segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Quiabo


Quando se fala em quiabo a reação na maioria das pessoas é a mesma: torcer o nariz! E essa reação muitas vezes é explicada não pelo gosto que esse alimento tem, mas sim pela “baba” que ele solta quando sua casca é cortada.

No Brasil, o uso do quiabo era restrito aos negros até a colonização das regiões das minas, onde eles trabalhavam como escravos, quando só depois acabou sendo incorporado à dieta dos portugueses e mestiços. Sendo assim, Minas Gerais é considerada até hoje a grande produtora e consumidora de quiabo no Brasil. Cultivada em temperaturas entre 22 e 25 °C, no nosso país a sua produtividade normal está por volta de 15.000 a 22.000 hg/ha.

Com relação a sua composição nutricional, o quiabo é rico em proteínas, lipídeos, carboidratos, vitaminas A, B1, B2, C, ácido nicotínico, além dos minerais cálcio, ferro, magnésio, fósforo, sódio, potássio. Também contem uma considerável quantidade de fibras não digeríveis e seu valor energético esta por volta de 36 kcal/100g.

Na medicina popular, esse fruto é amplamente utilizado como diurético e como laxante no qual já apresentou comprovações medicinais e terapêuticas reconhecidas. Suas sementes são muito utilizadas como estimulantes estomacais e antiespamódico. Das suas folhas são feitos chás como alternativa no tratamento de bronquites e problemas pulmonares.

Mais recentemente pesquisadores da Unicamp juntamente com Instituto Agronômico de Campinas comprovaram que o quiabo também age melhorando o funcionamento do intestino e aumentando a saciedade, além de reduzir o nível de colesterol e controlar o nível de açúcar no sangue. 



Para essa comprovação os pesquisadores fizeram um pó com o quiabo e adicionaram o mesmo na dieta de ratos. O outro grupo de ratos recebeu ração equilibrada, mas contento uma fonte de fibra, que neste caso foi à celulose. Após os testes, os ratos que haviam ingerido a fibra do quiabo apresentam uma taxa de glicose 40% menor. Além de comer 30% a menos que os outros, já que ficaram mais saciados.

Esses resultados são atribuídos ao conteúdo de fibras que o quiabo possui que no caso do estudo relatado era de 50% de fibra insolúvel e 50% de fibra solúvel.A redução dos níveis glicêmicos ocorre em virtude do conteúdo de fibras solúveis presentes no quiabo. Essa fibra quando ingerida retarda a digestão da glicose, sendo assim o açúcar presente no alimento difunde-se no sangue mais lentamente, evitando elevações abruptas no pico de insulina no sangue. 

Agora que você já viu que o quiabo é um forte aliado à saúde, incremente sua dieta! Mas, se você, como no começo do texto não gosta da baba que o quiabo solta a dica é não raspá-lo e nem cortá-lo! No cozimento o tempo deve ser rápido e para finalizar dê um choque térmico com água fria. Vale a pena lembrar também que além da dieta equilibrada é sempre importante manter o peso e conservar-se no peso ideal, fazer atividade física, no mínimo 3 vezes na semana e manter sempre o bom humor!!


As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Bachiega, P. Quiabo: o mais novo aliado a saúde! Grupo de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.alimentosfuncionais.blogspot.com.br Acessado em: 20/10/2019.

NDJOUENKEU, R.; GOYCOOLEA, F. M.; MORRIS, E. R.; AKINGBALA, J. O. Rheology of okra (Hibiscus esculentus L.) and dika nut (Irvingia gabonensis) polysaccharides. Carbohydrate Polymers. Oxford, v.29, n.3, p.263-269, Mar., 1996.

SILVA, V.S.N. Estudo dos efeitos nutricionais da farinha de polpa e mucilagem extraída do quiabo (Hibiscus esculentus L.). 2006. 116f. Dissertação (Mestre em Ciência da Nutrição). UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Campinas. 2006.

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