As proteínas desempenham um papel importante em nosso corpo. São
utilizadas para construir novas células, reparar as antigas, manter
nossos músculos e ossos fortes e até mesmo ajudar a manter nosso corpo
satisfeito entre as refeições. As proteínas dietéticas são produzidas a
partir de pequenos blocos de construção chamados aminoácidos,
necessários para produzir as proteínas indispensáveis ao corpo. É
importante que as pessoas consumam proteínas de alta qualidade em
quantidade suficiente, especialmente à medida que envelhecem para terem
os aminoácidos necessários e seus corpos funcionem corretamente.
As
necessidades de proteína podem aumentar com a gravidez, atividades
físicas, doenças e idade. Adultos com mais de 60 anos, por exemplo,
podem precisar de até duas vezes mais proteínas do que os mais jovens
para manter os músculos saudáveis, a força e a energia1. No entanto,
muitos não estão recebendo a quantidade diária recomendada de proteínas
que necessitam2,3.
As necessidades individuais de proteína também
variam de acordo com o estado de saúde de cada pessoa. Adultos
saudáveis precisam de cerca de 0,8 grama de proteína por quilograma (kg)
de peso corporal por dia, enquanto os mais velhos, em risco de
desnutrição ou em tratamento para uma doença, precisariam de até 1,5
gramas por kg de peso corporal por dia. Para um adulto de 70 kg essas
recomendações se traduziriam em 105 gramas de proteína por dia1,4.
Confira abaixo os principais mitos que podem impedir os adultos de obterem as proteínas que necessitam:
1. Proteínas não são necessárias no café da manhã
Enquanto
dormimos, o corpo está em jejum. Como resultado, a proteína não está
sendo entregue aos músculos, levando a degradação das proteínas
corporais. Tomar um café da manhã que inclui proteínas de alta qualidade
é uma ótima maneira de repor o equilíbrio proteico dos músculos.
Pessoas que comem apenas torradas ou pães não estão recebendo as
proteínas e outros nutrientes importantes. Os adultos devem obter
proteínas em todas as refeições, inclusive no café da manhã, para nutrir
o corpo e saciar a fome. Criar o hábito de comer queijo magro,
iogurtes, ovos ou outros alimentos ricos em proteínas pode ser uma
maneira fácil de aumentar a ingestão de nutrientes necessários pela
manhã.
2. Pular refeições terá impacto na ingestão geral de proteínas?
Embora
a proteína esteja presente em diversos alimentos, muitas pessoas mais
velhas acabam não obtendo o suficiente em suas dietas, pois um dos
principais motivos é o costume de pular refeições. No entanto, pesquisas
sugerem que indivíduos que distribuem sua ingestão de proteínas de
maneira mais uniforme ao longo do dia podem ajudar seus corpos a usá-la
com mais eficiência para a saúde muscular5.
Para evitar esse erro
comum, tente não pular refeições e priorizar proteínas ao se alimentar. A
suplementação também pode ser uma opção.
3. A idade não importa quando se trata de necessidades proteicas
Especialistas
concordam que as necessidades proteicas aumentam, conforme a idade e a
doença que o indivíduo possa ter. A perda muscular é uma parte natural
do envelhecimento. A partir dos 40 anos, as pessoas podem perder até 8%
da massa muscular a cada década6-9. Isso pode prejudicar os níveis de
força e energia, tornando atividades físicas que antes eram fáceis, cada
vez mais desafiadoras. Além disso, à medida que envelhecemos, o corpo
se torna menos eficiente na utilização de proteínas para síntese
muscular, então devemos comer mais para colher os benefícios.
4. O nível de atividade não afeta as necessidades de proteína
Quando
se trata de proteínas, uma quantia pré-determinada não serve para todo
mundo. Assim como a idade afeta as necessidades proteicas, o mesmo
ocorre com a atividade física. Atletas ou aqueles que se exercitam com
frequência podem precisar de duas vezes mais proteínas do que uma pessoa
mais sedentária para ajudar a reconstruir e manter os tecidos
musculares ativos. O tempo também é importante. Além de consumir várias
fontes de proteínas em todas as refeições, alimentar-se com um lanche
rico em proteínas após o exercício físico pode ajudar a reparar qualquer
dano muscular. No geral, procure consumir de 25 a 30 gramas de proteína
após um treino rigoroso.
5. Todas as proteínas são iguais
As
proteínas são constituídas de blocos de construção chamados
aminoácidos. Dos 20 aminoácidos existentes em proteínas alimentares,
nove são essenciais, o que significa que o corpo deve ter um suprimento
diário deles para manter o crescimento, desenvolvimento e funcionamento
normal do corpo. Os outros aminoácidos não são considerados essenciais,
visto que o corpo pode produzi-los a partir de outros aminoácidos. Com
relação à qualidade, a proteína pode ser classificada como completa ou
incompleta:
• A primeira, conhecido como proteína completa, contém
todos os nove aminoácidos essenciais nas quantidades certas para manter
o crescimento, desenvolvimento e funcionamento normal do corpo.
Alimentos de origem animal como carne, peixe, aves, ovos e laticínios
contém proteínas completas.
• A segunda, proteína incompleta,
fornece apenas alguns desses blocos de construção – aminoácidos – e
precisa ser combinada com outras fontes complementares de proteína ao
longo do dia. A maioria das proteínas vegetais é classificada como
incompleta. No entanto, ingerir uma variedade de fontes de proteína
vegetal diariamente, como grãos e legumes, pode fornecer proteínas
completas suficientes. Além disso, alimentos proteicos à base de plantas
oferecem amplas fibras dietéticas, vitaminas, minerais e outros
fitonutrientes benéficos.
Os adultos devem tentar incluir ao
menos uma fonte de proteína completa de alta qualidade em todas as
refeições diárias. “Aqueles que seguem uma dieta vegetariana podem
misturar os alimentos comendo diferentes categorias de proteínas
vegetais complementares ao longo do dia, como pasta de amendoim com
torrada no café da manhã, arroz e feijão no almoço ou grão-de-bico no
jantar.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
1. Deutz NE, et al. Clin Nutr.2014;33:929-936.
2. Hengeveld LM, et al. J Cachexia, Sarcopenia and Muscle.2000;11:1212-1222.
3. Krok-Shoen JL, et al. Journal of Nutrition, Health & Aging.2019;23:338-347.
4. Bauer J, et al. J Am Med Dir Assoc. 2013 Aug; 14(8): P542-559.
5. Mamerow MM, et al. J Nutr. 2014; 144:876-880.
6. Grimby G, et al. Clin Physiol. 1982;3:209-218.
7. Flakoll P, et al. Nutrition.2004;20:445-451.
8. Baier S, et al. JPEN J Parenter Enteral Nutr.2009;33:71-82.
9. Janssen I, et al. J Appl Physiol.2000;89:81-88.
Nenhum comentário:
Postar um comentário