Testosterona é um hormônio esteroide (formado a
partir do colesterol) importantíssimo na mulher, com valores de 20 a 30 vezes
menor do que os homens. O declínio deste hormônio (que já é mais baixo nas
mulheres) pode gerar um estado de deficiência que se manifesta insidiosamente
por diminuição da função sexual, do bem estar, da energia, leva ao catabolismo
(perda de massa magra), ganho de gordura e perda de massa óssea. É de
fundamental importância a investigação hormonal nessas mulheres com falta de
desejo sexual, lembrando que a testosterona está relacionada ao libido (mas não
significa que se a testosterona estiver alta a libido estará melhor, é
necessário que haja uma excitação, um contexto, por exemplo).
Além disso, todos os medicamentos em uso devem ser
analisados assim como a alimentação e hábitos de vida. Em mulheres jovens,
usuárias de anticoncepcionais hormonais, podem ser encontrados níveis
baixíssimos deste hormônio o que pode acarretar diminuição importante da
libido, além de cansaço extremo e dificuldade para emagrecer, “secar” ou ganhar
massa magra. Os anticoncepcionais administrados por via oral diminuem a
quantidade de testosterona livre já que estimula a produção pelo fígado de uma
proteína chamada de Sexual Hormone Binding Globulin (SHBG) ou Globulina
Ligadora de Hormônio Sexual. Esta proteína se liga de forma muito intensa à
testosterona total diminuindo sua forma livre que é a forma ativa do hormônio.
Esta situação ocorre tanto nas usuárias de pílula anticoncepcional, como nas
mulheres que fazem reposição hormonal na menopausa, com hormônios tomados via
oral. Atualmente, orientamos as pacientes usuárias de anticoncepcionais orais
se possível a dosar pelo menos semestralmente a testosterona total e livre, o
SHBG, testosterona biodisponível e o estradiol, se houver necessidade faremos
dosagens das transaminases e outros marcadores bioquímicos necessários para uma
análise geral do funcionamento orgânico.
E caso os exames revelem alteração, segundo análise
de seu médico, temos algumas opções para as pacientes/clientes:
● Suspender o uso do contraceptivo e
utilizar outro método anticonceptivo;
● Uso
de Fitoterápicos específicos que podem ajudar a aumentar a testosterona e/ou
diminuir/controlar o SHBG, como a crisina e o saw palmeto. E a dieta também
muda, com enfoque mais em controle do índice de aromatase, uma enzima que
participa de todo esse processo. Por isso, o papel do Nutricionista em todo o
processo se faz importante;
● Reposição
hormonal se houver necessidade. Hoje se tornou mais comum usar derivados
bioidênticos (substâncias hormonais que possuem exatamente a mesma estrutura
química e molecular encontrada nos hormônios produzidos no corpo humano), todos
sempre com acompanhamento de um médico (e de preferência, que seja especialista
em hormônios) e realizando exames seriados para controle de toda evolução.
Portanto, pode haver sim uma ligação sim entre o
uso de contraceptivos orais e ganho de massa magra e perda de gordura, mesmo
treinando e fazendo dieta sob orientação de um Nutricionista Esportivo.
Consulte sempre seu médico e avalie deu metabolismo para possíveis ajustes na
medicação em uso e obtenha sempre os melhores resultados desejados!
Texto elaborado por: Dr.
Ronaldo Arkader
Endocrinologista e Médico do Esporte
Mestre e Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Membro da Sociedade Brasileira do Esporte e Exercício (SBEE)
Membro da Endocrine Society
Membro da Academia Americana de Fisiologia
Mestre e Doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Membro da Sociedade Brasileira do Esporte e Exercício (SBEE)
Membro da Endocrine Society
Membro da Academia Americana de Fisiologia
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referências Bibliográficas:
Associations among Oral
Estrogen Use, Free Testosterone Concentration, and Lean Body Mass among
Postmenopausal Women . JCEM 2000
The effect of combined oral
contraception on testosterone levels in healthy women: a systematic review and
meta-analysis. Zimmerman Y, Eijkemans MJ, Coelingh Bennink HJ, Blankenstein MA,
Fauser BC. Hum Reprod Update. 2014
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