A Síndrome Pré-Menstrual (SPM)
trata-se do conjunto de queixas somáticas e/ou psicológicas recorrentes que
ocorrem especificamente durante a fase lútea do ciclo menstrual (tipicamente
nas 2 últimas semanas do ciclo menstrual) e que desaparecem logo após o
surgimento da menstruação ou após o final desta, sendo as alterações
suficientemente intensas para interferir com o normal funcionamento da mulher,
com a sua qualidade de vida e as suas relações interpessoais.
É considerada síndrome, pois engloba
sintomas muito abrangentes, tanto psíquicos como físicos. Os principais são:
depressão, confusão, irritabilidade, fadiga, dor nas mamas, distensão
abdominal, dor de cabeça, edema, ganho de peso e acne discreta.
O sistema endócrino, o reprodutor e o
serotoninérgico tendem a realizar a regulação do comportamento. As alterações
nos níveis de estrógeno e de progesterona, durante o ciclo menstrual, agem
sobre a função serotoninérgica e em mulheres mais sensíveis, podem ocorrer
manifestações emocionais da síndrome pré-menstrual.
A SPM possui sintomas com grande
duração, número e intensidade, podendo ser divididos em sintomas físicos ou
somáticos e emocionais. Os sintomas somáticos descritos referem-se à mastalgia,
distensão abdominal, cefaleia e inchaço de extremidades ou sensação de “inchaço
geral”, oligúria, ganho de peso, dor pélvica e aumento das mamas. Os sintomas
emocionais relatados são depressão, fúria, irritabilidade, ansiedade, confusão,
isolamento social, dificuldade de concentração, indecisão, transtornos de sono
e agressividade.
O período menstrual influencia o
tamanho das refeições e do apetite, o consumo de macronutrientes consumidos,
modificações na escolha de produtos alimentícios e a compulsão por certos tipos
de alimentos, especialmente os doces.
As mulheres buscam maneiras mais
naturais para reduzir os sintomas da SPM. Desde que SPM foi considerada uma
condição crônica, tem se observado efeitos colaterais de alguns medicamentos
utilizados para aliviar os sintomas. A Fitoterapia tem sido reconhecida como um
tratamento aceitável porque normalmente provoca menos efeitos colaterais. Um
estudo mostrou que o tratamento mais comum realizado pelas mulheres Asiáticas
são os hormônios (32%) enquanto no grupo Europeu houve prevalência do uso
de fitoterápicos e vitaminas para amenizar a SPM (48%).
Foi demonstrado que o Crocus Sativus (Açafrão)
em dose de 30 mg / dia (15 mg duas vezes por dia – manhã e à noite) foi
significativamente eficaz em três ciclos de quatro
no total de sintomas pré-menstruais segundo
escala Hamilton Depression
Rating Scale.
O óleo de prímula (Oenothera biennis), é
obtido das sementes de Oenothera
biennis (Onagraceae),
contém ácido gama linoleico e ácido linolênico, constituintes das membranas dos
tecidos e precursores das prostaglandinas. É indicado no tratamento
coadjuvante da SPM por ser rico em ácido linoleico, precursor do ácido gama
linolênico (DGLA).
Este auxilia na redução de
prostaglandinas inflamatórias e aumento de prostaglandinas anti-inflamatórias,
as quais aliviam a cólica menstrual, mastalgias e retenção hídrica. DGLA também
pode estimular pequenas quantidades de estrogênio, uma das causas da TPM devido
à queda do hormônio na fase lútea. Indicada 2 doses ao dia pela manhã a partir
do 14º dia do ciclo menstrual de Óleo de Prímula (Oenothera biennis) padronizado a 7% de DGLA –
1g, tendo sua dose máxima diária de 6g.
A utilização de cálcio, também,
demonstrou ter benefícios significativos em estudos amplos e adequados
metodologicamente. A suplementação de 1.200mg/dia de Ca parece de fato ser
efetiva no tratamento da SPM. Distúrbios no metabolismo do cálcio resultam em
efeitos colaterais, como formação de litíase, insuficiência renal e síndrome da
hipercalemia. Pacientes com hiperparatireoidismo, doença renal crônica ou
litíase renal não devem exceder a suplementação de cálcio. Podem ocorrer
relatos de obstipação e flatulência com o uso de suplementos de cálcio.
A vitamina B6 atua como cofator na formação da serotonina
e por esse motivo, poderia exercer efeitos benéficos sobre os sintomas da SPM,
principalmente alterações de humor. Quando os níveis dessa
vitamina estão baixos, pode ocorrer aumento dos níveis
de prolactina, que podem acarretar edema e os sintomas psicológicos
associados à SPM. Recomendado de 25 a 100mg/ dia. Não há nenhuma toxicidade
associada com vitamina B6.
Entretanto, quando ingerida em altas doses, tem sido associada a efeitos que
incluem formigamento de mãos e pés, redução da coordenação muscular e
dificuldade de caminhar.
A vitamina E pode melhorar o humor e
aliviar sintomas físicos, incluindo ansiedade e mastalgia por meio da síntese
de prostaglandinas e equilíbrio hipotalâmico de neurotransmissores. Em estudo
randomizado, duplo-cego, com doses de 400
UI por dia, promoveram melhora significativa em certos sintomas
afetivos e físicos em algumas mulheres com SPM.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Pujol, AP. Os Benefícios da
Fitoterapia na TPM. Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário