quinta-feira, 28 de maio de 2020

Canjica


Mês de Junho lembra o que? Festas Juninas e a paixão pelos alimentos a base de milho.
Caso você more na Região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, possivelmente chamaria esse prato de “canjica”. Porém, se você mora na Região Norte ou Nordeste, é mais provável que conheça essa sobremesa como “mugunzá”, “mungunzá” ou “munguzá” – isso sem falar nas variações como “canjicão” (Rio de Janeiro), “mingau de milho branco” (Pará) e a curiosíssima “chá de burro” (regiões do Maranhão e do Piauí). 

O termo tem origem na língua africana Quimbundo, originalmente escrito kanjika. O ingrediente principal da receita hoje no mercado foi definido em 1989 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento como o padrão de milho para canjica.

A canjica branca é extraída do milho branco proveniente da espécie (Zea Mays, L.). Sua espiga é grande, cilíndrica e o sabugo fino, os grãos são brancos, pesados e de textura média. É uma variedade de milho bastante difundida no Brasil.

A canjica contém proteínas, carboidratos, fibras, ferro, magnésio, fósforo, zinco, vitaminas B1, B2, B3, B5, B6 e também ácido fólico.
A canjica, assim como todo alimento consumido em nosso dia a dia não devemos exagerar nas quantidades, e no preparo da canjica precisamos dar atenção aos ingredientes adicionados a receita, principalmente se você está em uma reeducação alimentar ou tem diabetes.
Além de muito saborosa, a canjica possui algumas propriedades que colaboram com o melhor funcionamento do nosso organismo.
Os carboidratos fornecem energia para as suas atividades diárias, já a proteína embora não seja a fonte principal, na sua composição tem uma boa quantidade desse macronutriente, auxiliando o crescimento e reparação dos tecidos, ajudando na produção de hormônios, enzimas e anticorpos. A fibra presente no grão combate a prisão de ventre e facilita a digestão. A outra vantagem que o grão apresenta, é o seu tipo de gordura, a qual diminui o LDL (mau) colesterol, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares. Possui também uma grande quantidade ácido fólico, seu cérebro mantém-se mais saudável, evitando problemas como a depressão. Ele também é responsável pela formação de outras células do corpo, contribuindo com a saúde do organismo por completo. Já as vitaminas do complexo B, como: B1, B2, B3, B5 e B6 contribuem com o bem-estar do corpo e da mente.
Sempre existe a possibilidade de enriquecermos nossas receitas típicas e fazermos pequenas trocas ou reduções nas quantidades de alguns ingredientes, fazendo destas mais nutritivas e funcionais.

Dicas da Nutri: 

 

Biomassa: A canjica funcional tem como ingrediente a biomassa de banana verde que contribui no emagrecimento e reduz o colesterol por ser rico em amido resistente, um tipo de carboidrato que não é digerido pelo intestino e que funciona como uma fibra que ajuda a controlar a glicemia, reduzir o colesterol, dar mais saciedade e favorece o crescimento das bactérias benéficas do nosso intestino, contribuindo no funcionamento intestinal.

Sem lactose: Na receita utilizamos o leite vegetal e o mesmo não possui lactose, sendo essa receita ideal para os intolerantes a lactose. A lactose é o açúcar encontrado no leite, para ser digerida, necessita da presença da enzima lactase, e em muitos indivíduos ocorre à redução da produção dessa enzima.

Canjica Funcional sem lactose

Ingredientes:

- 1 xícara  de milho branco para canjica;
- 1 a 2 canelas em pau;
- 500 ml de água;
- 3 cravos-da-índia;
- 1 pedaço de casca de limão sem a parte branca;
- 2 xícaras de leite vegetal (coco ou amêndoas);
- 2 colheres de sopa de Biomassa de banana verde;
-  xilitol ou eritritol a gosto;
- 200 ml de leite de coco light ou caseiro;
- Canela em pó a gosto.

Modo de preparo:  Deixe o milho de molho em água fria por 12 horas. Escorra e cozinhe em panela de pressão com 2 xícaras de água, a canela, o cravo, a biomassa de banana verde e a casca de limão por 30 minutos. Aguarde a pressão reduzir, abra a panela e acrescente o leite e o adoçante. Ferva a mistura com a panela parcialmente coberta por cerca de 10 minutos até engrossar um pouco, mexendo ocasionalmente. Adicione o leite de coco, aguarde levantar fervura novamente e retire do fogo. Sirva quente ou frio com a canela em pó polvilhada.

Texto elaborado por: Dra. Vanessa Vichi Girotto Corrêa – CRN3. 18387

*Nutricionista Graduada pela Universidade de Sorocaba. 

*Pós Graduada na Universidade Gama Filho: Alimentos Funcionais e Nutrigenômica: Implicações Práticas na Nutrição Clínica e Esportiva.

*Presidente do COMSEA (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Piedade-SP). 

*Atuação como Nutricionista na Santa Casa de Misericórdia de Piedade e no Lar São Vicente de Paulo de Piedade.

*Nutricionista da Equipe de Atletismo de Piedade.

*Atendimento em Consultório e Home Care.

*Colunista do Jornal Terra, da Revista Outdoor Regional e da Revista Galeria Vip.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Callegaro, M-G. K. et al., Determinação da fibra alimentar insolúvel, solúvel e total de produtos derivados do milho. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 25(2): 271-274, abr.-jun. 2005.

Grotto, D. W. 101 Alimentos que podem salvar sua vida. Larousse 1ª ed, SP, 2008.

Ranasinghe, P. et al., Effects of Cinnamomum zeylanicum (Ceylon cinnamon) on blood glucose and lipids in a diabetic and healthy rat model. Pharmacognosy Res. Apr-Jun; 4(2): 73–79. 2012.

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