O que é ressaca?
O álcool é uma substância tóxica e o órgão
mais afetado é o fígado, que tem o papel de metabolizar e descartar as toxinas.
Todo o aparelho digestivo sofre alterações com a ação do álcool, se tomado de
forma exagerada. O organismo necessita de um bom tempo para se recuperar da intoxicação
e isto se reflete no bem-estar geral. Os sintomas da ressaca são dor de cabeça,
enjoo, mal-estar, um gosto amargo na boca, barriga estufada, azia ou refluxo,
aumento da pressão arterial (cerveja é fonte de sódio), desidratação, redução nos
reflexos, na atenção e atividade motora.
Fígado, rins e músculos
Além de sobrecarregar o fígado, o álcool também
afeta os rins. Ele age aumentando a excreção de urina, e eleva a temperatura
corporal promovendo uma transpiração mais intensa, o que leva à desidratação. Uma
noite de bebedeira costuma se traduzir em fraqueza e indisposição no dia
seguinte porque os músculos também pagam o preço do exagero. Quanto mais você
bebe mais perde água, que leva junto o potássio, e assim os músculos entram em
fadiga. Resultado? Você se sente cansado e sem energia.
Escolha certo para não errar
Bebidas com alto teor de álcool são mais
perigosas porque é fácil errar na dose e passar do ponto. O problema maior não
é o tipo de bebida e sim a quantidade ingerida. As mulheres, por sua
constituição física, devem beber uma quantidade menor do que os homens. Para
ficar do lado seguro, e se sentindo ótima no dia seguinte, a mulher não deve
ultrapassar duas doses e o homem pode ir até três ou quatro doses – isto é
válido para qualquer bebida alcoólica. Um erro fatal é misturar fermentados
(cerveja e vinho) e destilados (vodka, cachaça, uísque), pois isto amplia os
efeitos adversos da ressaca. Quanto mais substâncias diferentes o fígado
precisa metabolizar e neutralizar, mais demorada é a recuperação do organismo.
Tomar água ajuda
Quando ingerida em grande quantidade a bebida
alcoólica causa desidratação,
pois o álcool "retira" a água das células, agindo como um diurético,
ou seja, estimula a formação de urina com a consequente perda de água pelo
organismo. Uma dica para evitar a ressaca no dia seguinte é alternar o drinque
com o consumo de água mineral, ou água de coco, ou mesmo um suco de frutas.
Assim o teor alcoólico fica diluído, o corpo não se desidrata, e certamente o
número de doses da bebida será menor. Se a ressaca está instalada, mais um
motivo para beber muita água e ajudar o corpo a se livrar das toxinas.
Forre o estômago
Nunca beba de estômago vazio, pois neste caso
o álcool tem livre trânsito, ninguém para atrapalhar no caminho (no caso o
alimento), e aí segue em velocidade máxima para a corrente sanguínea. Assim
você fica embriagado bem mais rápido, além de ter uma ressaca maior no dia seguinte.
Alimente-se antes de beber ou faça pequenos lanches durante a balada para
diminuir a velocidade de absorção e de entrada de álcool na corrente sanguínea.
Azeite, o melhor amigo do
fígado!
Tomar uma colher de sopa de azeite
extravirgem (ou de óleo de coco) antes de beber não é lenda. Ricos em ácidos
graxos, estes óleos protegem o fígado contra os efeitos danosos da bebida
alcoólica, pois ajudam a revestir a mucosa do estomago reduzindo a absorção de
álcool. Para ficar mais palatável você pode colocar o azeite ou óleo de coco
sobre uma fatia de pão ou uma torrada.
Pera é novidade!
Um estudo recente (2015) feito na Austrália revelou
que as peras asiáticas agem sobre as principais enzimas envolvidas no
metabolismo do álcool (álcool desidrogenase e aldeído desidrogenase), ajudando
o corpo a metabolizar e eliminar o álcool, ou até mesmo inibir a sua absorção. Então
tomar um suco de pera ou comer a fruta antes de beber pode ajudar na prevenção
da ressaca. A pera asiática tem formato arredondado e casca mais escura.
Pílulas protetoras
O álcool afeta a absorção e o metabolismo de
nutrientes como as vitaminas A, B e C, e de minerais como cálcio, magnésio,
sódio, potássio e zinco. Tomar comprimidos de vitamina C, complexo B e um
lipotrópico (protetor hepático como silimarina, colina, inositol, metionina,
acetilcisteína) é uma boa ideia. Um complexo multimineral também pode ajudar.
Água de coco
No dia seguinte você precisa desintoxicar o
organismo e restaurar as energias. Tome um coco gelado ao acordar, a sensação
de bem estar é imediata! A água de coco é rica em frutose, magnésio e potássio.
Os sais minerais associados à frutose aceleram a eliminação das toxinas.
Hortelã e gengibre
O chá de hortelã ajuda o sistema digestivo a
eliminar as toxinas e a se recuperar dos excessos. Seus efeitos são creditados
ao óleo essencial presente nas folhas, o mentol, que alivia diversos sintomas
da ressaca como náuseas, vômitos, mal-estar e dor de cabeça. Ele pode ser
tomado durante todo o dia (quente, morno ou frio), sem acrescentar açúcar ou
adoçante, já que isso reduz o seu efeito purificante. O gengibre é outro
aliado, ele atua contra o enjoo e melhora o funcionamento do sistema digestivo.
Faça um chá ou acrescente no suco.
Frutas ricas em vitamina C
A vitamina C é um superantioxidante e ajuda o
fígado a metabolizar e neutralizar as substâncias tóxicas do álcool. Limão,
laranja, acerola, maracujá, caju, goiaba, morango, kiwi, todos são carregados
de vitamina C – use à vontade, passe o dia comendo estas frutas ou tomando seus
sucos. Especial destaque para o limão – seu sumo ajuda a alcalinizar toda a
acidez produzida pela ingestão excessiva de álcool. Tome água com limão quantas
vezes quiser – seu fígado agradece.
Suco verde
Outra fonte de antioxidantes é o suco verde.
Como foi dito acima, o álcool afeta a absorção e o metabolismo de nutrientes (vitaminas
e minerais). Um suco de verduras acrescido de frutas ajuda a repor o que foi
perdido e a acelerar a eliminação de álcool do organismo. Sugestões: acrescente
uma folha de couve no suco de laranja, um bom punhado de hortelã no suco de
abacaxi com água de coco, ou um talo e folhas de aipo no suco de melancia.
Dieta leve
Opte por carboidratos complexos (arroz
integral, quinoa, amaranto, aveia), frutas, verduras, chás e muita água. É
importante evitar alimentos pesados e de difícil digestão como frituras, carnes
gordas, embutidos e pratos muito elaborados e condimentados. O processo de
desintoxicação pode levar de um a dois dias, às vezes até três, dependendo do
excesso cometido.
Texto elaborado por: Dra. Tamara
Mazaracki.
Título
de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro
Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
Pós-graduação
em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE –
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de
Homeopatia;
Pós-graduação
em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
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