Você já ouviu falar em síndrome
metabólica? Talvez você ainda não saiba, mas com certeza ainda ouvirá falar
este nome, afinal, esta síndrome está se cada vez mais presente na vida das
pessoas, principalmente por conta dos maus hábitos alimentares e baixa
atividade física.
A síndrome metabólica é um transtorno
de grande complexidade, caracterizado por um agrupamento de fatores de risco
cardiovascular e predisposição ao diabetes. De acordo com a Organização Mundial
da Saúde, a síndrome metabólica resulta da ocorrência de pelo menos três destes
cinco problemas: obesidade abdominal (≥88cm), hipertensão arterial (≥130mmHg ou
≥85mmHg), elevação da glicemia/resistência à insulina (≥100mg/dL ou com diagnóstico
de diabetes mellitus), triglicerídeos elevados (≥150mg/dL ou em tratamento) e
redução de colesterol HDL (o bom colesterol) (≤50mg/dL ou em tratamento).
Os riscos para a saúde das pessoas que
apresentam síndrome metabólica são muito elevados. A mortalidade nestes casos
geralmente é duas vezes maior do que na população em geral. Dependendo do nível
em que se encontram os problemas associados, as pessoas que apresentam a
síndrome metabólica deverão tomar medicamentos para fazer o controle. Mas uma
coisa é certa, a alimentação contribui muito para a diminuição dos riscos de
quem já convive com a síndrome e também para quem busca a prevenção deste mal.
Alimentos ricos em flavonoides como as
frutas e hortaliças auxiliam na diminuição do risco para a Síndrome Metabólica.
Insira na sua alimentação diária o consumo de pelo menos quatro porções de
frutas e quatro porções de hortaliças. Além dos flavonoides, estes alimentos
contêm diversas vitaminas e minerais que podem colaborar na redução do risco
para resistência à insulina, pressão arterial e doenças cardiovasculares. Mas
acima de tudo, estes vegetais não contêm colesterol ou gorduras saturadas,
contêm fibras e carboidratos complexos que serão absorvidos mais lentamente
pelo organismo, gerando saciedade e baixa concentração de glicose no sangue por
um tempo mais prolongado. O azeite de oliva também é um aliado na prevenção e
diminuição dos riscos da síndrome metabólica.
O consumo de carnes e leites não deve
ser evitado, já que estes alimentos também contêm nutrientes essenciais ao
nosso organismo. Apenas devem ser consumidos de forma moderada, preferindo
carnes magras e leite e derivados desnatados. Os doces, guloseimas, embutidos e
frituras devem ser evitados, visto que contêm grandes quantidades ou de açúcares
simples (no caso dos doces e guloseimas) ou de sal (no caso dos embutidos) ou
de gorduras saturadas (no caso das frituras).
Diversos estudos têm sido desenvolvidos
no intuito de identificar alimentos específicos capazes de atuar sobre esta
síndrome de maneira a diminuir riscos. Um destes estudos foi realizado com
oleaginosas (nozes, amêndoas e avelãs). Pesquisadores de duas universidades na
Espanha (Universidade de Barcelona e Universidade de Rovira e Virgilli) (estudo
publicado no Journal of Proteome Research) selecionaram 42 indivíduos que
tinham síndrome metabólica e dividiram em dois grupos, um com 22 indivíduos e
outro com 20. Um dos grupos recebeu uma dieta rica em oleaginosas durante três
meses e o outro grupo evitou este grupo de alimentos durante o mesmo período.
Os pesquisadores avaliaram as
substâncias que foram excretadas na urina destes indivíduos e descobriram que
houve diversas mudanças saudáveis no grupo que ingeriu oleaginosas. Uma das
descobertas foi que o consumo de oleaginosas melhora os níveis de serotonina
dos pacientes com síndrome metabólica. A serotonina é um neurotransmissor que
faz com que as pessoas se sintam mais felizes, melhorando a saúde do coração,
mas ele também está relacionado à sensação de fome, quanto mais serotonina, menor
a vontade de comer. Outro efeito benéfico da ingestão de oleaginosas foi à
redução nos níveis de substâncias associadas à inflamação e outros fatores de
risco envolvidos com problemas cardiovasculares.
O interessante é consumir pelo menos
uma porção de oleaginosas ao dia (preferencialmente sem sal ou açúcar) e pode
ser castanha-do-pará (consumir 4 unidades por dia), castanha de caju (consumir
5 unidades por dia), avelãs (consumir até 10 unidades ao dia), amêndoas
(consumir de 10 a 12 unidades por dia), nozes (consumir 5 unidades ao dia).
Outros estudos indicam que alguns
condimentos utilizados na preparação de comidas são capazes de diminuir os
riscos da síndrome metabólica ou preveni-la. Um destes condimentos é a cúrcuma,
proveniente de uma raiz de coloração amarela/alaranjada a Curcuma longa. Na
cúrcuma, há uma substância chamada curcumina, sendo esta a responsável pelos
efeitos benéficos ao organismo. De acordo com as pesquisas, esta substância é
capaz de prevenir o acúmulo de triglicerídeos no fígado e no tecido adiposo e
apresenta um efeito cardioprotetor. Estes efeitos estão relacionados com,
principalmente, com a alta atividade antioxidante do composto.
Aliada a alimentação saudável e rica em
componentes benéficos à saúde, a prática de atividade física traz inúmeros
efeitos benéficos para os indivíduos com síndrome metabólica, pois auxilia na
diminuição da obesidade, reduz as doenças cardiovasculares e melhora a
sensibilidade à insulina e a pressão arterial. Os exercícios mais indicados
neste caso são os aeróbicos, como caminhar, correr, nadar e andar de bicicleta.
É ideal que estas atividades sejam realizadas cinco vezes na semana por pelo
menos 30 minutos ininterruptos ao dia.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento
presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas,
psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente,
para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Schwarz, K. Alimentos e Síndrome Metabólica.
Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br
Acessado em: 30/05/2019.
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