de
Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Falando sobre câncer do
intestino. Rio de Janeiro: INCA; 2003.
Consenso
Nacional de Nutrição Oncológica. Instituto Nacional de Câncer – INCA, 2009.
Nacimento,
GFB.; Campos, JSP. Manual de Orientação Nutricional para pacientes ostomizados.
BRASPEN J 2018; v.33, n.3, p: 248-270.
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