Os hormônios tireoidianos exercem importantes funções fisiológicas com atuação em todos os órgãos e vias metabólicas. Seus principais efeitos incluem o desenvolvimento de vários tecidos como o sistema nervoso central, consumo de oxigênio, regulação da temperatura corporal, frequência cardíaca e metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras. Além disso, participam da síntese e degradação de muitos outros fatores de crescimento e hormônios. Esses hormônios são responsáveis pelo Hipo e Hipertireoidismo.
Hipotireoidismo
Há dois tipos de Tireoidismo: o Hipo e o Hipertireoidismo. A fonte de hormônio tireoidiano é a glândula tireoide, que secreta, predominantemente, tiroxina (T4) da qual deriva, por deiodinação, a maior parte do triodotironina (T3) circulante. O T3 apresenta atividade biológica no mínimo 5 vezes maior do que o T4. Assim, como todos os tecidos do organismo possuem receptores para T3, todos são dependentes da sua atividade biológica, que só acontece quando esse hormônio se liga a esses receptores. A deficiência na produção desses hormônios caracteriza o hipotireoidismo e provoca consequências adversas sobre a saúde.
Os hormônios tireoidianos têm importante impacto no metabolismo do colesterol. Onde ocasionam redução dos níveis de LDL. De fato, pacientes com hipotireoidismo apresentam níveis aumentado de colesterol total, triglicerídeos e LDL.
Hipertireoidismo
Já o hipertireoidismo ocorre quando há excesso de hormônio produzido pela glândula tireoide. Sua principal causa é o bócio difuso tóxico, mais conhecido como doença de Graves ou doença de Basedow-Graves. É uma síndrome caracterizada por hipertireoidismo associado àoftalmopatia específica e mixedema pré-tibial. Outras causas de hipertireoidismo são o bócio multinodular tóxico e o adenoma tóxico.
Como manifestações clínicas do hipertireoidismo podemos citar o nervosismo, sudorese excessiva, intolerância ao calor, palpitação, fadiga, perda de peso, dispneia e fraqueza. Além disso, podemos ainda citar: aumento do apetite, queixas oculares, edema de membros inferiores, hiperdefecação, diarreia, distúrbios menstruais, anorexia, ganho ponderal, taquicardia, bócio, tremor, entre outros.
Tratamento Nutricional do Hipo e Hipertireoidismo
Em um estudo publicado em 2015 pela revista Nutrición Hospitalaria observou que o tratamento de hipertireoidismo subclínico tem impacto sobre a composição corporal em indivíduos com mais de 65 anos. Além disso, o ganho de peso reflete aumento de gordura e, mais interessante, na massa magra.
O estado nutricional em relação aos excessos ou carência de micronutrientes, assim como a exposição a algumas substâncias bociogênicas, pode interferir na regulação da tireoide e na produção hormonal periférica. Dessa forma, acaba comprometendo o equilíbrio funcional dos hormônios tireoidianos.
O iodo tem como única função conhecida o metabolismo dos hormônios tireoidianos. Dependendo da disponibilidade do iodo a tireoide é capaz de aumentar ou limitar a utilização dessa substância para a produção dos hormônios tireoidianos.
O selênio também tem função importante na regulação do funcionamento da tireoide. A tireoide contém a maior concentração de selênio entre todos os tecidos. A deficiência de selênio está relacionada com aumento dos níveis circulantes de anticorpos antitireoidianos (anti-TPO: antitireoperoxidase). Além disso, a suplementação de selênio pode reduzir a atividade inflamatória contra a tireoide. Porém, não cura a tireoidite de Hashimoto.
Outros micronutrientes também influenciam na regulação tireoidiana, como é o caso da vitamina A, o cálcio, bromo, flúor e cobalto.
Alguns alimentos mais eficazes para ajudar na destoxificação incluem bássicas, os curcuminoides (cúrcuma e curry), chá verde, alimentos que contém enxofre. Vários desses alimentos podem conter substâncias bociogênicas. Dessa forma, a orientação de consumo, além da forma de preparação, devem ser levadas em consideração em pacientes com suscetibilidade genética para as desordens tireoidiana.
A maneira mais segura para a saúde tireoidiana seria a redução da exposição tóxica, reduzindo o consumo de produtos industrializados e dando preferência aos alimentos orgânicos. Esses conferem maior proteção destoxificante, antioxidante e de fitonutrientes anti-inflamatórios. Além disso, reciclar e reutilizar materiais cuja decomposição no meio ambiente é lenta e fonte de liberação de diversos disruptores endócrinos também representa uma medida importante.
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