As
oleaginosas (nozes, castanhas e sementes) fornecem um arsenal de nutrientes
para a saúde. Amêndoa, castanha do Pará,
castanha de caju, noz, avelã, macadâmia, pecan, pistache, chia, linhaça,
semente de girassol, de abóbora e de gergelim são alguns exemplos.
Cada
oleaginosa tem as suas propriedades e todas são muito saudáveis. Amêndoas
fornecem cálcio e muita vitamina E. Nozes beneficiam e protegem o aparelho
cardiovascular. Macadâmias são as mais ricas em ômega-9. Semente de abóbora é
uma excelente fonte de zinco, enquanto a castanha do Pará é riquíssima em selênio. O ideal é sempre variar e acrescentar
oleaginosas diversas no cardápio para obter toda a gama de nutrientes e
fitoquímicos.
É bom, mas não engorda?
Nozes e sementes fornecem preciosos antioxidantes e
são alimentos funcionais, porque ajudam a prevenir e combater diversas doenças.
No entanto, elas são carregadas de calorias. Isto faz com que se limite a sua
ingestão porque engordam. Afinal, com uma média de 700 calorias por porção de
cem gramas, as oleaginosas costumam ficar restritas a ocasiões especiais.
Porém, os estudos mostram que as sementes
oleaginosas não estão associadas com o ganho de peso previsto. Vários fatores
contribuem para que estas calorias não se acumulem no nosso corpo. Em primeiro
lugar, por seu alto teor de gorduras benéficas, elas conferem alta saciedade
controlando o apetite. A pesquisa mostra uma ineficiência na absorção das
calorias que elas contêm uma possível
elevação na taxa metabólica basal (gasto de energia em repouso) e um aumento da
oxidação de gordura corporal, que é eliminada de forma mais eficiente. Consuma
um bom punhado (30 a 50 gramas) de amêndoa, noz, macadâmia, semente de girassol
ou qualquer outra da sua preferência, e agregue valor à sua saúde. Você só vai
engordar se comer grandes quantidades.
Amêndoas protegem o coração e reduzem a
obesidade abdominal.
Amêndoa
vem recheada com uma combinação potente de nutrientes que dão muita energia,
incluindo cálcio, magnésio, manganês, vitamina E, vitamina B2, ômega-9,
triptofano, além de fibra solúvel. A amêndoa é uma excelente fonte de antioxidantes
(quercetina e polifenois), que
ajudam a proteger contra o estresse oxidativo, envelhecimento e câncer. Eles se
concentram na pele marrom da amêndoa.
Há
uma série de estudos comprovando o efeito positivo de amêndoas na saúde: no
aparelho cardiovascular (aumentam o colesterol HDL, reduzem o LDL, protegem os
vasos sanguíneos), na musculatura (previnem a ação dos radicais livres que são
formados durante a prática de exercício intenso), contribuem para a perda de
peso e saciedade, podem amenizar sintomas de artrite, inibir o crescimento de células de
câncer e diminuir o risco de Alzheimer. Seu conteúdo de fibra solúvel e
proteína ajuda a estabilizar o açúcar no sangue, o que regula e mantém o nível
de energia em alta, além de reduzir o apetite e prevenir o diabetes.
Castanha
do Pará ativa a tireoide e o
cérebro
A
castanha-do-pará é uma semente oleaginosa rica em gordura boa (ômega-9),
minerais e fitoquímicos. Com elevado valor nutritivo, ela contém 60 a 70% de
lipídios e 17% de proteína. Uma única castanha fornece quase 100 mcg de
selênio, que corresponde a 150% da dose diária recomendada (RDA). Por seu alto
teor de ômega-9 e por fornecer antioxidantes diversos como vitamina E, selênio,
glutationa e esqualeno, a castanha age na saúde cardiovascular e cerebral.
Todo
esse ômega-9 colabora para um perfil lipídico saudável, com aumento do
colesterol HDL e redução do colesterol LDL.
A glutationa é um poderoso antioxidante que se associa com o selênio e
beneficia a saúde de várias formas: reforça o sistema imunológico, tem ação
anticancerígena e ativa o metabolismo da tireoide. Pesquisas mostram que a deficiência de
selênio no cérebro leva à rápida redução da capacidade cognitiva nos idosos, e
concluem que níveis adequados do mineral são importantes para manter as funções
neuropsicológicas em pessoas que envelhecem. Os portadores de mal de
Alzheimer têm somente 60% do selênio presente nos indivíduos saudáveis.
Macadâmia baixa o colesterol de forma mais eficiente que muitos medicamentos.
A macadâmia é uma semente deliciosa, recheada de
nutrientes (ômegas 7 e 9, proteína,
fibra, polifenois, fitoesterois, complexo B,
cálcio, magnésio, ferro, manganês, zinco), ajuda a baixar o colesterol e os
triglicerídeos, reduz o apetite e dá muita energia. Por ser rica em
antioxidantes ela protege o corpo contra diversas doenças, incluindo câncer
(mama, próstata, pulmão e estômago).
Ela ainda contribui para a saúde dos intestinos, ossos, unhas, cabelos e
pele.
Os estudos mostram que as sementes oleaginosas estão
associadas com risco reduzido de doença cardiovascular, principalmente devido à
sua composição de gorduras especiais. A
macadâmia é muito rica em ácido palmitoleico (ômega-7) e ácido oleico (ômega-9)
– 60 % do seu peso é composto por estes ácidos graxos. Seis artigos científicos
revisados investigaram o efeito da macadâmia sobre lipídios do sangue
(colesterol), oxidação e inflamação. Em todos houve melhora nos fatores de
risco para doença cardiovascular, com efeito notável sobre a redução do
colesterol total e LDL colesterol.
Semente de
abóbora ajuda no ganho de massa muscular.
Cerca de 100 gramas da semente fornecem 570
calorias, e vêm com 30 g de proteína de alta qualidade como bônus. Além disso,
ela contém doses generosas de minerais essenciais que o corpo usa para turbinar
os músculos. Ferro, zinco, manganês e magnésio trabalham em conjunto ajudando a
fazer com que seus músculos tenham mais resistência (endurance) e também agem na reparação muscular após a atividade
física intensa. A gordura das sementes é composta de ácidos graxos essenciais,
como ômega-3 e ômega-9, e muita vitamina E (237% da RDA em 100 g). Ela é
saborosa, e se for consumida na versão sem sal, quase não contém sódio (o
mineral que retém água no corpo), além de fornecer muito potássio, que combate
câimbras e cansaço muscular.
Semente de girassol corta a fome
Rico
em ácidos graxos (ômega 6 e 9), o girassol contém muita proteína, vitamina E (234% da RDA), vitaminas do complexo B e minerais como ferro, magnésio,
fósforo, manganês, zinco e selênio. Por ser rica em fibras ela melhora o
trânsito intestinal, e ajuda a dar saciedade porque retarda o esvaziamento do
estômago. Coma ao natural ou acrescente no suco, vitamina, iogurte, sopas e
saladas, e no preparo de receitas diversas como pão, biscoito, bolo, panqueca,
farofa, etc.
Semente de gergelim combate o câncer
Gergelim
contém sesamina, um antioxidante solúvel em óleo, e os estudos mostram sua ação
na inibição de uma grande variedade de células cancerígenas (leucemia, mieloma
múltiplo, câncer de cólon, próstata, mama, ovário, pulmão e pâncreas). Tem
mais: o gergelim ajuda a controlar o diabetes, reduz a pressão arterial e a
formação de placas de ateroma, e sua ação anti-inflamatória alivia a dor da
artrite. Saboroso e fácil de usar, ele deve fazer parte da dieta diária.
Consuma as duas variedades, o branco e o preto. Acrescente 1 colher de sopa no
suco, na granola, na salada, no arroz, na sopa. Use no preparo de pães, bolos e
biscoitos. Coloque tahine (pasta de semente de gergelim) na torrada com um
pouco de mel, ou use no preparo de patê de grão de bico (homos). Tempere
saladas e legumes cozidos com gersal substituindo o sal comum.
Nozes têm ação anticolesterol e melhoram o sono.
Um
punhado de nozes contém quase duas vezes mais antioxidantes do que qualquer
outra oleaginosa, e é fonte de melatonina, um neurotransmissor que modula o
sono. Além de úteis para a função
cerebral, as nozes atuam na redução do colesterol e triglicerídeos. Uma revisão recente publicada no Journal
of Nutrition mostrou que elas podem diminuir o colesterol mais perigoso (com
pequenas partículas de baixa densidade) em até 15 %, e também reduzem a pressão
arterial. Estes são os dois principais fatores de risco para a doença
cardiovascular. A ação anticolesterol das nozes é atribuída à sua alta
concentração de ácidos graxos ômega-3.
Nozes ainda ajudam a reduzir o risco de câncer de próstata e de mama.
Chia e
linhaça são fontes de antioxidantes e protegem a flora intestinal.
Sementes
de linhaça e de chia são ricas em antioxidantes (quercetina e ácido
clorogênico) que ajudam a proteger o corpo de radicais livres, envelhecimento e
câncer. Elas contêm muita fibra alimentar, contribuindo para manter a saúde da
flora intestinal e a cintura enxuta. Pelo seu teor de gorduras e fibras, elas
agem na saciedade reduzindo o apetite, pois retardam o esvaziamento gástrico. Ambas são fontes de
vitaminas (A, D, E, complexo B), minerais (cálcio, magnésio, potássio, ferro,
zinco, cobre, manganês, fósforo, selênio), ácidos graxos essenciais (ômegas),
proteína, antioxidantes e fitoquímicos. Para melhorar a assimilação dos
nutrientes contidos na linhaça, ela deve ser batida no liquidificador, pois sua
casca é muito dura. A chia pode ser consumida ao natural. Outra forma é deixar
as sementes de molho em 1⁄2 copo de água, assim amolecem e ficam mais
biodisponíveis. Seu uso deve ser diário. A dose ideal é 1 a 2 colheres de sopa
de semente de linhaça ou chia com sucos, vitaminas, leite ou iogurte.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título
de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro
Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia;
Pós-graduação
em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE –
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de
Homeopatia;
Pós-graduação
em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
* The American Journal of Clinical Nutrition 2014. A review
of the effects of nuts on appetite, food intake, metabolism, and body weight.
*Journal of Food Science 2008. Polyphenols and antioxidant properties of
almond skins.
*Journal of the
American Heart Association 2015.
Effects of Daily Almond Consumption on Cardiometabolic Risk and Abdominal
Adiposity.
*Frontiers in Aging Neuroscience 2014. Nutritional
status, oxidative stress and dementia: the role of selenium in Alzheimer's
disease.
*Biofactors 2012. Selenium and cognitive impairment: a
brief-review based on results from the EVA study.
*The FASEB Journal 2015.
Macadamia Nuts and Cardiovascular Disease Risk Factors: A Review of Clinical
Trials.
* Molecular Cancer Research 2010. Sesamin manifests
chemopreventive effects.
* Nutrition 2005. Melatonin in walnuts: influence on levels of
melatonin and total antioxidant capacity of blood.
* Journal of
Nutrition 2014. Walnuts decrease risk of cardiovascular disease: efficacy
and biologic mechanisms.
*Advances in
food and nutrition research 2015. Chia (Salvia hispanica): Nutritional and
Functional Properties.
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