quarta-feira, 17 de abril de 2019

Refluxo Gastroesofágico - Esofagite


Esofagite consiste na inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo do conteúdo ácido-péptico gástrico. Esse refluxo decorre de uma diminuição na pressão do esfíncter esofagiano inferior (EEI) que não se contrai adequadamente após a passagem dos alimentos para o estômago, permitindo o retorno do conteúdo gástrico.

O controle da pressão do EEI é feito pelo sistema nervoso e humoral. A gastrina (fase gástrica da digestão) aumenta a pressão, enquanto que a colecistocinina (CCK) e a secretina a diminuem (fase intestinal da digestão). Algumas substâncias podem alterar a pressão do EEI. A cafeína, a teobromina e o álcool diminuem e por isso contribuem para o refluxo. O sintoma mais comum é a queimação dolorosa epigástrica e retroesternal.

Deve-se ressaltar que a hérnia de hiato (protusão de uma porção do estômago para dentro do tórax através do hiato esofagiano do diafragma) por alterar a anatomia esofagogástrica, apresenta forte associação com a esofagite. A correção cirúrgica pode fazer parte do tratamento.

O aumento da pressão intra-abdominal (gravidez, obesidade) também pode desencadear o refluxo gastroesofágico. Na avaliação nutricional dos pacientes com esofagite a obesidade é achado frequente, e a perda de peso deve ser programada, pois contribuirá para a diminuição do refluxo.

Os objetivos da terapia nutricional são: prevenir a irritação da mucosa esofágica na fase aguda; auxiliar na prevenção do refluxo gastroesofágico; contribuir para o aumento da pressão do EEI; corrigir e manter o peso ideal.

Quadro 1. Recomendações Nutricionais na Esofagite.

Característica
Recomendação Nutricional
Valor energético total
Suficiente para manter o peso ideal
Se necessário, programar a perda de peso
Lipídios
Hipolipídica (< 20% das calorias totais)
Evitar alimentos e preparações gordurosas, uma vez que a CCK diminui à pressão do EEI
Consistência da dieta
Fase aguda: líquida ou semilíquida com evolução até geral (com melhora da disfagia)
Fracionamento
6 a 8 refeições de pequenos volumes para evitar o refluxo
Líquidos
Preferencialmente entre as refeições – evitar nas refeições principais (almoço e jantar) para diminuir o volume ingerido
Excluir
Alimentos que diminuem a pressão do EEI: café, maté, chá preto, bebidas alcoólicas
Alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos e frutas ácidas, tomate
Alimentos que estimulam a secreção ácida: com alto teor de purinas (consumê)
Recomendações Gerais
Não comer antes de dormir (espaço de duas horas)
Comer em posição ereta
Não se recostar ou deitar após a refeição
Manter horários regulares para evitar aumento do volume das refeições
Não usar roupas e acessórios apertados
Manter a cabeceira da cama elevada

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Cuppari L et al. Doenças renais. In: Cuppari L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina - nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p. 202-204.

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