O
funcionamento satisfatório do organismo exige nutrientes necessários e
indispensáveis à saúde.
Muitas alterações orgânicas (como as doenças e processos inflamatórios) necessitam de um aporte nutricional adequado e, a maior parte das vezes, do uso de medicamentos (chamados de drogas também), devendo ser prescritos e supervisionados por um médico.
No
entanto, a associação entre esses medicamentos e os nutrientes pode causar uma
interação indesejada, permitindo um aumento ou diminuição da eficácia da droga
e/ou do nutriente. Sim, nutrientes interagem com medicamentos, e vice versa!
É
muito comum, na prática clínica, o uso de medicamentos pelos pacientes, sendo
por indicação e supervisão médica ou não, o que é muito perigoso para a saúde.
A
medida que o indivíduo envelhece, observamos a ingestão de um número maior de
medicamentos, reduzindo a qualidade de vida e, muitas vezes, agravando outros
sintomas os quais não apresentava antes. Quer um exemplo?
O
indivíduo inicia o tratamento medicamentoso para dor e inflamação (como uma dor
na coluna), mas inicia com dor no estômago, então… já associa o uso de remédio
para proteção gástrica. Ou seja, para resolver um problema X, ele teve que
tratar o problema Y ocasionado pela medicação.
A
preferência em tomar a medicação se faz presente em muitos pacientes, pois é
muito mais fácil tomar um “remedinho”, do que tratar efetivamente a causa do
problema, alterando os hábitos de vida.
E
ainda pior, a AUTOMEDICAÇÃO! Quem nunca tomou um remédio sem prescrição médica?
Ou pediu a opinião para um amigo? A AUTOMEDICAÇÃO pode trazer um alívio
imediato para o sintoma, mas pode trazer CONSEQUÊNCIAS GRAVES!
Considerada
com um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, mais de 25% dos casos de
intoxicação registrados no Brasil, vieram do uso inadequado de medicamentos.
Além de intoxicação, há riscos de reações alérgicas, dependência química,
aumento da resistência de certas bactérias (tornando-se difíceis de matar).
Visto
isso, o Brasil adotou a venda de antibióticos somente por prescrição médica!
Mas… observou o maior consumo de anti-inflamatórios para fins distintos (dores
de cabeça, coluna, garganta…). O que acontece é que os anti-inflamatórios podem
fazer muito mal, provocando contração de vasos e retenção de sódio e água
(podendo levar ao aumento da pressão arterial), colocando em risco o coração e
os rins. Além disso, são tóxicos para o fígado, provocam gastrite e lesão
intestinal, podendo causar úlceras.
Do
ponto de vista nutricional, o uso de medicamentos cronicamente compromete o
estado nutricional do indivíduo.
Os
medicamentos podem aumentar, retardar ou inibir o aproveitamento de nutrientes,
sendo frequente a má digestão e a má absorção de nutrientes, como a presença de
náuseas, vômitos, diarreia, constipação intestinal, dor de estômago, os quais
levam à perda de nutrientes e a diminuição de sua ingestão, devido aos efeitos
secundários dos medicamentos.
A
má absorção de nutrientes pode ser consequência direta de uma interação
MEDICAMENTO X NUTRIENTES, produzindo alterações nas funções fisiológicas ou
provocar lesões nas mucosas do trato gastrointestinal.
Ao
contrário, alguns alimentos também podem afetar a ação das medicações,
potencializando a ação ou diminuindo seus efeitos.
De
forma resumida, as diferentes interações pode apresentar os seguintes caminhos:
- Alguns nutrientes podem influenciar no processo de absorção de fármacos;
- Alguns nutrientes podem alterar o processo de biotransformação (que é o processo de eliminação e diminuição da toxicidade do remédio) de algumas substâncias;
- Os medicamentos podem afetar o estado nutricional e o estado nutricional pode interferir sobre o metabolismo de certos remédios, diminuindo ou anulando seu potencial terapêutico ou aumentando seu efeito tóxico.
O
Nutricionista Funcional tem como prática a análise do uso de fármacos, sendo de
fundamental importância o conhecimento das substâncias ativas, cuja dosagem e
velocidade de absorção, são ou não afetadas pela presença de nutrientes, assim
como o uso destas, afetam a biodisponibilidade do nutriente.
Alguns
exemplos práticos para ilustrar apenas, uma vez que o assunto é extenso e
muitas interações ainda são desconhecidas. Veja nas imagens!
Sabemos
que algumas terapias como quimioterapia e radioterapia, é contraindicado o uso
de suplementação de antioxidantes (há vários tipos), pois estes podem diminuir
o efeito terapêutico da droga que deve ser mantida para o tratamento. Assim
como em pacientes com uso de antiarritmicos (tratamento para arritmia
cardíaca), AIDS (antirretrovirais) entre outros, não são indicados. E por quê?
Porque quem “armazena e libera” esse medicamento no organismo é o fígado (na
verdade, o fígado é o grande órgão que capta todas as substâncias que entram no
corpo) e, se houver uma alta ingestão de antioxidantes devido uma suplementação
(aqui não conta alimentos, certo?), o fígado elimina pra fora do organismo a
medicação e qualquer outra substância tóxica.
Por
isso, consulte sempre seu nutricionista para o uso de suplementação e aplicação
de condutas nutricionais para que não haja complicações do estado nutricional e
de saúde!
Texto elaborado pela nutricionista: Dra. Christiane Bergamasco
Formada em Nutrição, há mais de 10 anos,
com cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica , Funcional e Fisiologia do
Exercício. Autora de publicações científicas em livros e revistas, atuou em
hospitais de primeira linha e também como professora universitária e consultora
em programas de TV e revistas.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
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