A
manteiga é um produto derivado do leite, obtida pelo batimento do creme de
leite (nata), sendo, por isto, rica em gorduras saturadas e colesterol. Já a
margarina é obtida pela hidrogenação de óleos vegetais (ricos em gorduras
insaturadas) a uma temperatura bastante elevada. Durante a hidrogenação, as
altas temperaturas modificam as estruturas das moléculas, transformando a
gordura insaturada em parcialmente saturada e trans (hidrogenadas).
Algumas
pessoas consomem margarina com o objetivo de evitar o colesterol e as gorduras
saturadas presentes na manteiga. Porém, as gorduras trans inibem a ação de
enzimas específicas do fígado, favorecendo a síntese do colesterol.
Consequentemente, o consumo de margarina também pode propiciar o aumento dos
níveis de colesterol e triglicerídeos e a diminuição do HDL-c.
Devido
às políticas para restrição da utilização de gorduras trans em produtos
industrializados, grande parte das margarinas utilizam gorduras
interesterificadas na sua formulação. O processo de interesterificação
possibilita a produção de gorduras livres ou com teor muito baixo de ácidos
graxos trans, a partir do rearranjo dos ácidos graxos nas ligações éster do
glicerol e consequente modificação do ponto de fusão e de cristalização da
gordura, tendo como produto final uma matéria-prima com funcionalidades
semelhantes, porém quimicamente diferentes das gorduras hidrogenadas. As
gorduras interesterificadas são as novas alternativas para as hidrogenadas,
porém há a preocupação em relação ao aumento no consumo de gordura saturada a
partir destes produtos.
O Guia
Alimentar para a População Brasileira aponta o fato positivo de a manteiga ser
um produto alimentício extraído de alimentos in natura, no caso o leite, o que
leva a sofrer um menor processamento na industrialização do que a margarina.
Desde
que utilizados com moderação em preparações culinárias com base em alimentos in
natura ou minimamente processados, os óleos, as gorduras, o sal e o açúcar
contribuem para diversificar e tornar mais saborosa a alimentação sem que
fique nutricionalmente desbalanceada. Assim, o profissional deve orientar sobre
a moderação, independente do alimento escolhido, uma vez que ambos são fontes
de gorduras e seu excesso está comprovadamente associado a riscos para a saúde.
Tanto
a margarina quanto a manteiga são alimentos ricos em gorduras. É importante
atentar ao valor calórico desses alimentos, bem como a outros nutrientes,
como gordura saturada, poli-insaturada, monoinsaturada e colesterol. Uma opção
mais saudável é variar o uso com outros produtos como queijos magros como a
ricota, cottage e frescal, pois além de apresentarem valor calórico reduzido
e teores mais baixos de gorduras, oferecem maiores quantidades de cálcio e
proteínas.
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As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília, 2014.
CAVENDISH, T. A. et al. Composição de ácidos
graxos de margarinas à base de gordura hidrogenada ou interesterificada. Cienc. tecnol. Alim., v. 30 n. 1, 2010.
Desmistificando
dúvidas sobre alimentação e nutrição - material de apoio para profissionais de
saúde. Ministério da Saúde. Disponível em: www.saude.gov.br
Acessado em: 26/02/2019.
UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Composition
of foods raw, processed, prepared usdA national nutrient database for standard
reference. Beltsville, 2013. Release 26 Documentation and User Guide.
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