A poucos dias do Natal, o
consumidor já pensa na festa cristã de 25 de dezembro que, tradicionalmente,
congrega a troca de presentes entre familiares e amigos, bem como uma alegre e
farta ceia natalina. A tradição nos induz a uma verdadeira farra gastronômica
com rabanadas, frutas cristalizadas, panetones, bacalhau, peru, aves de “carne
nobre”, etc., sendo praticamente impossível resistir a eles.
As festas de final de ano
– Natal e Ano Novo - são globais, porém, as tradições variam em cada país ou
região. De acordo com a temperatura e a localização, comemora-se a chegada do
ano novo na beira da praia ou em ambientes fechados. O horário e o cardápio da
ceia também variam, conforme a região, a família ou a religião de cada um.
Uma festa
que, na tradição cristã, existe para celebrar a vida e a união familiar
transformou-se, com o passar do tempo, também, em uma celebração do consumo.
Indústria e varejo investem a maior parte de suas verbas publicitárias para anunciar
nesta época, é no final do ano, especialmente no Natal, que se realiza o maior
volume de vendas no varejo, desde os presentes que são trocados entre adultos e
crianças, dos mais variados tipos, até o alimento que recebe, nesta época, uma
carga de significado muito especial. Quer dizer, o Natal é uma época em que
tudo o que está disponível no mercado pode vir a ser comprado e consumido.
Neste contexto, não podemos deixar de considerar uma das mais fortes tradições
desta época: a ceia!
Os significados, os
sentimentos e as funções presentes na ceia de Natal, passando por temas como
identidade, tradição, autenticidade, confiança e distinção envolvidos no
consumo vão além de apenas um modo de alimentar.
O peru de Natal se tornou
tema de conto do escritor Mario de Andrade, o consumo desta ave no Brasil
deu-se no início do século XX, era servida em dias de festas com muitos
convidados, praticamente uma extravagância e antes do peru, a tradição das
mesas natalinas era o Bacalhau, trazido pelos portugueses. A introdução e
fixação do peru como prato principal na Europa e nas Américas, incluindo o
Brasil, na comemoração do nascimento de Cristo, transformou o ritual do jantar
de Natal em ceia.
Em 1982, surgiu no
mercado brasileiro, trazido, pela empresa Perdigão, um possível substituto do
peru para ser usado como carne nobre na ceia natalina – o Chester (marca de
propriedade da empresa Brasil Foods S.A). A partir de uma matriz escocesa e
sucessivas seleções e cruzamentos de linhagens diferentes, criou-se uma ave com
maior concentração de carnes nas coxas e no peito.
Aproveitando o sucesso
mercadológico do Chester, foram lançadas no mercado outras aves de “carne
nobre” que poderiam substituir o peru na ceia de Natal das famílias. Todas
desenvolvidas e registradas como marcas por diversas empresas.
Muitos alimentos, como
Chester e peru ganharam uma simbologia natalina, rabanadas, castanhas, frutas
cristalizadas, panetones e diversos outros pratos são consumidos com mais
ênfase nessa data. Pode-se dizer que a tradição da ceia de Natal, a repetição
dos pratos servidos, seus significados e formas de consumi-los fornece uma
identidade tradicional as famílias ao redor do mundo.
Quais os benefícios dos alimentos consumidos na ceia de Natal?
As festas de fim de ano
costumam desestabilizar as dietas saudáveis. Além de engordar, o abuso de
comidas calóricas e de bebidas alcoólicas no Natal e no Ano Novo podem
desestabilizar o organismo humano, mas é possível fugir dos excessos.
É importante realizar uma
ceia saudável e equilibrada, e que acima de tudo possa ser gostosa e
harmoniosa, uma vez que a ceia natalina está repleta de alimentos que fazem bem
para nossa saúde e que muitas vezes só são encontrados nesta época do ano.
Usando a criatividade
podemos criar novos pratos sem perder a identidade original, é possível, por
exemplo, substituir as rabanadas fritas por assadas, introduzir legumes e ervas
ao arroz, a tradicional farofa pode ser de soja, etc. garantindo qualidade e
diversidade nas preparações.
O peru é uma ótima opção
de carne magra para o Natal, fonte proteica com baixo teor de gordura, outra
opção é o Chester, carne magra e saborosa, considerado também uma boa fonte de
proteínas para compor o prato principal da ceia de natal. As nozes são ricas em
magnésio, fósforo, zinco, vitaminas do complexo B e vitamina E, devido a sua
capacidade antioxidante dá-se a importante na proteção contra doenças
coronarianas. A avelã é rica em cálcio e assim como as nozes, castanhas e
amêndoas, a avelã possui alto teor de ácidos graxos fundamentais para nossa
saúde. As frutas como: cereja “in natura” apresenta baixas calorias, é uma boa
fonte de vitamina C, vitamina A, potássio e fibra solúvel, sendo benéfica na
redução do colesterol; ameixa é também uma fruta de baixo valor calórico e boa
fonte de fibras, rica em riboflavina e potássio; as uvas, principalmente as
vermelhas, são muito ricas em substâncias antioxidantes que previnem o
surgimento de diversas doenças, inclusive o envelhecimento; os damascos secos
destacam-se como antioxidantes devido a sua alta concentração de betacaroteno e
são mais nutritivos do que os frescos ou enlatados e isentos de gordura e a
tâmara, com cerca de 60 a 70% de seu peso constituído de açúcar, é uma das
frutas mais doces, possui propriedades nutritivas, sendo rica em potássio,
ferro, niacina e vitamina B6. Fique a vontade para consumir todos esses
alimentos durante sua ceia de natal!
Rolinhos de Berinjela com Ricota
Ingredientes:
2 unidades de berinjela;
1 xícara de ricota;
1 colher de sopa de azeite de oliva;
1 colher de chá de orégano;
1 colher de chá de manjericão fresco;
9 unidades de tomate seco;
1 colher de sopa de azeitonas pretas picadas;
2 colheres de sopa de leite desnatado;
1 colher de chá de salsa picada.
Modo de
Preparo:
Corte as berinjelas em fatias finas, no sentido longitudinal, cada
berinjela dá aproximadamente 4 fatias. Coloque numa bacia 1 litro de água e 1
colher de sopa de sal, deixe as fatias de berinjela mergulhadas por 30 minutos.
Passado o tempo retire-as da água, seque-as e reserve-as. Pincele o azeite nas
fatias de berinjela, coloque-as em uma assadeira antiaderente afastadas umas
das outras, e leve-as ao forno preaquecido a 200ºC por 15 minutos, Retire e
deixe esfriar.
Recheio:
Numa vasilha junte a ricota, as azeitonas picadas, o orégano, os tomates
secos picados, a salsa e o leite desnatado, misture bem até conseguir uma pasta
cremosa.
Montagem:
Coloque uma colher de recheio em cada berinjela ou coloque mais se
necessário e feche com meio palito espetado de cada lado. Depois de todos os
rolinhos de berinjela com ricota montados leve-os novamente ao forno por 10
minutos. Retire e decore os rolinhos de berinjela com ricota com as folhas de
manjericão e sirva-os.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Canesqui, A. M.; Gracia, R.W.D. Antropologia e nutrição: um diálogo possível.
Rio de Janeiro, Fiocruz, 2005
Douglas, M; Isherwood, B. O mundo dos bens: por uma antropologia do
consumo. Rio de Janeiro, UFRJ, 2004
INMETRO. Programa de análises de perigos: Relatório de verificação metrológica em
produtos natalinos frango, peru e ave especial com maior quantidade de carne no
peito e nas coxas (Chester). Rio de Janeiro. Dez, 2010.
Murilha, BL. Alimentos tradicionais da ceia
natalina. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP, 2012.
Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
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