Ter uma alimentação saudável é de
extrema importância em qualquer idade, pois auxilia diretamente no
desenvolvimento fisiológico, manutenção da saúde e bem estar do indivíduo.
Durante a infância, o valor dessa alimentação adequada e saudável se torna
muito maior, pois as crianças se encontram em fase de intenso crescimento e
desenvolvimento. A partir dos seis meses de idade, a introdução da alimentação
complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos alimentares de
quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de
vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e
saberes.
O grande desafio dos pais, familiares
e cuidadores é conduzir adequadamente esse processo, em que não se sabe o tipo,
a consistência e a forma de alimento que deve ser ou não oferecido às crianças
para suprir as necessidades nutricionais. Outros desafios surgem quanto à
manutenção dessa alimentação adequada e saudável conforme o avançar da idade
das crianças, pois existem diversos mitos sobre o tema, o que dificulta
bastante a escolha dos alimentos.
Crianças precisam realizar três refeições por dia – MITO
Segundo as recomendações do Guia
Alimentar para Crianças Menores de Dois anos, a criança que é amamentada deve
receber, segundo sua idade, diferentes refeições ao longo do dia, considerando
a consistência e quantidade adequadas. O passo três do guia traz que após os 6
meses, a criança deve receber alimentos complementares (cereais, tubérculos,
carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se estiver em
aleitamento materno.
As frutas e verduras são prioridade no cardápio infantil
– MITO
A alimentação das crianças deve ser
variada, colorida, considerando os diferentes grupos de alimentos. Segundo o
passo 6 do Guia Alimentar para crianças menores de dois anos, a criança deve
receber diferentes alimentos ao dia, pois uma alimentação variada é uma
alimentação colorida. As frutas e verduras são importantes fontes de vitaminas
e minerais, que nessa fase de crescimento e desenvolvimento são essenciais,
principalmente para evitar as carências nutricionais. No entanto, não podemos
esquecer das carnes, como fontes de proteínas e ferro, e dos cereais,
tubérculos e leguminosas como fontes de carboidrato, vitaminas e minerais
também. O mais importante de tudo, é que a alimentação da criança, assim como
da família, deve ser baseada em alimentos que fazem parte da sua cultura
alimentar e que preferencialmente sejam da época e cultivados localmente.
A consistência dos alimentos ajuda a desenvolver a
musculatura infantil – VERDADE
Desde a amamentação, com o exercício
que a criança faz para retirar o leite da mama a musculatura facial vem sendo
desenvolvida. A amamentação também estimula o desenvolvimento da cavidade oral,
propiciando uma melhor conformação do palato duto, o que é fundamental para o
correto alinhamento dos dentes. Conforme a criança vai crescendo e entra na
alimentação complementar a consistência dos alimentos deve aumentar
progressivamente até chegar à consistência da alimentação da família. A
consistência dos alimentos interfere no esforço que a criança vai fazer e
consequentemente na força que ela utilizará para mastigar os alimentos. Nesse
processo ela pode desenvolver mais ou menos a sua musculatura orofacial, bem
como, fortalecer os dentes que estão em fase de crescimento, o próprio processo
de mastigação e deglutição e o controle da respiração durante o ato de comer.
Alimentos com corantes causam uma série de alergias
alimentares – VERDADE
A hipersensibilidade ou alergia
alimentar caracteriza-se por reações adversas após a ingestão de alimentos,
resultantes de uma resposta imunológica anormal ou exagerada às proteínas
presentes nesses alimentos. Em geral, essas reações acontecem pela introdução
precoce de alimentos ricos em substâncias alergênicas, como, por exemplo, os
corantes. Os corantes, em geral, estão presentes em produtos processados e
ultraprocessados. Assim, a alimentação das crianças devem ser baseadas em alimentos
naturais, frescos e variados.
É melhor o bebê comer frutas sem casca – MITO
A fruta, quando consumida com a casca,
possui maior quantidade de fibras e nutrientes. A pectina da maçã, por exemplo,
só é ingerida quando se come a maçã com a casca. Mas, vale ressaltar que frutas
e verduras produzidas nas formas de cultivo tradicional possuem resíduos dos
agrotóxicos e estes ficam concentrados nas cascas, por isso é bom dar preferência
para alimentos orgânicos. Toda fruta deve ser muito bem lavada antes do seu
consumo, principalmente na infância.
Alimentos enlatados e industrializados fazem mal a saúde
e devem ser evitado – VERDADE
Os alimentos industrializados,
alimentos açucarados, ricos em gordura, ricos em sódio e corantes devem sempre
ser evitados, principalmente nos primeiros anos de vida. Os refrigerantes,
salgadinhos chips, refresco em pó, biscoitos recheados, macarrão instantâneo,
dentre outros, podem trazer uma série de riscos à saúde infantil, até mesmo a
obesidade, diabetes, dislipidemias, hipertensão, anemias, alergias, dentre
outros, fatores esses que podem perdurar até a idade adulta. Sabe-se que as
crianças nascem com preferência ao sabor doce; portanto, oferecer alimentos
adicionados de açúcar ou alimentos com grandes quantidades de energia faz com
que a criança se desinteresse por alimentos saudáveis como cereais, verduras e
legumes, alimentos que são fontes de nutrientes importantes. Assim, o melhor é
priorizar alimentos naturais e frescos desde a introdução da alimentação
complementar, a fim de formar um hábito alimentar saudável e manter esse padrão
ao longo de toda infância, adolescência e vida adulta.
Dica saudável - A família é a principal responsável pela formação do
hábito alimentar da criança, então os pais devem ser o exemplo, mantendo uma
rotina de refeições saudáveis. Garantir que em casa sempre estejam disponíveis
alimentos saudáveis, pois não é a criança que determina as compras. É
fundamental criar uma rotina alimentar e não fazer o uso de barganhas e
chantagens envolvendo a alimentação da criança. Temos uma gama de alimentos
naturais e ricos em nutrientes que devem ser experimentados desde a infância.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Alimentação Infantil – Mitos
e Verdades. Ministério da Saúde. Disponível em: www.blog.saude.gov.br Acessado em:
14/06/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário