domingo, 25 de outubro de 2015

Alimentação de Pacientes em Diálise



    Quando o indivíduo apresenta doença renal crônica, o rim não consegue eliminar adequadamente os restos dos alimentos digeridos e, nessa situação, deve-se ter uma orientação quanto à alimentação, que deve ter certos cuidados. Quando os rins não funcionam, substâncias como potássio, fósforo, ureia, sódio e água vão se acumulando no sangue. A maior quantidade destas substâncias causa problemas no corpo como fraqueza nas pernas, diminuição do crescimento, palidez da pele, coceira no corpo todo, cansaço fácil e diminuição da urina.

            Ao iniciar o programa dialítico, a ingestão de proteína é maior do que no tratamento conservador, pois a perda de proteínas no processo de diálise pode ser significativa. Portanto, é essencial ter uma alimentação correta para evitar a desnutrição. Nesta fase, os níveis de fósforo e potássio já podem estar bem elevados e devem ser acompanhados de perto.

            Para garantir a ingestão adequada de proteína, porém controle do fósforo, deve-se seguir algumas orientações, tais como:

Evitar

● Queijos;
● Miúdos (moela, fígado, coração, sarapatel, dobradinha, chouriço, etc);
● Embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, salame, presunto, etc);
● Oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes);
● Chocolates;
● Coca-cola e Pepsi;
● Cervejas;
● Frutos do mar;
● Peixes como: sardinha, atum, bacalhau e salmão;
● Gema de ovo.

            Evite também alimentos industrializados, que possuem conservantes que são grande fonte de fósforo facilmente absorvido no intestino.

            Além dos cuidados com a alimentação, o controle do fósforo deve ser feito com o uso de quelantes (medicações que impedem a absorção do fósforo), se necessário. Este deve ser tomado durante as refeições e lanches segundo orientações.

          Para o controle do potássio, prepare verduras e legumes cozidos para as suas principais refeições. É importante ter uma tabela com uma lista de alimentos ricos e pobres em potássio para consulta, que pode ser fornecida pelo profissional que o acompanha.

Frutas com baixo teor de potássio: Abacaxi, acerola, ameixa fresca, banana maçã, caju, caqui, jabuticaba, laranja lima, lima da pérsia, limão, maçã, manga, melancia, morango, pera, pêssego, pitanga.

Verduras com baixo teor de potássio: Alface, agrião, almeirão, cenoura, escarola, pepino, pimentão, repolho, tomate.

Legumes (baixo teor de potássio se cozidos em água fervente e desprezando a água da fervura): Abóbora, abobrinha, acelga, batata, berinjela, beterraba, brócolis, chuchu, couve-flor, couve-manteiga, espinafre, mandioca, mandioquinha, quiabo, vagem.

           
   Não coma carambola e não tome o suco natural da fruta, pois contém uma substância tóxica para os portadores de doença renal. Entre as manifestações destacam-se soluços, vômitos, fraqueza muscular, insônia, distúrbios de consciência, agitação, convulsão e morte. Inicialmente os sintomas eram vistos em pacientes que estavam em programa de diálise, porém, diversos estudos também mostraram o mesmo ocorrendo em pacientes em tratamento conservador.


            Quanto à ingestão de líquidos, esta varia de acordo com a quantidade do seu volume diário. De um modo geral, se você urina, a restrição de líquidos é 500ml somados ao seu volume urinário em 24 horas. Se você não urina, a restrição é em torno de 500 ml ao dia. O ganho de peso entre uma diálise e outra (intervalo interdialítico) deve ser de 3 a 5% do peso seco. Por exemplo, para um paciente de 70kg, o ganho entre uma diálise e outra deve girar em torno de 2,1kg (3% do peso seco). Como regra geral, é importante não ganhar muito além de 2kg nesse intervalo e 3kg aos fins de semana. O excesso de líquidos pode trazer consequências importantes, tais como: água no pulmão, falta de ar e aumento da pressão arterial.

Sal (Sódio)

Os pacientes devem ser orientados a utilizar pouco sal no preparo dos alimentos, bem como a não consumir alimentos processados como embutidos e enlatados e condimentos industrializados, nos quais o conteúdo de sódio é excessivamente elevado.

● Embutidos em geral: presunto, mortadela, bacon, linguiça, salame, salsicha;
● Peixes processados e salgados: sardinha, atum, salmão, bacalhau, aliche e carne seca;
● Queijos em geral, exceto ricota e queijo minas fresco;
● Enlatados em conserva, como milho, ervilha, azeitonas, picles, palmito;
● Margarina ou manteiga com sal;
● Temperos e molhos prontos;
● Sopas e alimentos de pacote.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Avesani, CM; Pereira, AML; Cuppari, L. Doença Renal Crônica. Nutrição nas doenças crônicas não-transmissíveis. 1 ed. São Paulo: Manole, 2009, p. 267-330.

Cuppari L et al. Doenças renais. In: Cuppari L. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina -nutrição clínica no adulto. 1a ed. São Paulo: Manole. 2002. p. 167-199.

Paciente em Diálise. Sociedade Brasileira de Nefrologia. Disponível em: www.sbn.org.br Acessado em: 12/10/2015.

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