A recomendação da prática regular de
atividades físicas é praticamente obrigatória para a prevenção de muitas
doenças. No caso da diabetes tipo 2, não é diferente. De acordo com a
diretora do Departamento de Educação Física da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo (SOCESP), um dos maiores desafios do combate ao diabetes
tipo 2 é a melhora do controle glicêmico, como a diminuição da glicose
sanguínea, hemoglobina glicada e melhora da sensibilidade à insulina. “De maneira interessante ou “milagrosa”, o exercício pode ajudar e muito. Já
se sabe, há algum tempo, que pode
promover a melhoria do controle
glicêmico no diabetes”.
A última diretriz do American
Heart Association sobre diabetes e exercício resume: o treinamento físico aeróbio
(caminhada, corrida, natação, bicicleta etc.) e o resistido (musculação, pilates etc.) colaboram para a melhora do controle glicêmico, independentemente da perda de peso.
Porém, a especialista ressalta ser importante saber qual é o melhor
exercício, cuidados e contraindicações, para
a realização de atividade física pelos pacientes
diabéticos.
Camila explica que, primeiramente, ambos os tipos de exercício (aeróbio e
musculação) são recomendados para melhora do controle glicêmico. “No que diz
respeito ao diabetes, parece que os exercícios que trazem mais benefícios são
aqueles nos quais podemos
ter um grande gasto calórico, mas se deve
ter bastante cuidado com pacientes que têm comorbidades associadas (hipertensão,
obesidade) ou lesão em órgãos alvo
(retinopatia, nefropaia). Esses pacientes devem realizar exercícios de
intensidade leve à moderada. Com relação à duração do exercício, os pacientes
com neuropatia periférica, por exemplo, têm
diminuição de sensibilidade nas extremidades, o que pode deixar passar
despercebidas lesões periféricas (possíveis machucados nos pés)”.
Abaixo a educadora física prescreve
alguns cuidados que diabéticos precisam ter:
- A troca de tênis e verificação
diária dos mesmos é muito importante principalmente os pacientes com neuropatia
periférica, para verificar se não há sangue nas meias e tênis.
- Pacientes que fazem o uso de
insulina devem ficar atentos ao local de aplicação. E não deve realizar
exercício no músculo próximo à aplicação, pois a metabolização da insulina é
mais rápida e pode causar hipoglicemia. Estes devem também, mensurar a glicemia
antes de iniciar exercício e não realizar a atividade com glicemia acima de 250
ou abaixo de 80. A hipoglicemia é menos comum em diabéticos que não fazem uso de
insulina.
- Paciente que possuem neuropatia
autonômica apresentam, em sua maioria, hipotensão postural e deve-se evitar
mudanças posturais bruscas, além disso, uma recuperação lenta do exercício é
importante para que não cause sintomas relacionados à hipotensão.
Texto
elaborado por: Camila Paixão Jordão.
Graduação
em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu.
Mestrado
em Biodinâmica do Movimento Humano pela Escola de Educação Física e esporte da
Universidade de São Paulo.
Professora
de Educação Física na Unidade de Reabilitação cardiovascular do INSTITUTO DO
CORACAO - HCFMUSP desde 2008.
Diretora
Científica do Departamento Educação Física da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo.
Membro
do conselho editorial do suplemento da revista da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
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