quarta-feira, 20 de novembro de 2019

O Papel do DHA na Saúde da Gestante e do Bebê


Você sabia que o DHA, abreviatura de ácido docosa-hexaenóico, um ácido graxo do tipo ômega 3? E sim, o DHA é considerado uma vitamina cerebral, ele atua na formação, no crescimento e no próprio funcionamento do cérebro. Por isso, é muito estudado seu papel da saúde da gestante e do seu bebê.

O DHA é considerado uma vitamina cerebral, ele atua na formação, no crescimento e no próprio funcionamento do cérebro. Esse órgão começa a ser formado ainda no útero, quando se formam as células nervosas – neurônios que são protegidas por uma capa de gordura, a bainha de mielina - que também ajuda na comunicação entre os neurônios (sinapses). E quanto mais sinapses, mais rápido o nosso pensamento!

A mielina é composta por uma combinação de uma proteína (esfigomielina) e gordura, no caso, o DHA. Por volta da décima semana de gestação, são produzidas cerca de 250 mil neurônios por minuto, e o DHA, como um protetor das células nervosas, torna-se essencial nesta fase, sendo então um nutriente essencial durante a gravidez. Uma pesquisa da Universidade de Kansas mostrou que bebês de mães que consumiram DHA durante a gravidez tinham menos chances de nascer prematuros ou com baixo peso, fatores que podem comprometer seu desenvolvimento. Os resultados são referentes aos primeiros cinco anos de análises de um grande estudo que pretende comprovar a eficácia do DHA no que diz respeito ao desenvolvimento da inteligência das crianças.

O leite materno é uma boa fonte do componente, mas só se a mãe tiver uma ingestão adequada do nutriente. Para se ter uma ideia, 100g de salmão silvestre tem cerca de 1,4g do nutriente, mas como os que são vendidos no Brasil são criados em cativeiro (e muitas vezes utilizando corantes para manter a coloração original do peixe), o ideal é que o peixe seja consumido de 2 a 3 vezes mais 2 gemas por semana, até porque ainda não se sabe quanto do nutriente é absorvido pelo corpo, ou ainda fazer uso do DHA mediante suplementação orientada por profissional capacitado.

Um outro estudo analisou grávidas que foram suplementadas com com 300mg de DHA durante cinco dias por semana nas últimas 16 semanas de gravidez, verificou que após o parto que as mulheres usaram a suplementação foram menos propensas a manifestar sintomas relacionados a depressão pós parto do que as que não usaram o suplemento. Contudo deve se ter cuidado com a sua ingestão sem indicação por um profissional habilitado, já que dependendo da sua procedência, há a possibilidade de intoxicação com mercúrio e este contaminar mãe e filho. O metil-mercúrio acumula-se no organismo e, é eliminado pelo próprio, porém pode demorar muito tempo para começar a ter seus níveis reduzidos significativamente. Seu acúmulo pode provocar efeitos deletérios ao sistema nervoso causando irritabilidade, problemas de concentração e memória recente; deixar um gosto metálico na boca e ocasionar inflamações em alguns pontos do trato gastrointestinal; dores articulares, etc. Seu nutricionista saberá indicar a dosagem necessária para você assim como as melhores marcas.

Texto elaborado por: Ana Paula Martins

Especialista em Nutrição Clínica e Esportiva Funcional e em Fitoterapia. Com mais de 14 anos de experiência em nutrição e atendimento clínico. Membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Funcional.

 As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.

Referências Bibliográficas:

Seafood consumption, the DHA content of mothers’ milk and prevalence rates of postpartum depression: a cross-national, ecological analysis. Hibbeln JR. Docosahexaenoic acid supplementation early in pregnancy may prevent deep placentation disorders. Carvajal JA. The Relationship of Docosahexaenoic Acid (DHA) with Learning and Behavior in Healthy Children: A Review Connye N. Kuratko,1,* Erin Cernkovich Barrett,1 Edward B. Nelson,1 and Salem Norman, Jr.1 Omega-3 Fatty Acid Deficiency in Infants before Birth Identified Using a Randomized Trial of Maternal DHA Supplementation in Pregnancy Kelly A. Mulder, D. Janette King, Sheila M. Innis

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