O
re-equlíbrio corporal após o estresse é realizado através da ativação do eixo
hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA), que libera a secreção de catecolaminas e
cortisol.
O
cortisol é considerado o hormônio do estresse, antagonista da serotonina,
conhecido como o hormônio do bem estar e prazer, o chamado o hormônio da
felicidade.
Na presença de alergias alimentares, a ingestão do
alimento alergênico em si promove uma situação de estresse orgânico,
estimulando o hipotálamo a liberar endorfina, que promove alivio físico e
mental. Esta sensação de prazer faz com que o indivíduo consuma novamente o
alimento alergênico, promovendo um processo inflamatório, e maior liberação de
cortisol, adrenalina e noradrenalina mediante resposta inflamatória. As reações
alimentares inadequadas levam a uma redução no aporte da glicose para o
interior das células, reduzindo a formação de ATP (molécula de energia),
favorecendo o surgimento de sintomas de fadiga e baixa concentração, aumentando
o desejo por alimentos ricos em carboidratos, o que promove o aumento do peso
corporal.
As catecolaminas liberadas ligam-se aos seus
receptores distribuídos por diversos tecidos do organismo, e promovem eventos
cardiovasculares, metabólicos, nervosos e imunológicos. Além disso, a liberação
crônica de cortisol dificulta a liberação dos triglicerídeos pelos adipócitos,
dificultando, por isso a perda de peso.
Efeitos do aumento do cortisol a longo prazo:
- Aumento de gordura visceral;
- Resistência à insulina;
- Aterosclerose;
- Osteoporose;
- Mudança de Humor;
- Distúrbios do sono, fadiga e doenças autoimunes.
Em relação à Nutrição Funcional e o estresse, saiba
que há diversos estudos que indicam que a nutrição adequada é essencial para
uma resposta efetiva a esse mal. Pacientes em uso de fluoxetina apresentam
níveis baixos de folato sérico, respondendo de forma menos efetivo ao
tratamento.
Além disso, estudos verificam que a ansiedade e o
estresse psicológico estão relacionados à redução parcial de magnésio,
associado ao aumento da excreção urinária deste mineral, indicando a
necessidade de reposição do mesmo pela alimentação ou por suplementação.
A deficiência de Ômega 3 contribui para o aumento
da liberação de catecolaminas e cortisol. O consumo de linhaça, rica em
lignanas e ácido linoleico, reduz pressão arterial durante estados de estresse
mental, e promove redução no cortisol plasmático em mulheres pós-menopausa.
Alimentos indicados para períodos de estresse:
Chá verde e matchá: Contém
teanina, aminoácido com propriedades psicoativas, que reduz estresse físico e
mental pelo controle do cortisol. Porém, seu consumo deve ser controlado de
acordo com a indicação de sua nutricionista, a cafeína presente no chá verde
pode interferir na qualidade do sono.
Peixes, Vegetais Folhosos verde escuro, soja e
arroz integral: Ricos no fosfolipídio fosfatidilserina,
fundamental para o funcionamento adequado das células neuronais. Estudos têm
demonstrado que a fosfatidilserina é capaz de reduzir os níveis de cortisol
elevados induzidos pelo estresse físico e mental.
Abacate e oleaginosas: Rico em
beta-sitosterol que modula os efeitos do cortisol. O beta-sitosterol é um
fitoesterol encontrado em frutas, sementes e oleaginosas e também na forma
isolada, que pode ser manipulado em farmácias magistrais, de acordo com a
prescrição de sua nutricionista.
Frutas Cítricas: Ricas em Vitamina C, que tem
importante ação antioxidante com efeitos na modulação do cortisol. Em um estudo
com ultramaratonistas, um grupo recebeu 500mg/dia de vitamina C, outro grupo
recebeu 1500mg/dia e outro recebeu placebo sete dias antes da maratona, na
corrida e dois dias após a corrida. Os pesquisadores descobriram que os atletas
que tomaram 1500mg/dia de vitamina C tinham níveis de cortisol pós corrida
significativamente mais baixos, seguido por aqueles que tomaram 500mg/dia.
Plantas Adaptógenas:
● Rhodiola rósea, esta erva na medicina asiática
tem sido usada a séculos para aumentar a resistência física e a longevidade,
bem como para gerir a fadiga, depressão e impotência. Efeito positivos da
Rhodiola são exercidos através das ações das rosavinas e salidrosídeos,
compostos químicos encontrados na raiz da planta.
● Ginseng: Usado na Ásia desde a antiguidade, o
Panax ginseng ou ginseng coreano contém compostos (ginsenosídeos) que melhoram
a sensibilidade do eixo HPA para o cortisol.
● Ginkgo Biloba: Usado há mais de 5000 anos para
tratar várias condições médicas. Atualmente muito utilizado para ajudar no
declínio da memória e demência. Evidências sugerem que pode ser útil no
tratamento do impacto do estresse e nos níveis de cortisol.
Texto
elaborado por: Ana
Paula Martins
Especialista
em Nutrição Clínica e Esportiva Funcional e em Fitoterapia. Com mais de 14 anos
de experiência em nutrição e atendimento clínico. Membro da Sociedade
Brasileira de Nutrição Funcional.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário