O Transtorno
do Espectro do Autismo é uma deficiência crônica, incapacitante que
compromete o desenvolvimento normal da criança e se manifesta em geral antes
dos 3 anos de idade, principalmente em meninos. O autismo apresenta diferentes
graus segundo o comprometimento psiconeurológico, social e linguístico,
características estas que prejudicam a interação social, a comunicação
(linguagem é atrasada ou não se manifesta) e podem induzir a reações não usuais
a sensações com ouvir, ver, tocar, sentir, equilibrar e deglutir. Uma criança
autista tem dificuldade de interagir com os outros, demonstra pouco interesse
em se relacionar e não possui consciência social.
O autismo tem causa multifatorial,
dentre eles podemos citar, interações genéticas, deficiências ou excessos
nutricionais, exposição pré e pós-natal a substâncias químicas ou a vírus,
falhas durante o processo de fechamento do tubo neural embrionário, disfunção do
sistema imune e alergias.
E aí você deve estar se perguntando, o
que os probióticos têm a ver com o autismo? Se você pensava que os probióticos
auxiliavam apenas no bom funcionamento do seu intestino você está parcialmente
correto!
Além de apresentarem sintomas
psicológicos e neurológicos, os autistas, também apresentam sintomas como dor
abdominal, constipação, diarreia e distensão abdominal devido, dentre outros
fatores, a baixa qualidade da flora microbiana presente no intestino.
Em consequência disto é normal que as
crianças apresentem deficiência nutricional, desconfortos abdominais e
irritabilidade. Inclusive, é uma possível explicação para o repudio a algumas
classes de alimentos como o leite e seus derivados, ou até mesmo a problemas
como falta de concentração e capacidade de executar ordens.
Probióticos são microrganismos vivos
que quando ingeridos melhoram o equilíbrio do trato gastrointestinal, ao
estimularem a proliferação de bactérias benéficas em detrimento das bactérias
patológicas (causadoras de doença). Além disso, são capazes de aumentar a
absorção de nutrientes, característica esta extremamente interessante aos
autistas.
A partir desta ideia, e visando a
melhora da qualidade de vida dos portadores de autismo, foi realizada uma
pesquisa com o intuito de avaliar o potencial dos probióticos na redução dos
sintomas gastrointestinais. Assim, 22 crianças diagnosticadas com autismo,
receberam iogurtes enriquecidos com probiótico (Lactobacillus acidophilus) duas vezes por
semana durante 2 meses. Os resultados indicaram que ao fim do tratamento houve
uma melhora significativa no comportamento das crianças avaliadas, tanto quanto
a capacidade de concentração e execução de ordens.
Estudos pioneiros como este são
importantes e devem ser estimulados, pois abrem portas para a melhor
compreensão deste transtorno tão complexo e multifatorial, e, principalmente
por serem uma via de melhorarmos a qualidade de vida destas crianças, que um
dia, assim como você serão adultos e idosos.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Bachiega, P. Autismo x
Probióticos. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP.
Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
Kaluzna-Czaplinska, J.; Blaszczyk, S. The level of
arabinitol in autistic children after probiotic therapy. Nutrition
2012; v. 28, p. 124–126.
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