O fumo é fator de risco para as
quatro principais causas de morte em todo o mundo: doença cardíaca e pulmonar
obstrutiva crônica, câncer e acidente vascular cerebral (AVC).
O cigarro é composto por
aproximadamente nove a 17mg de nicotina de 800mg de tabaco por cigarro, além de
outros 3.000 ingredientes. Sua fumaça produz gases como nitrogênio, dióxido de
carbono, metano, entre outros. Além de produzir um composto de substâncias
químicas como o alcatrão, que é carcinogênica, numa proporção de 17 a 40mg por
unidade. Estudos ainda encontraram 20,9mg de mercúrio por cigarro,
substância altamente tóxica.
Portanto, você tem todos os
motivos para acabar com o hábito de fumar! Porém, o fato de a nicotina
causar dependência química no organismo torna a cessação do tabagismo uma
tarefa difícil.
Vejamos primeiro qual é o
mecanismo de atuação de dependência da nicotina no corpo:
A nicotina atua principalmente no
sistema nervoso central. No cérebro ela age nos receptores nicotínicos da
acetilcolina e promove excitação neuronal e maior liberação de
neurotransmissores. Na medula, inibe os reflexos espinhais e causa relaxamento
do músculo esquelético.
Os efeitos neuroquímicos da
nicotina incluem a liberação de dopamina, noradrenalina e serotonina,
semelhantes aos efeitos de alguns antidepressivos e por isso alguns fumantes
revelam que fumar ajuda a aliviar o estresse e a depressão.
Neste sentido a nutrição pode
auxiliar na cessação do tabagismo no sentido de modulação do estresse,
ansiedade e depressão reduzindo os efeitos negativos da abstinência.
Com relação à serotonina,
hormônio “da felicidade”, sabe-se que o aminoácido triptofano é precursor deste
hormônio, sendo um componente importante desta molécula. Estudos mostram que o
consumo aumentado estimula a produção da serotonina, assim, é importante
incluir na dieta banana, feijão e oleaginosas como castanhas, nozes e amendoins
e a aveia.
Na produção deste hormônio as
vitaminas do complexo B são essenciais e podem ser encontradas com o consumo de
vegetais verde-escuros, ovos, castanhas, cereais integrais (aveia, trigo
integral, quinoa) e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico). O
consumo de frutas como banana, abacate, uva, ameixa e pêssegos e carnes deve
ser diário.
É interessante também modular o
cortisol, hormônio marcador do estresse, com o consumo de ômega 3. Estudo
demonstrou que a suplementação de 2,5 g de ômega 3 reduziu 20% da
ocorrência de ansiedade nos participantes. As fontes alimentares de ômega 3 são
peixes como o salmão, a sardinha, o atum e a truta e as fontes vegetais (em
forma de ALA) são a chia, a linhaça e vegetais como brócolis e couve.
Outros nutrientes que
auxiliam substituindo a função da nicotina são o zinco, com efeito
antidepressivo e o magnésio com efeito relaxante da musculatura. Presentes em
frutos do mar, carnes, gérmen de trigo, grãos integrais, legumes e hortaliças,
frutas, entre outros. A vitamina D também é um importante modulador do humor, a
maior fonte são os raios solares sem uso de filtro, suplementos, óleo de fígado
de bacalhau, óleo de salmão e peixes.
Alguns fitoterápicos possuem
efeitos na modulação do humor, podemos utilizar de exemplo a Griffonia
simplicifolia, que contém mais de 90% de 5-hidroxitriptofano; a L-theanina que atua
equilibrando o metabolismo da dopamina e serotonina; a Melissa
oficinalis que é calmante e ajuda a relaxar; a Passiflora
incarnata (maracujá) que controla a ansiedade; a Rhodiola rosae
auxilia na tolerância ao estresse e equilibra o metabolismo de dopamina e
serotonina; entre outros. Estes devem ser prescritos por profissionais
habilitados, como nutricionistas especializados em fitoterapia ou médicos.
Saiba que os vilões do humor são
a cafeína e o açúcar, principalmente refinado, portanto fique o mais longe
possível destes. E não adianta querer substituir o cigarro por doces, pois além
de facilitar o ganho de peso prejudica o metabolismo da serotonina e tem o
mesmo poder viciante.
Quer
parar de fumar? Procure a ajuda de profissionais habilitados que possam
auxiliar neste processo!
As informações
contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
A nutrição como aliada no combate ao tabagismo.
Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br Acessado
em: 04/04/2016.
Araujo, A.J. et al . Diretrizes para Cessação do
Tabagismo. J. bras. pneumol., São Paulo, v. 30, supl.
2, p. S1-S76, Aug. 2004.
Cunha, G.H. et al. Nicotina e tabagismo. REPM. v.1,
n.4, p.1-10, 2007.
Pujol, A.P. Manual de nutricosméticos: receitas e
formulações para a beleza. Camboriú, SC: IEPN, 2014.
Cozzolino, S.M.F. Biodisponibilidade de nutrientes.
3 ed. Barueri, SP: Manole, 2009.
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