A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa
de mortalidade no mundo e, segundo a Organização Mundial da Saúde, corresponde
a 30% das mortes globais, taxa semelhante à encontrada no Brasil. Estudos
populacionais destacam uma maior suscetibilidade às DCV em grupos que
modernizaram seu estilo de vida. O estresse diário, mudanças na alimentação,
sedentarismo, obesidade, dentre outros, são considerados fatores determinantes
para essa situação.
As principais mudanças no padrão alimentar que
ocorreram nas últimas décadas, como a adoção de uma alimentação com elevado
teor de gordura saturada e açúcar, associada à redução da prática de atividade
física, aumentaram o risco para a DCV.
A prevenção ou o controle das doenças cardiovasculares
pode ser realizado com auxílio de medicamentos ou por meio de uma alimentação
equilibrada e saudável. Dentre as principais recomendações, estão o consumo de
grãos integrais, frutas e vegetais, os quais devem ser aumentados para
contribuir no tratamento. Dentre os componentes com possível ação
hipocolesterolêmica destacam-se as fibras e os compostos fitoquímicos, como
esterois, ácido fítico, saponinas, entre outros.
Dentre os alimentos fontes desses componentes,
destaca-se o óleo de abacate pela ótima qualidade nutricional.
Ele
vem sendo considerado um óleo rico em β-sitosterol e ácido oleico (gordura
insaturada), utilizados como coadjuvante no tratamento de hiperlipidemias, pois
auxiliam a redução dos níveis de colesterol. Além disso, este óleo possui
atividade anti-inflamatória, fungicida e bactericida. Alguns estudos mostraram
que o consumo de dietas ricas em gorduras monoinsaturadas (ácido oleico), com
redução de gorduras saturadas, exerce benefícios sobre a saúde, reduzindo
níveis de colesterol, triglicerídeos e de LDL- colesterol (“ colesterol ruim”),
sem causar alteração na fração HDL – colesterol (“colesterol bom”) do plasma.
O
óleo de abacate é utilizado principalmente pelas indústrias de cosméticos e,
sua produção mundial é pequena. Seu uso está relacionado ao seu teor de
vitamina E (α-tocoferol). O óleo pode ser refinado e utilizado em
saladas, como já vem ocorrendo na Nova Zelândia e Califórnia. Outro fator
interessante é o fato de que o óleo pode ser extraído tanto da polpa como da semente,
porém a maioria dos estudos refere-se ao óleo da polpa (mesocarpo).
Sua
semelhança com o óleo de oliva deve-se às propriedades físico-químicas,
principalmente pela composição dos ácidos graxos, com predominância em ambos do
ácido oleico.
Uma
alternativa para oferecer aos consumidores um produto de qualidade, seria a
produção de óleo de oliva e abacate mesclado, ao invés das misturas de óleo de
oliva com outros óleos vegetais.
Com
relação aos demais componentes presentes na polpa, ressalta-se um valor alto em
fibras. Estudos relacionam as fibras com prevenção de algumas doenças, como
câncer de cólon, obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes. O farelo
resultante da extração do óleo, rico em fibras, pode ser utilizado na
elaboração de produtos de panificação (bolos, pães, biscoitos), sendo uma
alternativa para ampliar a oferta de produtos com alto teor de fibras.
Fica
a dica de uma nova opção de óleo para estar adicionando a sua alimentação. Vale
lembrar que, deve ser associado à uma alimentação equilibrada e um estilo de
vida saudável.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Barankevicz,
GB. Óleo de abacate: uma alternativa saudável. Grupo de Estudos em Alimentos
Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário