Mês de Junho lembra o
que? Festas Juninas e a paixão pelos alimentos a base de milho.
Caso você more na Região Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, possivelmente chamaria esse prato de “canjica”. Porém, se você
mora na Região Norte ou Nordeste, é mais provável que conheça essa sobremesa
como “mugunzá”, “mungunzá” ou “munguzá” – isso sem falar nas variações como
“canjicão” (Rio de Janeiro), “mingau de milho branco” (Pará) e a curiosíssima
“chá de burro” (regiões do Maranhão e do Piauí).
O termo tem origem na língua africana Quimbundo,
originalmente escrito kanjika. O ingrediente principal da receita hoje no
mercado foi definido em 1989 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento como o padrão de milho para canjica.
A canjica branca é extraída do milho branco proveniente da espécie (Zea
Mays, L.). Sua espiga é grande, cilíndrica e o sabugo fino, os grãos são
brancos, pesados e de textura média. É uma variedade de milho bastante
difundida no Brasil.
A canjica
contém proteínas, carboidratos, fibras, ferro, magnésio, fósforo, zinco,
vitaminas B1, B2, B3, B5, B6 e também ácido fólico.
A canjica, assim como
todo alimento consumido em nosso dia a dia não devemos exagerar nas
quantidades, e no preparo da canjica precisamos dar atenção aos ingredientes
adicionados a receita, principalmente se você está em uma reeducação alimentar
ou tem diabetes.
Além de muito
saborosa, a canjica possui algumas propriedades que colaboram com o melhor
funcionamento do nosso organismo.
Os carboidratos fornecem energia para as suas atividades diárias, já a proteína embora não seja a fonte principal, na sua composição tem uma
boa quantidade desse macronutriente, auxiliando o crescimento e reparação dos
tecidos, ajudando na produção de hormônios, enzimas e anticorpos. A fibra presente no grão combate a prisão de
ventre e facilita a digestão. A outra vantagem que o grão apresenta, é o seu
tipo de gordura, a qual diminui o LDL (mau) colesterol, diminuindo os riscos de
doenças cardiovasculares. Possui também uma
grande quantidade ácido fólico, seu cérebro
mantém-se mais saudável, evitando problemas como a depressão. Ele também é
responsável pela formação de outras células do corpo, contribuindo com a saúde
do organismo por completo. Já as vitaminas do complexo B, como: B1, B2, B3, B5
e B6 contribuem com o bem-estar do corpo e da mente.
Sempre existe a possibilidade de enriquecermos
nossas receitas típicas e fazermos pequenas trocas ou reduções nas quantidades
de alguns ingredientes, fazendo destas mais nutritivas e funcionais.
Dicas da Nutri:
Biomassa: A
canjica funcional tem como ingrediente a biomassa de banana verde que contribui
no emagrecimento e reduz o colesterol por ser rico em amido resistente, um tipo
de carboidrato que não é digerido pelo intestino e que funciona como uma fibra
que ajuda a controlar a glicemia, reduzir o colesterol, dar mais saciedade e
favorece o crescimento das bactérias benéficas do nosso intestino, contribuindo
no funcionamento intestinal.
Sem lactose: Na
receita utilizamos o leite vegetal e o mesmo não possui lactose, sendo essa
receita ideal para os intolerantes a lactose. A lactose é o açúcar encontrado
no leite, para ser digerida, necessita da presença da enzima lactase, e em
muitos indivíduos ocorre à redução da produção dessa enzima.
Canjica Funcional
sem lactose
Ingredientes: ⠀
- 1 xícara de milho branco para canjica;
- 1 a 2 canelas em pau;
- 500 ml de água;
- 3 cravos-da-índia;
- 1 pedaço de casca de limão sem a parte branca; ⠀
- 2 xícaras de leite vegetal (coco ou amêndoas);
- 2 colheres de sopa de Biomassa
de banana verde;
- xilitol ou eritritol a gosto;
- 200 ml de leite de coco light ou caseiro; ⠀
- Canela em pó a gosto.⠀
Modo de preparo: Deixe o milho de molho em água fria por 12 horas.
Escorra e cozinhe em panela de pressão com 2 xícaras de água, a canela, o
cravo, a biomassa de banana verde e a casca de limão por 30 minutos. Aguarde a
pressão reduzir, abra a panela e acrescente o leite e o adoçante. Ferva a
mistura com a panela parcialmente coberta por cerca de 10 minutos até engrossar
um pouco, mexendo ocasionalmente. Adicione o leite de coco, aguarde levantar
fervura novamente e retire do fogo. Sirva quente ou frio com a canela em pó
polvilhada.⠀
Texto
elaborado por: Dra.
Vanessa Vichi Girotto Corrêa – CRN3. 18387
*Nutricionista
Graduada pela Universidade de Sorocaba.
*Pós
Graduada na Universidade Gama Filho: Alimentos Funcionais e Nutrigenômica:
Implicações Práticas na Nutrição Clínica e Esportiva.
*Presidente
do COMSEA (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de
Piedade-SP).
*Atuação
como Nutricionista na Santa Casa de Misericórdia de Piedade e no Lar São
Vicente de Paulo de Piedade.
*Nutricionista
da Equipe de Atletismo de Piedade.
*Atendimento
em Consultório e Home Care.
*Colunista
do Jornal Terra, da Revista Outdoor Regional e da Revista Galeria Vip.
As informações contidas neste blog,
não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área
de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e
sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Callegaro, M-G. K. et al., Determinação da fibra alimentar
insolúvel, solúvel e total de produtos derivados do milho. Ciênc.
Tecnol. Aliment., Campinas, 25(2): 271-274, abr.-jun. 2005.
Grotto, D. W. 101 Alimentos que podem salvar sua vida. Larousse 1ª ed, SP, 2008.
Ranasinghe, P. et al., Effects of Cinnamomum
zeylanicum (Ceylon cinnamon) on blood glucose and lipids in a diabetic
and healthy rat model. Pharmacognosy
Res. Apr-Jun; 4(2): 73–79. 2012.
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