Se
você come e logo em seguida já está faminto, pode ser um sinal de que precisa
investir em nutrientes que promovem a saciedade. Engana-se quem pensa que basta
encher o prato para ficar mais satisfeito. A ideia é justamente apostar em
qualidade e não, necessariamente, quantidade.
É importante salientar que não é apenas
um grupo isolado que promove a saciedade, mas sim a combinação de dois ou mais
grupos de alimentos, das fibras às proteínas e gorduras, até o carboidrato
Veja,
a seguir, quais são as classes alimentares que melhor "forram o
estômago" e como incluí-las nas refeições.
Fibras
Elas
são divididas em solúveis e insolúveis, ambas com efeitos positivos na
satisfação ao comer, mas por vias diferentes. O primeiro grupo se dilui na água
e forma uma espécie de gel que aumenta o bolo alimentar --massa formada pela
comida que está sendo digerida no estômago-- e, consequentemente, promove a
saciedade.
Já
as insolúveis passam direto pelo estômago e, no intestino, diminuem a
velocidade do trânsito do lugar. Assim, a liberação de nutrientes e
especialmente a glicose, que é o que dará energia para as células, ocorre aos
poucos na corrente sanguínea. O atraso faz com que a fome demore mais para voltar.
As
sementes, como a linhaça e a chia esbanjam fibras, que estão presentes ainda
nos grãos como feijão e lentilha, hortaliças, pães e cereais integrais, além de
frutas como a goiaba e manga. Se for apostar na fruta, prefira comê-las com
casca, que possuem celulose --fibra que reduz o índice glicêmico do alimento e
também demora mais para ser digerida.
Aliás,
melhor consumir este nutriente sempre o mais próximo do natural possível. É
que, ao amassar o legume ou bater a fruta no liquidificador, perdemos boa parte
dessas fibras.
Proteínas: dão mais saciedade
Assim
como as fibras, elas demoram mais para serem processadas completamente pelo
sistema digestivo. Por isso, não podem faltar no cardápio. Entram aí as carnes
e seus derivados, como os lácteos, e alguns grãos, como o de bico e a soja.
Alguns snacks ricos em proteína, como edamame e ovos de codorna, ajudam quando
bate a fome também.
Uma
alternativa saudável desse grupo que vai bem no lanchinho é o iogurte natural
desnatado, que pode ser combinado, por exemplo, com aveia, que é repleta de
fibras, e frutas. Eis um baita combo para derrotar a fome. Outra opção sugerida
pelos especialistas para os intervalos entre as refeições são as bebidas
proteicas à venda nos supermercados.
Gorduras boas: elas até podem ajudar a emagrecer
Gorduras
poli e monoinsaturadas, consideradas benéficas para a saúde, retardam o tempo
de esvaziamento gástrico, ou seja, o estômago fica mais tempo cheio e, assim, a
sensação de satisfação é prolongada.
Entram
nesse time de lipídios as oleaginosas, como castanhas e amendoim, e também o
azeite e outros óleos vegetais. Inclusive, fica a dica: pessoas que fazem
dietas muito restritivas costumam retirar drasticamente todas as gorduras da
dieta, o que pode fazer com que a fome apareça mais rápido.
Já
o consumo regular de ômega-3, presente no peixe e na linhaça, para citar dois
exemplos, está ligado ao equilíbrio nos níveis de leptina, hormônio que é um
dos reguladores do apetite.
Doces e a saciedade temporária
Às
vezes, vem aquela baita fome de tarde que parece que só será resolvida com um
bom doce. Pois bem, um milk shake ou outra guloseima até matará temporariamente
a vontade, mas, como esses alimentos liberam uma alta dose de glicose de uma
vez na corrente sanguínea e são absorvidos rapidamente, logo a fome volta.
O
mesmo ocorre com os pães e demais massas brancas, se eles não forem
acompanhados de proteína, gordura boa e fontes de fibra. Mas com as doçuras há
ainda um outro fator agravante --o açúcar é literalmente viciante e pode deixar
o cérebro ansiando pela próxima dose.
Outras coisas, como mastigação, importam
Incluir
alguns nutrientes no cardápio e evitar outros é essencial para preencher
direito a barriga, mas mais importante ainda é desenvolver uma relação saudável
com a comida. É que o modo que comemos influencia e muito nesse processo.
Por
exemplo, quando engolimos a refeição rápido demais, a cabeça não percebe
adequadamente o aviso de saciedade enviado pelo intestino. Estima-se que o
cérebro só comece a receber os primeiros sinais da satisfação depois de 20
minutos do início da ingestão.
Assim,
a mastigação é uma etapa de extrema importância, pois o corpo vai enviando
esses sinais aos poucos, conforme o alimento vai sendo quebrado. A mastigação é
estimulada e prolongada, com alimentos mais sólidos. Neste sentido as fibras
são uma ótima escolha – de preferência de alimentos crus como as saladas e
frutas --assim como as proteínas e as oleaginosas.
Ah,
e também não adianta se distrair com o celular e a TV como justificativa para
comer mais lentamente: a falta de concentração atrapalha a comunicação entre
sistema digestivo e cabeça. Daí a tendência é sentir fome mais rápido do mesmo
jeito.
Um
dos meios de garantir atenção plena ao comer é criar um ritual que exija tempo
na mesa. Vale começar com a salada, que já exige boas mastigadas, descansar os
talheres entre uma garfada e outra e estabelecer uma rotina prazerosa e
consciente para este momento sagrado.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Ávila,
A; Mandebaulm, E; Antonaccio, C; Bessa, J; Henrique, D; Haddad, M. O que fazer
para sentir menos fome? Hospital Sírio-Libanês. Disponível em: www.hospitalsiriolibanes.org.br
Acessado em: 21/11/2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário