Desde
1980 a obesidade infantil vem sendo diagnosticada com maior frequência. Esta
doença que antigamente era mais prevalente em países desenvolvidos e
principalmente na população menos favorecida, passou ser encontrada em crianças
de classes socioeconômicas mais altas, no Brasil.
Nos últimos 30 anos, a
prevalência de excesso de peso nas crianças aumentou em todas as regiões do
Brasil e em todos os extratos econômicos. Um estudo feito com 10.822 crianças
de sete a dez anos, nas cidades de Santos e São Paulo, indicou prevalência de
15,7% de sobrepeso e 18% de obesidade.
A obesidade infantil causada
por uma alimentação inadequada, pode estar relacionada com hipertensão,
dislipidemias e diabetes tipo II, trazendo consequências para a vida adulta. Crianças
que consomem uma quantidade grande de produtos industrializados, como salgados
fritos, batata frita, sanduíches, salgadinhos comercializados em pacotes,
bolachas, balas e refrigerantes, possuem maior chance de ter excesso de peso,
pois estão consumindo mais açúcar, o qual está associado com esses produtos. O
Brasil é um dos maiores consumidores de açúcar do mundo. Cada brasileiro
consome em média, 51 a 55 quilos de açúcar por ano, contra uma média mundial
por habitante de 21 quilos.
Além disso, os principais
desvios alimentares das crianças são o consumo insuficiente de frutas,
hortaliças e leguminosas (principalmente feijão); a ausência de refeições,
principalmente o café da manhã; redução do consumo de leite e seus derivados,
substituindo-os por bebidas lácteas industrializadas; aumento no consumo de
alimentos prontos (congelados e pré-preparados), além de refrigerantes. Esses
fatores mostram a importância da família, do governo e dos meios de comunicação
na educação alimentar.
As escolas tem sua parcela
na realidade alimentar das crianças e as que oferecem alimentos hipercalóricos,
acabam contribuindo no consumo desses alimentos. Por isso, a oferta de
alimentos in natura deve ser
estimulado em detrimento dos alimentos de alta densidade energética.
Outros fatores importantes
que podem ajudar na prevenção do excesso de peso das crianças é a duração do
aleitamento materno e momento ideal da inclusão dos alimentos de transição. O
aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade. Estudos
indicam que o leite materno pode prevenir a obesidade, por ser menos calórico e
proteico que as fórmulas lácteas, além de conter fatores bioativos, que podem
modular o metabolismo energético, e de possuir leptina que modula o apetite,
resultando em um ganho de peso adequado.
Estudos apontam que a
inatividade física também pode levar ao excesso de peso e obesidade. Crianças
que ficam muito tempo à frente da TV apresentam consumo maior de alimentos com
maior densidade calórica. Além disso, durante os programas infantis são
veiculadas propagandas de alimentos industrializados e com poucos nutrientes.
Por isso, a prática de exercícios físicos leva as crianças à um melhor
desenvolvimento corporal, diminuindo o risco de obesidade, atuando na regulação
do balanço energético.
Fica claro que desde o
nascimento as crianças sofrerão influências do ambiente que poderão conduzi-las
para um peso saudável ou para a obesidade. Os pais e a escola devem orienta-los
para o consumo de alimentos saudáveis, em sua maioria in natura ou minimamente processados, evitando os produtos ricos em
gorduras e açúcares, como os produtos industrializados. Além disso, a criança
deve estar envolvida em uma rotina de exercícios recreativos juntos dos amigos,
para além de incentivar bons costumes, influenciar nos relacionamentos sociais.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Texto
elaborado por: Dra.
Caroline de Salve –
CRN3. 28964
Nutricionista
formada pelo Centro Universitário São Camilo
·
Especialista em Nutrição Humana pelo Instituto Metabolismo e Nutrição
(IMEN)
Especialista em Nutrição e Pediatria pelo HCMUSP
Nutricionista Responsável pelo Colégio Piaget
Nutricionista Responsável por unidade Salutem Nutrição e Bem Estar em São Caetano
do Sul e atendimentos na Unidade Salutem de São Caetano do Sul.
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