Esofagite
consiste na inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo do conteúdo
ácido-péptico gástrico. Esse refluxo decorre de uma diminuição na pressão do
esfíncter esofagiano inferior (EEI) que não se contrai adequadamente após a
passagem dos alimentos para o estômago, permitindo o retorno do conteúdo
gástrico.
O
controle da pressão do EEI é feito pelo sistema nervoso e humoral. A gastrina
(fase gástrica da digestão) aumenta a pressão, enquanto que a colecistocinina
(CCK) e a secretina a diminuem (fase intestinal da digestão). Algumas
substâncias podem alterar a pressão do EEI. A cafeína, a teobromina e o álcool
diminuem e por isso contribuem para o refluxo. O sintoma mais comum é a
queimação dolorosa epigástrica e retroesternal.
Deve-se
ressaltar que a hérnia de hiato (protusão de uma porção do estômago para dentro
do tórax através do hiato esofagiano do diafragma) por alterar a anatomia
esofagogástrica, apresenta forte associação com a esofagite. A correção
cirúrgica pode fazer parte do tratamento.
O
aumento da pressão intra-abdominal (gravidez, obesidade) também pode
desencadear o refluxo gastroesofágico. Na avaliação nutricional dos pacientes
com esofagite a obesidade é achado frequente, e a perda de peso deve ser
programada, pois contribuirá para a diminuição do refluxo.
Os
objetivos da terapia nutricional são: prevenir a irritação da mucosa esofágica
na fase aguda; auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico; contribuir
para o aumento da pressão do EEI; corrigir e manter o peso ideal.
Quadro 1.
Recomendações Nutricionais na Esofagite.
Característica
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Recomendação Nutricional
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Valor energético total
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Suficiente para manter o
peso ideal
Se necessário, programar a
perda de peso
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Lipídios
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Hipolipídica (< 20% das
calorias totais)
Evitar alimentos e
preparações gordurosas, uma vez que a CCK diminui à pressão do EEI
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Consistência da dieta
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Fase aguda: líquida ou semilíquida
com evolução até geral (com melhora da disfagia)
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Fracionamento
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6 a 8 refeições de pequenos
volumes para evitar o refluxo
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Líquidos
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Preferencialmente entre as
refeições – evitar nas refeições principais (almoço e jantar) para diminuir o
volume ingerido
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Excluir
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Alimentos que diminuem a
pressão do EEI: café, maté, chá preto, bebidas alcoólicas
Alimentos que irritam a
mucosa inflamada: sucos e frutas ácidas, tomate
Alimentos que estimulam a
secreção ácida: com alto teor de purinas (consumê)
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Recomendações Gerais
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Não comer antes de dormir
(espaço de duas horas)
Comer em posição ereta
Não se recostar ou deitar
após a refeição
Manter horários regulares
para evitar aumento do volume das refeições
Não usar roupas e acessórios
apertados
Manter a cabeceira da cama
elevada
|
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Cuppari L et al. Doenças renais. In: Cuppari L.
Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de
Medicina - nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p. 202-204.
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