A diabetes gestacional consiste em uma alteração no
metabolismo dos carboidratos, caracterizada por uma resistência a insulina
levando a hiperglicemia, que aparece pela primeira vez durante a fase
gestacional e na maioria dos casos desaparece depois do parto. Mas pode ser
indicativo de desenvolvimento de diabetes subsequente.
Normalmente, a glicemia e produção de insulina
aumentam com a evolução da gravidez, influenciadas pela mudança hormonal e para
favorecer o crescimento do bebê. Mas em algumas mulheres, esse mecanismo
fisiológico normal pode se tornar patológico. A diabetes aparece geralmente
após a 20ª semana e afeta de 5 a 10% das gestações.
Esta pode trazer sérios riscos ao bebê e aumentar a
mortalidade fetal e a prematuridade. Ou caso a gestação seja levada até o prazo
normal, os bebês tem maior risco de macrossomia, devido a exposição a altos
níveis de glicose o que aumenta a sua produção de insulina, um hormônio
anabólico.
A obesidade aparece como principal fator de risco
para o desenvolvimento da diabetes gestacional, porém outros fatores podem
estar associados ao aparecimento dessa doença neste período, a idade avançada,
a falta de atividade física, uma alimentação desregrada, o ganho de peso
excessivo, o stress, história familiar de diabetes, entre outros.
Estudos mostram que mesmo para gestantes obesas a
restrição calórica e/ou alimentar deve ser baseada nas circunstâncias
individuais (história de ganho de peso, patologias associadas, histórico
familiar, entre outras), tornando fundamental o acompanhamento nutricional
nesta fase. A alteração no consumo de carboidratos, principalmente, será
necessária para gestantes diabéticas, porém a individualidade de cada mulher
especificará o tipo e a forma com que a dieta será realizada.
Dicas Nutricionais:
● Em primeiro lugar, é muito importante a avaliação
individual feita por um nutricionista, especialmente para gestantes acima do
peso, que precisam controlar as calorias ingeridas, pois a restrição calórica e
o controle do peso são essenciais para a manutenção adequada da glicemia;
● Evite o consumo de carboidratos refinados como a
farinha e o açúcar, pois estes alimentos elevam a glicemia rapidamente.
Diferentemente de mulheres diabéticas não grávidas, que podem comer pequenas
quantidades de alimentos doces, as gestantes devem ser mais restritivas, pois
os hormônios deixam o organismo mais sensível ao açúcar;
● Outros alimentos de alto índice glicêmico a serem
evitados: cereais matinais, a grande maioria contém açúcar ou xarope de glicose
na composição; farofa, polenta e outros alimentos feitos com farinha de
mandioca ou de milho e arroz branco;
● Prefira consumir carboidratos de baixo índice
glicêmico (cereais integrais, arroz integral, feijões, quinoa, aveia, pães integrais),
estes demoram mais para serem digeridos, liberando mais lentamente a glicose,
não elevando os níveis sanguíneos;
● Verifique quantos tipos de carboidratos você
ingere por refeição, mesmo que sejam grãos integrais ou carboidratos de baixo
índice glicêmico, deve-se ter moderação no consumo destes alimentos, não
passando de 2 tipos nas principais refeições (arroz integral e lentilha, ou
quinoa e purê de batata doce);
● Alimente-se de 3 em 3 horas, com porções menores,
dessa forma é mais fácil controlar a glicemia para que não haja picos;
● As frutas não devem ser excluídas do cardápio,
porém seu consumo deve ser moderado, pois elas fornecem frutose e glicose
também. Prefira consumi-las nos intervalos das refeições;
● Evite alimentos ricos em gorduras saturadas e
trans, como produtos industrializados, biscoitos, embutidos e carnes gordas. As
gorduras são importantes sim, mas prefira as gorduras saudáveis como o azeite,
que fornece ácidos graxos essenciais - não produzimos esses compostos – e ajudam
a diminuir a carga glicêmica da refeição;
● Existem indícios de que mulheres diabéticas podem
ser mais susceptíveis a desnutrição proteica, por isso não deixe de consumir
fontes de proteínas (carnes magras, peixes, feijões, leite, ovos) importantes
durante a fase gestacional para o fornecimento de aminoácidos essenciais ao
feto;
● O consumo de carnes vermelhas precisa ser
limitado a 2 vezes na semana. Além disso, as carnes devem ser de preferência
magras, sem pele e sem gordura aparente. Alguns estudos sugerem que o excesso
de ferro das carnes prejudicaria as células produtoras de insulina no pâncreas;
● O consumo de peixe é importante – mínimo 2 vezes
na semana - estudos mostram que o ômega 3 durante a gestação pode auxiliar na
prevenção de más formações neurológicas no feto;
● O uso de adoçantes não é liberado para mulheres
com diabetes gestacional, pois muitos deles podem trazer prejuízos ao bebê.
Evite ao máximo alimentos que precisem ser adoçados. Um adoçante com uso
aprovado é a sucralose, mas o consumo deve ser moderado;
● Pesquisas relatam que durante o diabetes
gestacional ocorrem deficiências de vitaminas e minerais, pois há uma grande
perda desses nutrientes pelo aumento no volume de urina, além de uma absorção
deficiente. Deficiências de cromo, magnésio, potássio e vitamina B6, podem
potencializar a hiperglicemia, uma vez que estas deficiências levam a prejuízos
na produção de insulina pelo pâncreas. Por isso consuma mais peixes, legumes e
verduras, principais fontes destes minerais.
Texto elaborado por: Patrícia
Bertolucci
Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás –
UFG.
Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte
ou com interesse em qualidade de vida.
Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci
Consultoria em Nutrição.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
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