O
transtorno de déficit de atenção é uma desordem mental com maior prevalência em
crianças e adolescentes, que causa prejuízos importantes no desempenho
acadêmico e nos relacionamentos familiares e sociais e por isso deve ser alvo
de intervenção clínica para auxiliar na melhora da qualidade de vida desses
pacientes.
A
nutrição pode auxiliar na prevenção e no controle ao déficit de atenção. Várias
pesquisas já detectaram que crianças com déficit de atenção apresentam
carências nutricionais e intolerâncias a determinados alimentos e até aos
aditivos alimentares dos produtos industrializados.
Os
prejuízos e riscos para o déficit de atenção podem ocorrer desde a gestação,
uma vez que alguns estudos mostram a relação de crianças que nascem com déficit
de atenção e a deficiência perinatal em nutrientes como colina (ovos, peixe,
soja), iodo (peixes água salgada, frutos do mar e água), folato (vegetais verde
escuro, feijão, carnes magras, aspargos) e deficiência em ferro (carnes magras,
espinafre, lentilha), afinal estes são nutrientes importantes no
desenvolvimento neuronal dos fetos, prevenindo, más formações e defeito no tubo
neural.
Em
crianças, níveis baixos de magnésio foram associados à hiperatividade e a falta
de atenção na escola, pois a falta deste nutriente pode influenciar no
funcionamento do cérebro reduzindo o metabolismo energético, a sinalização das
células nervosas e o fluxo sanguíneo no cérebro. Podemos obter o magnésio na
alimentação por meio do consumo de vegetais folhosos, cereais integrais,
leguminosas (feijões, grão de bico, lentilha) e oleaginosas (nozes, avelã,
amêndoas).
O
consumo excessivo de gordura saturada e ácido graxo trans está sendo
relacionado também a maiores prejuízos no aprendizado e na memória, altos
níveis de colesterol podem implicar no acúmulo de uma proteína (B-amilóide) no
cérebro responsável por prejuízos na função cognitiva, similar ao que ocorre no
Alzheimer, além disso, a aterosclerose também aumenta as chances de prejuízos
cognitivos.
O
alto consumo de carboidratos refinados (farinha branca e açúcar) faz com que os
níveis de insulina subam, este hormônio em altos níveis pode exercer efeitos
deletérios na cognição. Por isso devemos dar preferência aos carboidratos de
baixo índice glicêmico (cereais integrais) estes liberam glicose lentamente,
não elevando os níveis de insulina no sangue.
Já
o consumo de ácidos graxos ômega-3 tem sido relacionado ao desenvolvimento e
funcionamento do cérebro e melhora nos sintomas de crianças com déficit de
atenção, por isso devemos incentivar o consumo de peixes, de água salgada, como
salmão, atum, sardinha que são ricos nesse nutriente.
Além
disso, o consumo de alimentos ricos em flavonoides (uva, cacau, chá verde) pode
ser benéfico uma vez que estudos mostram que estes compostos poderiam protegem
os neurônios e estimular a regeneração neuronal.
As
pesquisas com relação ao uso de cúrcuma só possuem testes em animais, em ratos
a curcumina (composto fenólico) tem apresentado efeito de prevenção de morte
dos neurônios em doenças neurodegenerativas.
Estudos
mostram que problemas gastrintestinais, mais especificamente o aumento da
permeabilidade intestinal, fazem com que proteínas não digeridas, como o glúten
e a caseína, sejam absorvidas passando para a corrente sanguínea e produzindo
substâncias estimulantes. Dessa forma, provocam a hiperatividade e acentuam o
déficit de atenção. Por isso indivíduos com esta patologia devem realizar
acompanhamento médico para verificar possíveis intolerâncias e aversões a fim
de reduzir os sintomas.
Por
fim, pesquisas recentes revelam que fetos e crianças precocemente expostas a
produtos industrializados (corantes artificiais) podem apresentar danos no
desenvolvimento cerebral e déficit de atenção sendo que a exposição a estes
químicos durante o desenvolvimento fetal pode causar danos ao cérebro com doses
muito mais baixas que no cérebro do adulto. As indústrias de alimentos estão
sendo orientadas para que troque os corantes artificiais pelos naturais, de
origem vegetal, gerando menores chances de que o consumo dos produtos gere
riscos para déficit de atenção.
Texto elaborado pela nutricionista: Patrícia
Bertolucci
Nutricionista pela Universidade Federal de Goiás –
UFG.
Assessoria a Clubes e Empresas ligadas ao esporte
ou com interesse em qualidade de vida.
Responsável pela empresa Patrícia Bertolucci
Consultoria em Nutrição.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
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