segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Fake News em Nutrição


Ondas radioativas do micro-ondas causam danos à saúde?

Mito. De acordo com o Ministério da Saúde, a radiação do micro-ondas tem apenas a propriedade de cozinhar e/ou aquecer os alimentos, sem alterar a estrutura química ou molecular deles. O forno de micro-ondas emite uma forma de radiação classificada como possivelmente cancerígena para seres humanos, mas a estrutura do aparelho está preparada para que essa radiação não extravase para o ambiente externo.

Bebidas alcoólicas podem causar câncer?

Verdade. O consumo de bebida alcoólica de qualquer tipo favorece o desenvolvimento de câncer. O Ministério da Saúde alerta que não há níveis seguros de ingestão e quanto maior a dose ingerida e o tempo de exposição, maior pode ser o risco de câncer de mama, boca, garganta, esôfago, estômago, fígado e intestino (colorretal).

Barras coloridas nas embalagens de leite indicam que ele está vencido?

Mito. Segundo informações das empresas fabricantes de embalagens de leite, as “barrinhas coloridas” não passam de um teste de cores para controlar a qualidade de impressão dos rótulos das caixas. Além disso, existem leis rígidas que proíbem a venda de produtos vencidos.

Chá de folhas de goiaba e pitanga tem poder cicatrizante?

Verdade. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o uso desses fitoterápicos pode ajudar a tratar feridas nos pés e, inclusive, é usado até em pacientes atendidos na Rede Básica de Saúde (SUS) como uma forma complementar ao tratamento convencional. 




Fatias de limão no copo podem matar?

Mito. Essa é mais uma fake news que, segundo o Ministério da Saúde, é compartilhada desde 2004. Não existe uma bactéria que fique no limão e seja completamente letal e não há nenhum embasamento científico que ateste que bebidas com uma rodela da fruta possam ser fatais.

Dietas ricas em proteínas podem ajudar a diminuir a gordura corporal

Verdade. Uma pesquisa divulgada no periódico Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases mostrou que dietas que contam com um alto teor de proteína podem ter efeitos benéficos no colesterol total em pessoas com sobrepeso ou obesas, podendo ajudar na perda de peso e de gordura corporal. Porém, o estudo ressalta que ainda são necessárias mais avaliações para concluir todos os efeitos desse tipo de dieta.

Óleo de coco é mais um alimento útil para reduzir o colesterol

Mito. Um estudo feito na Universidade de Cambridge (Reino Unido) comparou durante um mês os efeitos nos níveis de colesterol da ingestão de óleo de coco com azeite de oliva e manteiga. Como resultado, o óleo de coco tem um impacto menos negativo no colesterol em comparação com a manteiga. Porém, não podemos esquecer que ele é fonte de gordura saturada e, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, não deve ser utilizado para tratamento do colesterol alto. A Sociedade Brasileira também recomenda que pacientes com risco de doenças cardiovasculares devem evitar a ingestão da gordura saturada.

Ovo não causa doenças cardíacas relacionadas ao colesterol

Mito. Um recente estudo da Northwestern University (EUA) mostrou que um consumo maior de ovos aliado ao de alimentos com alto nível de colesterol, como as carnes vermelhas, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e de mortalidade por diversas causas. Na avaliação do estudo, comer meio ovo por dia aumenta 1.11% o risco de DCV. Por isso, a recomendação do estudo é continuar a comer alimentos ricos em gordura saturada com moderação. Em suma, o consumo de ovo com o aumento de risco cardiovascular é uma questão que traz muitos dados controversos.

É melhor comer mais calorias no café da manhã do que no jantar

Verdade. Uma pesquisa publicada na revista científica Obesity apontou que comer um café da manhã com alto teor calórico tem menor impacto na saúde do que um jantar com as mesmas características. Se o café da manhã com alto valor energético for aliado a uma ingestão reduzida de calorias no jantar, isso pode ser benéfico para o controle da obesidade e da síndrome metabólica, de acordo com o estudo.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:


Kulovitz MG, Kravitz LR, Mermier C, Gibson AL, Conn CA, Kolkmeyer D, Kerksick CM. Potential role of meal frequency as a strategy for weight loss and health in overweight or obese adults. Nutrition. 2014.


Ministério da Saúde, 2019.

Mitos e Verdades. Nutritotal. Disponível em: www.nutritotal.com.br Acessado em: 28/12/2019.

Victor W. Zhong, Linda Van Horn, Marilyn C. Cornelis, John T. Wilkins, Hongyan Ning, Mercedes R. Carnethon, Philip Greenland, Robert J. Mentz, Katherine L. Tucker, Lihui Zhao, Arnita F. Norwood, Donald M. Lloyd-Jones, Norrina B. Allen. Associations of Dietary Cholesterol or Egg Consumption With Incident Cardiovascular Disease and Mortality. JAMA, 2019


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