O corpo da mulher passa por uma série de transformações, que o deixarão pronto para abrigar uma nova vida. O ganho de peso, durante a gestação deve ser gradual, totalizando ao final dos 9 meses de 9 a 12,5 kg.
Nesta fase são proibidas dietas de emagrecimento, mesmo que a gestante esteja acima do peso. Porém o ganho de peso excessivo durante a gestação pode levar a sérios problemas de saúde tanto na mãe quanto no bebê, e um hábito alimentar adequado, inclusão de exercícios físicos e controle do estresse devem andar sempre juntos, com acompanhamento do nutricionista, do educador físico e do médico.
Existe uma necessidade calórica aumentada no período gestacional de aproximadamente 300g, o que significa que a gestante NÃO precisa comer por dois! Em cada fase da gestação, o que for ingerido pela grávida será fundamental para a formação do bebê. A mãe é a única fonte de nutrientes da criança nesse período. Existe uma necessidade maior de vitaminas e vegetais, que é preciso ser suplementado além do que é fornecido pela dieta.
Muitos componentes são essenciais nessa fase, e os que você já deve ter ouvido falar mais: ÁCIDO FÓLICO e o DHA (ácido docosahexaenoico, que é um ácido graxo do tipo ômega 3, é um componente vital para o desenvolvimento e manutenção da saúde, e é encontrado no leite materno, peixes de águas frias, em sementes como a linhaça, na gema do ovo, e atua diretamente na proteção das células nervosas).
O ácido fólico é usado para prevenir defeitos do tubo neural, já que a formação do cérebro do bebê se dá na fase uterina. O tubo neural, estrutura que vai dar origem ao cérebro do bebê, é formado nas primeiras semanas de gestação (entre 18 e 24 dias) e por volta da décima semana, são produzidos ali cerca de 250 mil neurônios por minuto. É um período único chamado de “janela de oportunidade”, onde os órgãos vitais do bebê estão se formando.
O DHA, por sua vez, é enviado através da placenta estimulando o cérebro do bebê com maior e melhor quantidade de sinapses, é um componente vital para o desenvolvimento e manutenção da saúde. Nos últimos anos, trabalhos da literatura tem mostrado que a suplementação múltipla de vitaminas e minerais tem sido associada não somente a este aspecto, mas com a prevenção de outros problemas como a ocorrência de outros defeitos congênitos, prematuridade, a pré-eclâmpsia (aumento da pressão sanguínea durante a gravidez), defeitos do palato e hidrocefalia. Quanto mais estudos sobre o tema vêm sendo publicados, mais entidades confirmam a eficácia da ingestão de DHA na gestação e nos primeiros anos de vida das crianças.
O nutricionista irá avaliar cada caso e prescrever a suplementação adequada a cada gestante, ok?
Geralmente, ambas as suplementações são dadas já no período pré- natal, e o ácido fólico é prescrito pelo médico.
Aqui algumas dicas muito importantes que podem ajudar bastante na saúde da gestante:
● Fracionar a dieta em várias e pequenas refeições ao dia. Isto ajuda no fornecimento de nutrientes, melhora o processo digestivo e previne azia e má digestão;
● Evitar consumo de comidas salgadas ou agregar muito sal à comida. Isso vale também para temperos prontos, que geralmente vêm carregados de sódio, glutamato monossódico, conservantes e afins que podem reter líquidos causando sensação de peso e mal estar, além de contribuir para o aumento da pressão arterial;
● Observe sempre o funcionamento intestino. É comum ocorrer prisão de ventre (obstipação). Consuma diariamente fibras (através das frutas, verduras, legumes, sementes, aveia, quinoa, linhaça, alimentos integrais) e hidrate-se de maneira correta;
● Dietas desbalanceadas podem levar à má formação de placenta, e ainda atraso no desenvolvimento motor, celular e nervoso da criança, além de predispor a depressão pós-parto e desvitalização da mãe após nascimento do bebê. A diminuição drástica no consumo de gorduras, por exemplo, diminui a absorção de vitamina A, D, E e K. A vitamina A é responsável pela formação das mucosas, crescimento ósseo e de tecidos. A vitamina D na formação dos ossos e outras funções primordiais. A vitamina E age como antioxidante e anti-hemorrágica e a vitamina K como controladora da coagulação sanguínea;
● Gengibre é um alimento que pode ajudar bastante no alívio das náuseas e da azia, e pode ser consumido fresco ou em forma de pó diluído em chás, sucos, água;
● Prefira sempre uma alimentação orgânica!
EVITE:
► Deitar-se após comer, para evitar refluxo e mal estar;
► Consumir comidas salgadas ou agregar muito sal à comida. Isso vale também para temperos prontos, que geralmente vêm carregados de sódio, glutamato monossódico, conservantes e afins que podem reter líquidos causando sensação de peso e mal estar, além de contribuir para o aumento da pressão arterial, o que é perigoso;
► Leia sempre o rótulo dos alimentos, e evite alimentos com a presença de glutamato monossódico e gorduras do tipo trans;
► Não fume e evite ficar próximo de pessoas que estão fumando. O tabaco, que contém substâncias que podem ser prejudiciais ao bebê;
► Converse sempre com seu Educador Físico para orientar sua prática de atividade física;
► Peixes e frutos do mar crus, como ostras e sushi;
► Queijos de casca branca, como “brie” e “camembert”, e queijos com fungos, como “roquefort” e “gorgonzola”.
► Carne bovina mal passada ou crua (como carpaccio), carne de porco malpassada e ovos crus. A precaução é para evitar bactérias que possam afetar o bebê e a mãe;
► Cação, peixe-espada e tubarão, que podem conter níveis perigosos de mercúrio. O atum deve ser limitado a quatro latas por semana ou dois filés frescos por semana, pelo mesmo motivo. Outros peixes são seguros e fazem bem ao bebê e à mamãe. As recomendações quanto ao mercúrio valem também para quem está pensando em engravidar e para o período de amamentação;
► Se a gestante tiver na família pessoas com alergias (a nozes, castanhas ou amendoim, por exemplo), é bom evitar esses alimentos na gravidez;
► Bebidas alcoólica: o consumo de álcool pode causar sérios problemas no bebê, por isso, converse com seu médico e seu nutricionista sobre isso;
► Bebidas e alimentos com cafeína. Pesquisas ligaram o consumo de mais de 300 mg de cafeína por dia ao risco de aborto espontâneo e de a criança nascer com baixo peso;
► Muito cuidado ao alimentar-se fora de casa, principalmente com alimentos crus ou mal cozidos (frutas, verduras e legumes, ovos, carnes), pois nem sempre é possível saber se estes alimentos foram higienizados ou preparados corretamente.
Texto elaborado por: Priscila Di Ciero
Nutricionista formada em 2001, sou pós-graduada em Nutrição Esportiva Funcional e estou em formação para obtenção da certificação do Functional Medicine Institute (USA). Sou self e professional Coach formada pelo IBC e certificada pelo Internacional Society of Sports Nutrition (USA). Atualmente curso pós-graduação em Fitoterapia e atendo em consultório particular na zona sul de São Paulo (SP).
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
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