Diferentemente
da diabetes tipo 1, a maior incidência do DM tipo 2 é por fatores hereditários
e acometer mais os indivíduos na fase adulta. Porém, neste caso, a produção de
insulina é normal, mas os tecidos do corpo se tornam resistentes à sua ação, o
que acaba impedindo a absorção da glicose pelo organismo e gerando o aumento da
taxa de açúcar na corrente sanguínea.
A
nutrição adequada está associada tanto à prevenção do diabetes quanto ao manejo
da glicemia quando a doença já está instalada e a prevenção das complicações
decorrentes, como catarata e cegueira, infarto do miocárdio, amputação de
membros, pé diabético e dificuldade de coagulação sanguínea, impotência sexual
masculina, e outros problemas como doenças pulmonares e circulatórias,
insuficiência renal e hipertensão arterial.
A
prescrição da rotina alimentar deve seguir os preceitos da alimentação para a
população em geral.
Quanto
à distribuição dos macro e micronutrientes, é feita da mesma maneira que no
DM1. E quanto à Contagem de Carboidratos, também pode ser utilizada, não há a
interação com a insulina, mas a ingestão dos carboidratos é monitorada da mesma
forma, o que facilita o controle glicêmico.
Quanto
às dúvidas sobre o que é carga e o que é índice glicêmico, vou aprofundar um
pouco: índice glicêmico é a velocidade com que o alimento vira glicose no
sangue. Para isso existe uma tabela que divide os alimentos em alto, médio ou
baixo índice glicêmico. Quanto mais alto, mais rápido o açúcar chega ao sangue.
Quanto mais baixo, mais devagar chegará ao sangue para elevar a glicemia, por
isso, seu consumo é mais interessante aos pacientes diabéticos.
Exemplos:
Alto índice glicêmico: pão branco, tapioca, refrigerantes com açúcar, arroz
branco, batata inglesa (e batata frita, claro) Médio índice glicêmico: arroz
integral, beterraba crua e cenoura crua Baixo índice glicêmico: aveia, feijões,
grãos, nozes, leite, iogurte, quinua, etc.
O
consumo excessivo de álcool deve ser evitado, mesmo que eventualmente. Para
evitar hipoglicemia (baixo nível de glicose), o álcool deve ser sempre ingerido
juntamente com alimentos. Lembrando que o álcool é muito calórico e o seu
consumo predispõe a obesidade, que por sua vez apresenta efeitos negativos
sobre o controle do diabetes.
E o papel das fibras? Elas
realmente ajudam no controle da Glicemia?
Preconiza-se
uma ingestão diária de 20 a 30g de fibras, no caso do diabetes as fibras mais
indicadas são as pectinas e gomas que tem a característica de formar gel
retardando a absorção dos alimentos pelo organismo. O gel formaria uma barreira
entre os alimentos e as enzimas digestivas ou entre as moléculas simples de glicose
e as paredes do intestino, responsáveis pela absorção. A digestão e a absorção
retardadas fariam com que a glicose entrasse aos poucos na circulação
sanguínea, sem o risco de uma elevação brusca de seu nível. Alguns alimentos
ricos em fibras e amido resistente têm o papel de retardar a absorção de
glicose evitando o descontrole da glicemia. A biomassa de banana verde, a
farinha da casca de maracujá e a batata yacon são alguns destes alimentos.
Muito se fala em índice
glicêmico e carga glicêmico, vamos entender a diferença?
A
carga glicêmica (CG) é um indicador de qualidade e quantidade de carboidrato, a
partir de uma determinada porção consumida desse nutriente pela dieta. A CG
fornece o resultado do efeito glicêmico da dieta como um todo porque avalia a
porção de carboidrato disponível dos alimentos e o IG. Dessa maneira, a fórmula
utilizada seria a seguinte: CG = porção do carboidrato disponível x IG/100.
Por
exemplo, o IG da banana (tendo como controle a glicose) é de em média 52.
Porém, sua carga glicêmica é de 12, referente a uma porção de 120 g, contendo
24 g de carboidrato. Então, a banana possui valor médio de IG, mas baixo CG. Quando o paciente com
Diabetes faz Contagem de Carboidratos esses conceitos não são utilizados, pois
o que importa é a quantidade de carboidratos por refeição, e não a qualidade
destes (em termos de controle da glicemia, não do alimento ser mais ou menos
saudável).
E os alimentos Diet e
Light? Qual a recomendação?
A
definição de alimento light deve ser direcionada aos produtos que apresentam
redução mínima de 25% em determinado nutriente ou calorias, quando comparado
com alimento convencional. O diet significa que o alimento tem ausência total
de um nutriente. Portanto, a primeira diferença entre alimento diet e light
está na quantidade permitida de nutriente. Enquanto o diet precisa ser isento,
o light deve apresentar uma redução mínima de 25% de nutrientes ou calorias em
relação ao alimento convencional. A segunda diferença é que o alimento light
não é, necessariamente, indicado para indivíduos que apresentem algum tipo de
doença (diabetes, colesterol elevado, doença celíaca, fenilcetonúria). No caso
dos indivíduos diabéticos o termo correto é o diet, por ter ausência total de
açúcar. Se for comprar algum alimento light precisa conferir nos ingredientes
descritos no rótulo, se na composição tem açúcar ou não.
Alimentos Funcionais e
Diabetes
Amêndoas: Segundo estudo, esta oleaginosa ajudou
a melhora a sensibilidade à insulina em adultos pré-diabéticos. Esta oleaginosa
é um alimento de baixo índice glicêmico, com alto teor de fibras, gordura
insaturada, minerais e proteínas, e pouquíssimo carboidrato. Contém fitatos e
compostos fenólicos, que garante as propriedades antioxidantes,
anti-inflamatórias, além da capacidade de diminuir níveis lipídicos e de inibir
enzimas digestivas tripsina e amilase, esta propriedade faz com que haja
diminuição da velocidade de nutrientes, aumentando a sensação de saciedade.
Além disso é fonte de monoinsaturada, alfatocoferol, cobre, magnésio, arginina,
fitoestetorois e polifenois. O consumo de 60g de amêndoa por dia nas refeições
já é suficiente para diminuir os níveis de glicemia e de insulina.
Canela: Os compostos polifenóis e o cromo
presentes na canela são considerados como possíveis responsáveis por seus
efeitos em melhorar a sensibilidade à insulina e o controle glicêmico. Um outro
benefício dos polifenóis observados nos estudos in vitro são sua ação
antioxidante e a potencialização da ação da insulina, podendo ser benéfica no
controle de intolerância à glicose e diabetes.
Estudos
mostraram que pacientes com Síndrome Metabólica, que consumiram extrato de
canela, apresentaram melhora na glicemia de jejum e na pressão arterial
sistólica: o consumo de 500 mg / dia do extrato de canela, durante 12 semanas,
pode levar a melhorias significativas em vários aspectos dessa síndrome.
Outro
estudo demonstrou que a canela, adicionada a uma dieta por 40 dias nas doses 1,
3 e 6g, reduziu a glicose, os triglicerídeos, o colesterol LDL e o colesterol
total em indivíduos com Diabetes Melitus tipo 2. Verificou-se também que, mesmo
após 20 dias sem o consumo dessa especiaria, os efeitos benéficos permaneceram.
Alcachofra: A alcachofra é capaz de melhorar o funcionamento das células beta,
que ficam no pâncreas e são responsáveis em produzir a insulina, hormônio que
ajuda a colocar a insulina para dentro das células. Além disto, ajuda a reduzir
a resistência a insulina, ou seja, faz a insulina funcionar da forma correta.
Ela também tem efeitos na redução da gordura do fígado e ação diurética.
Texto elaborado por: Priscila Di Ciero
Nutricionista formada em 2001, sou
pós-graduada em Nutrição
Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da
certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional
Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of
Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e atendo
em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
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