A psoríase é uma doença que se
manifesta por meio de lesões róseas ou avermelhadas recobertas por escamas
esbranquiçadas que podem aparecer em várias localizações, como cotovelos,
joelhos ou couro cabeludo; unhas; palma das mãos e plantas dos pés; por toda a
pele e articulações. Ela pode causar coceira, dores ou até mesmo artrite.
A doença imuneinflamatória crônica da
pele afeta aproximadamente 3% da população mundial. Atinge pessoas de todas as
idades e de ambos os sexos e é frequente principalmente na faixa etária entre
20 e 40 anos. Até hoje não se sabem os motivos causadores da doença, mas
pesquisas científicas demonstram que, em 30% dos casos, o fator genético está
envolvido. No entanto, estresse emocional, traumas ou irritações na pele,
infecções na garganta, baixa umidade do ar ou alguns medicamentos podem
aumentar ou iniciar a doença.
Uma dieta vegetariana pode favorecer
os pacientes com psoríase, devido à ingestão diminuída de ácido araquidônico
(um ácido graxo poli-insaturado da família ômega-6), com consequente redução na
formação de seus mediadores inflamatórios. Esse ácido graxo pode ser
substituído por outro, o ácido eicosapentanoico (EPA – ácido graxo
poli-insaturado da família ômega-3), que utiliza as mesmas vias de
metabolização.
Segundo estudos científicos, a
suplementação oral ou parenteral com o ácido graxo ômega-3, em pacientes
hospitalizados, foi benéfica em relação à diminuição das lesões cutâneas
causadas pela psoríase. A quantidade a ser suplementada ainda não foi
estabelecida, mas algumas pesquisas mostraram resultados positivos com o uso de
4 a 6g de ômega-3/dia em apenas quatro semanas. Este ácido graxo também reduziu
os efeitos colaterais da doença, como a hiperlipidemia e a nefrotoxicidade das
drogas comumente utilizadas no tratamento da psoríase.
A ingestão de alimentos ricos em betacaroteno
(como cenoura, manga, abóbora), alfa-tocoferol (como nozes, sementes e óleos
vegetais) e selênio (como a castanha do Pará) deve ser incentivada, visto que
tais nutrientes encontram-se diminuídos nestes pacientes.
A suplementação oral de vitamina D e
de ácido fólico também pode ser opção terapêutica aos pacientes com psoríase,
embora ainda não se tenham quantidades estabelecidas. A vitamina D possui
propriedades imunorregulatórias e antiproliferativas; e o ácido fólico reduz os
efeitos tóxicos dos medicamentos utilizados no tratamento e, ainda, diminui os
níveis de homocisteína (um aminoácido sintetizado pelo organismo que, se não
for corretamente metabolizado, contribui para o desenvolvimento de
aterosclerose), que muitas vezes encontra-se elevado nestes pacientes.
Reduzir
o estresse, a ansiedade e a tristeza também podem auxiliar no controle das
lesões. O fator emocional influencia consideravelmente no quadro clínico da
psoríase, seja positiva ou negativamente. Além disso, outras fontes de estresse
ao organismo, como as infecções, podem causar aumento e/ou piora das lesões.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências Bibliográficas:
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and Omega-3 Fatty Acids. Am J Psychiatry 2003; v.160, n.7, p: 1355.
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