A doença de Parkinson (DP) é uma
doença progressiva e degenerativa, em cujo curso a mobilidade do paciente se
deteriora, o que pode implicar dificuldades nas atividades de vida diária, tais
como fazer compras e cozinhar, o que possivelmente também acarretará mudanças
nos hábitos alimentares, ingestão de energia e nutrientes. Poucos estudos têm
focado os hábitos alimentares em pacientes com DP. Além disso, quanto à
prevenção da enfermidade aliada a uma alimentação saudável, ainda existem
algumas controvérsias, principalmente com relação aos micronutrientes.
Entre as alterações provocadas pela
DP, encontra-se a perda de peso como um achado comum. A falta de apetite também
está associada a quadros depressivos frequentes, assim como os efeitos
colaterais das medicações que também contribuem para a baixa ingestão
alimentar, além das disfunções sensoriais com diferentes intensidades em
portadores dessa doença.
Devido à sintomatologia presente, como
perda de peso involuntário, dificuldades de mastigação e até mesmo a
desnutrição, são necessários cuidados nutricionais específicos, visando a
manutenção do peso, ingestão de proteínas adequadas, prevenção do controle de
constipação e adaptação do paciente que pode possuir problemas motores.
Avaliação Nutricional
Tendo em vista a transição
epidemiológica e o aumento da prevalência do sobrepeso e obesidade na população
brasileira, a avaliação isolada de medidas antropométricas e IMC pode disfarçar
a presença de risco nutricional. Em contrapartida, essas medidas de fácil
obtenção são recomendadas para o monitoramento do estado nutricional.
As medidas de circunferência do braço
e da panturrilha de idosos com DP não se diferenciam das encontradas em idosos
saudáveis. A redução de medidas antropométricas resulta, geralmente, de longo
prazo de desnutrição, sendo essas medidas pouco sensíveis para detecção precoce
de má nutrição. O acompanhamento desses pacientes se faz necessário para evitar
que mudanças na ingestão alimentar ao longo da evolução da doença possa
contribuir para a instalação da desnutrição.
Quando comparada às medidas
antropométricas, a MAN (Mini Avaliação Nutricional) é uma ferramenta precisa e
sensível de avaliação, devido a sua capacidade abrangente de estimar perda de
peso e capacidade funcional, além de incluir medidas antropométricas. Apesar da
eficiência da MAN em estimar o estado nutricional de pacientes idosos sob
várias condições, poucos estudos têm avaliado o estado nutricional
de pacientes com DP por meio dessa ferramenta, provavelmente por apresentar a
limitação de requerer resposta a questões que necessitam de memória, podendo
esta estar afetada nessa população.
As drogas antiparkinsonianas devem ser
ingeridas junto com alimentos para evitar náuseas e irritações no trato
gastrointestinal. Podem provocar alterações no peso, xerostomia (produção
insuficiente ou nula de saliva) ou sialorreia (produção excessiva de saliva),
alteração da palatabilidade, constipação ou diarreia, fadigabilidade entre
outros sintomas.
Bioquimicamente, provoca diminuição de
hemoglobina, hematócrito, leucócitos e potássio; aumento da TGO, TGP, fosfatase
alcalina, bilirrubina e ureia; no exame de urina pode aparecer falsa hipo ou
hiper-glicosúria, aumento do ácido úrico e retenção.
Outro aspecto
importante da DP é o tratamento com o medicamento levodopa (principal droga utilizada
no tratamento da DP, que alivia os sintomas por aumentar as concentrações de
dopamina), em que alguns aminoácidos dietéticos podem competir com esta droga
em relação a absorção intestinal e transporte desse medicamento através da
barreira sangue-cérebro, limitando assim a sua eficácia e sendo responsável
pela ocorrência de flutuações motoras. Assim, diretrizes recomendam dieta com
baixo teor de proteínas à medida que a doença progride, pois nesses casos são
necessárias doses mais elevadas de levodopa.
A levodopa
aumenta a excreção urinária de potássio e sódio e a necessidade de vitamina C,
diminui a absorção de triptofano e outros aminoácidos.
É preciso dar
atenção especial também para a piridoxina, pois ela aumenta o metabolismo da
levodopa diminuindo sua concentração no encéfalo.
A orientação
dietética do paciente com Parkinson deve ser baseada nas recomendações
nutricionais específicas para sua faixa etária, bem como minimizar as
alterações no TGI, prevenir alterações hepáticas, renais e/ou cardiovasculares,
devido aos medicamentos utilizados, e, principalmente, manter equilibrado seu
estado nutricional.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas,
psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente,
para seu conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
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RCB. Quais são os distúrbios nutricionais relacionados com a doença de
Parkinson. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 07/04/2016.
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