sexta-feira, 31 de maio de 2019

Alimentos e Síndrome Metabólica


Você já ouviu falar em síndrome metabólica? Talvez você ainda não saiba, mas com certeza ainda ouvirá falar este nome, afinal, esta síndrome está se cada vez mais presente na vida das pessoas, principalmente por conta dos maus hábitos alimentares e baixa atividade física. 

A síndrome metabólica é um transtorno de grande complexidade, caracterizado por um agrupamento de fatores de risco cardiovascular e predisposição ao diabetes. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a síndrome metabólica resulta da ocorrência de pelo menos três destes cinco problemas: obesidade abdominal (≥88cm), hipertensão arterial (≥130mmHg ou ≥85mmHg), elevação da glicemia/resistência à insulina (≥100mg/dL ou com diagnóstico de diabetes mellitus), triglicerídeos elevados (≥150mg/dL ou em tratamento) e redução de colesterol HDL (o bom colesterol) (≤50mg/dL ou em tratamento).

Os riscos para a saúde das pessoas que apresentam síndrome metabólica são muito elevados. A mortalidade nestes casos geralmente é duas vezes maior do que na população em geral. Dependendo do nível em que se encontram os problemas associados, as pessoas que apresentam a síndrome metabólica deverão tomar medicamentos para fazer o controle. Mas uma coisa é certa, a alimentação contribui muito para a diminuição dos riscos de quem já convive com a síndrome e também para quem busca a prevenção deste mal.

Alimentos ricos em flavonoides como as frutas e hortaliças auxiliam na diminuição do risco para a Síndrome Metabólica. Insira na sua alimentação diária o consumo de pelo menos quatro porções de frutas e quatro porções de hortaliças. Além dos flavonoides, estes alimentos contêm diversas vitaminas e minerais que podem colaborar na redução do risco para resistência à insulina, pressão arterial e doenças cardiovasculares. Mas acima de tudo, estes vegetais não contêm colesterol ou gorduras saturadas, contêm fibras e carboidratos complexos que serão absorvidos mais lentamente pelo organismo, gerando saciedade e baixa concentração de glicose no sangue por um tempo mais prolongado. O azeite de oliva também é um aliado na prevenção e diminuição dos riscos da síndrome metabólica.

O consumo de carnes e leites não deve ser evitado, já que estes alimentos também contêm nutrientes essenciais ao nosso organismo. Apenas devem ser consumidos de forma moderada, preferindo carnes magras e leite e derivados desnatados. Os doces, guloseimas, embutidos e frituras devem ser evitados, visto que contêm grandes quantidades ou de açúcares simples (no caso dos doces e guloseimas) ou de sal (no caso dos embutidos) ou de gorduras saturadas (no caso das frituras).

Diversos estudos têm sido desenvolvidos no intuito de identificar alimentos específicos capazes de atuar sobre esta síndrome de maneira a diminuir riscos. Um destes estudos foi realizado com oleaginosas (nozes, amêndoas e avelãs). Pesquisadores de duas universidades na Espanha (Universidade de Barcelona e Universidade de Rovira e Virgilli) (estudo publicado no Journal of Proteome Research) selecionaram 42 indivíduos que tinham síndrome metabólica e dividiram em dois grupos, um com 22 indivíduos e outro com 20. Um dos grupos recebeu uma dieta rica em oleaginosas durante três meses e o outro grupo evitou este grupo de alimentos durante o mesmo período. 



Os pesquisadores avaliaram as substâncias que foram excretadas na urina destes indivíduos e descobriram que houve diversas mudanças saudáveis no grupo que ingeriu oleaginosas. Uma das descobertas foi que o consumo de oleaginosas melhora os níveis de serotonina dos pacientes com síndrome metabólica. A serotonina é um neurotransmissor que faz com que as pessoas se sintam mais felizes, melhorando a saúde do coração, mas ele também está relacionado à sensação de fome, quanto mais serotonina, menor a vontade de comer. Outro efeito benéfico da ingestão de oleaginosas foi à redução nos níveis de substâncias associadas à inflamação e outros fatores de risco envolvidos com problemas cardiovasculares. 

O interessante é consumir pelo menos uma porção de oleaginosas ao dia (preferencialmente sem sal ou açúcar) e pode ser castanha-do-pará (consumir 4 unidades por dia), castanha de caju (consumir 5 unidades por dia), avelãs (consumir até 10 unidades ao dia), amêndoas (consumir de 10 a 12 unidades por dia), nozes (consumir 5 unidades ao dia).

Outros estudos indicam que alguns condimentos utilizados na preparação de comidas são capazes de diminuir os riscos da síndrome metabólica ou preveni-la. Um destes condimentos é a cúrcuma, proveniente de uma raiz de coloração amarela/alaranjada a Curcuma longa. Na cúrcuma, há uma substância chamada curcumina, sendo esta a responsável pelos efeitos benéficos ao organismo. De acordo com as pesquisas, esta substância é capaz de prevenir o acúmulo de triglicerídeos no fígado e no tecido adiposo e apresenta um efeito cardioprotetor. Estes efeitos estão relacionados com, principalmente, com a alta atividade antioxidante do composto.

Aliada a alimentação saudável e rica em componentes benéficos à saúde, a prática de atividade física traz inúmeros efeitos benéficos para os indivíduos com síndrome metabólica, pois auxilia na diminuição da obesidade, reduz as doenças cardiovasculares e melhora a sensibilidade à insulina e a pressão arterial. Os exercícios mais indicados neste caso são os aeróbicos, como caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta. É ideal que estas atividades sejam realizadas cinco vezes na semana por pelo menos 30 minutos ininterruptos ao dia.

As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referência Bibliográfica:

Schwarz, K. Alimentos e Síndrome Metabólica. Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 30/05/2019.

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