Como
vimos, a interrupção do nosso relógio biológico pode implicar em várias
alterações orgânicas, originando doenças metabólicas graves.
Quer um exemplo de como somos regidos por um ritmo biológico? Você já passou por um JET LAG?
JET
LAG – “diferença de horário” é uma “fadiga de viagem” originada pela alteração
no ritmo circadiano, através das diferenças de fusos horários entre os países.
A pessoa fica com distúrbio do sono, tendo que ter algumas horas ou até dias,
para se adaptar ao novo horário.
Por
esse motivo, quando há competição esportiva em países diferentes, os atletas
chegam dias antes da competição, para poderem se adaptar e minimizarem os
efeitos da diferença de fuso horário.
Estratégias
nutricionais têm como objetivo favorecer a melhor saúde física e mental dos
indivíduos, para a manutenção da sincronia dos relógios biológicos de todos os
tecidos.
A
associação da regulação energética aos ritmos circadianos levanta a
possibilidade de que o momento de ingestão alimentar por si só pode desempenhar
um papel significante no ganho de peso, como ressaltado no artigo abaixo:
Estudos com ratos alimentados com dieta rica em gordura durante a fase diurna ganham significativamente mais peso, do que aqueles que se alimentam somente no período noturno (que é o período em que os ratos são mais ativos). Estudos realizados com crianças obesas mostraram que estas consomem uma quantidade energética elevada ao fim do dia e, crianças com peso adequado, tendem a consumir quantidade energética elevada no período da manhã (café e almoço).
Estudos com ratos alimentados com dieta rica em gordura durante a fase diurna ganham significativamente mais peso, do que aqueles que se alimentam somente no período noturno (que é o período em que os ratos são mais ativos). Estudos realizados com crianças obesas mostraram que estas consomem uma quantidade energética elevada ao fim do dia e, crianças com peso adequado, tendem a consumir quantidade energética elevada no período da manhã (café e almoço).
A
frequência das refeições é um dos fatores que podem contribuir com o
desenvolvimento da obesidade e doenças cardiovasculares, tendo uma associação
negativa entre o número de refeições e o peso corporal. Uma frequência
irregular de refeições prejudica o metabolismo energético, alteram as
concentrações de colesterol, triglicérides e aumenta a resistência à insulina.
A
redução do número de refeições por quatro semanas em pessoas com um padrão de
fracionamento regular, levou à um aumento de peso. Por outro lado,
alimentarem-se várias vezes ao dia, durante o período diurno, previne
flutuações metabólicas.
Estes
dados nos levam a hipótese de que, uma estratégia preventiva baseada na
modificação do comportamento alimentar (por exemplo, horário da alimentação),
sem alteração da ingestão calórica e atividade física, pode vir a ser um
elemento necessário para diminuir a incidência da obesidade e desordens
cardiometabólicas. As pesquisas indicam que, embora o pico de leptina ocorra à
noite (hormônio que nos dá saciedade), a ingestão alimentar em períodos
noturnos mais tardios (pulando refeições diurnas ou refeições inadequadas ao
longo do dia), há perda dessa sinalização de saciedade, podendo resultar em
ingestão alimentar maior ao final do dia.
Alimentos e horários de ingestão
Uma
vez que, pela manhã ocorre um pico de cortisol (aumento da glicemia) e da
adiponectina (aumento da sensibilidade à insulina), é o momento de melhor
tolerância à glicose ou resposta insulínica.
Sendo
assim, seria esse o melhor momento para o consumo de carboidratos devido à
maior sensibilidade à insulina, permitindo aumentar os estoques de glicogênio
para serem utilizados ao longo do dia? Ou deve-se consumir mais proteína e menos
carboidrato para não sobrecarregar o pâncreas, uma vez que o aumento da
glicemia e insulina já está aumentado devido ao cortisol?
No
período da tarde, ocorre hipoglicemia e menor sensibilidade à insulina, devido
ao pico de ação hormonal de Vaspin (hormônio secretado no tecido adiposo
visceral), é interessante uma dieta mais hiperproteica, tendo em vista que a
sensibilidade à insulina começa a diminuir?
À
noite, ocorre pico de secreção do hormônio leptina (que inibe o apetite), pico
de insulina com menor tolerância à glicose, menor nível de adiponectina (que
contribui para menor sensibilidade à insulina) e baixo cortisol. Seria o
período noturno adequado para consumir boa parte das calorias, considerando que
fisiologicamente o hormônio que reduz o apetite está aumentado? Seria
importante consumir mais carboidrato à noite para garantir glicose para o
período noturno, já que o hormônio do crescimento favorece a entrada da glicose
para dentro das células apresenta melhor sensibilidade nesse período, e o hormônio
hiperglicemiante está reduzido? Ou seria o momento para priorizar proteínas e
lipídeos?
A
essas respostas, cabe ao profissional nutricionista estabelecer objetivos e
prioridades, adequando-os de acordo com a individualidade bioquímica de cada
indivíduo, e somando às informações sobre ritmo de trabalho, atividade física,
presença ou não de sinais e sintomas, assim como doenças.
Texto
elaborado pela nutricionista: Dra. Christiane Bergamasco
Formada
em Nutrição, há mais de 10 anos, com cursos de pós-graduação em Nutrição
Clínica , Funcional e Fisiologia do Exercício. Autora de publicações
científicas em livros e revistas, atuou em hospitais de primeira linha e também
como professora universitária e consultora em programas de TV e revistas.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
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