Estudos comprovam que a população asiática possui
menores taxas de doenças coronarianas quando comparada com a população
ocidental, e o consumo da soja é visto como o principal fator para esta menor
incidência. A soja contém fitoestrógeno (composto natural da planta, parecido
com o hormônio estrógeno produzido no nosso corpo) sendo as isoflavonas
genisteína e a daidzeína as mais conhecidas.
Desde 1999 a Administração dos EUA de Alimentos e Medicamentos (FDA) aprovou o uso e a alegação de saúde de que o consumo diário de soja seria eficaz na redução do risco de doença arterial coronariana. A partir disso, a soja e seus subprodutos tiveram uma demanda aumentada no mercado.
Mas até que ponto a soja pode ser benéfica? Os fitoestrógenos podem ou não causar malefícios ao nosso organismo? Atualmente há uma polêmica em torno desse tema, por isso trazemos os resultados de um estudo que nos mostra os benefícios e os malefícios que os fitoestrógenos podem gerar no organismo.
Benefícios:
- Algumas isoflavonas, principalmente a genisteína, inibem importantes caminhos de crescimento e proliferação celular (diminui crescimento de células cancerígenas);
- Os fitoestrógenos são bons agentes antioxidantes e anti-inflamatórios;
- Diminui os sintomas da menopausa;
- Auxilia na prevenção da osteoporose;
- Tem ação com o LDL diminuindo riscos de doenças cardiovasculares.
Prejuízos:
- Os fitoestrógenos, principalmente as isoflavonas, estão sendo caracterizados como uma substância que "altera a estrutura ou função do sistema endócrino e causa efeitos adversos”, ou seja, são disruptores endócrinos. Alguns problemas que eles podem causar são:
- interrupção da lactação;
- primeira menstruação
precocemente;
- fertilidade comprometida;
- Alguns estudos estão preocupados com o alto consumo de fitoestrógenos, que podem aumentar o risco de carcinogênese e recorrência das mesmas;
Consumo de fitoestrógeno e alterações nos ciclos
hormonais
A ingestão de isoflavonas aumenta a duração do
ciclo menstrual e suprime os hormônios LH e FSH, responsáveis pela menstruação.
Isto indica que o uso de alimentos de soja deve ser abordado com cautela em
mulheres que pretendem engravidar ou que já apresentam irregularidades no ciclo
menstrual.
Isoflavonas na gestação
A isoflavona pode ser transmitida da mãe para o
feto através do sangue do cordão umbilical e do líquido amniótico, porém ainda
não se sabe os efeitos que isto pode gerar. Os estudos mostram que a
concentração de isoflavonas que é transmitida para o feto é menor do que a que
a quantidade que a fórmula a base de soja oferecem.
Fórmulas de soja são seguras?
Sobre as as fórmulas de soja o estudo considera
mínimo os efeitos adversos sobre o desenvolvimento infantil. O estudo aborda
principalmente que os níveis de rejeição as fórmulas de soja são mínimos na
Ásia, porém um dos argumentos que utilizam é que a população asiática consume
soja desde a infância, não gerando nenhum tipo de problema, pelo contrário traz
benefícios e prevenções de doenças. O que temos que levar em consideração é que
os asiáticos consomem soja e além disso, possuem uma alimentação rica em peixes
e frutos do mar, isenta de gorduras ruins entre outros alimentos, sendo assim
possuem uma resposta diferente aos fitoestrógenos.
Dicas Nutricionais
- As mulheres que estão amamentando, grávidas, ou na tentativa de engravidar devem consumir alimentos de soja com cuidado e estar cientes de que a fórmula de soja não deve ser recomenda como primeira opção para os seus filhos.
- Dada a evidência de que a adição de alimentos de soja para uma alimentação saudável já pode ter benefícios sobre a saúde óssea e cardiovascular, mulheres sem fatores de risco grave de câncer de mama ou história familiar de câncer de mama poderiam incorporar a soja em sua dieta, sem preocupações.
- Os indivíduos mais idosos, especialmente aqueles com níveis elevados de colesterol, podem ter benefícios na saúde óssea e cardiovascular juntamente com a diminuição dos risco de carcinogênese.
- Nenhum alimento deve ser consumido em excesso, e como agora muitos produtos possuem soja adicionada, moderação é a palavra certa, para maximizar os benefícios que o fitoestrógeno pode gerar a saúde e minimizar os riscos de prejuízos.
Texto
elaborado por: Patrícia
Bertolucci
Nutricionista
pela Universidade Federal de Goiás – UFG.
Assessoria
a Clubes e Empresas ligadas ao esporte ou com interesse em qualidade de vida.
Responsável
pela empresa Patrícia Bertolucci Consultoria em Nutrição.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Patisaul, HB; Jefferson. The
pros and cons of phytoestrogens. Front Neuroendocrinol. 2010 October ; 31(4):
400–419.
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