A Cronobiologia é a ciência que estuda a organização
temporal, sendo esta a capacidade de se orientar e se organizar no tempo para
melhor realização de suas atividades, e envolve os ritmos circadianos dos seres
vivos, também chamados de ritmos biológicos que variam em torno de 24 horas. Os
ritmos biológicos podem ser de três tipos:
- Ritmos circadianos, que compreende um período entre vinte e quatro horas, como por exemplo, o despertar e o adormecer, temperatura corporal e excreção de íons;
- Ritmos ultradianos, período inferior a vinte e quatro horas, como ritmo de respiração, batimentos cardíacos e secreção de hormônios;
- Ritmos infradianos, com período superior a vinte e oito horas, como a menstruação.
Nos dias de hoje, temos que ter grande
flexibilidade em lidar com nossas tarefas e atividades sociais, familiares,
econômicos na maior parte do tempo. Mas, será que essa adaptação ao cotidiano
(muitas vezes, totalmente estressantes) está nos fazendo bem? Se tentarmos
controlar nossa mente, aumentando ritmo de trabalho, de esforço, será que nosso
corpo acompanha? Ou será que temos limites? E no caso de invertermos o dia pela
noite? Como diversos trabalhadores, artistas, cantores? Como o nosso organismo
reage? Será que pode originar doenças?
O nosso relógio circadiano controla vários
processos biológicos como ciclos de sono, atividade cardiovascular, sistema
endócrino, a temperatura corporal, a atividade renal, fisiologia do trato
gastrointestinal e metabolismo hepático.
A luz é o sinal do tempo mais potente do Sistema
Nervoso, influenciando vários fatores fisiológicos, como sono, despertar,
processo de digestão, produção de hormônios, entre outras atividades.
A alimentação faz parte do relógio biológico, ou
seja, o nosso organismo é programado para ter horários de ingestão de
alimentos, os quais ativam sequencialmente, as secreções para a digestão,
absorção e excreção. Daí a importância em mantermos horários regulados
das refeições, tornando nosso organismo mais “inteligente”, sendo importante
para a manutenção de um desenvolvimento orgânico equilibrado e saudável.
Cronobiologia e doenças
Chronodisruption é o termo em inglês utilizado
para definir alterações relevantes na organização circadiana nos
aspectos fisiológicos, endócrinos, metabólicos e comportamentais, uma vez que
nosso relógio é sincronizado com o ciclo ambiental dia/noite pela influência da
luz.
Geralmente, as pessoas se sentem em um estado de
ansiedade, fraqueza e mau humor os quais afetam nossos comportamentos sociais e
de trabalho. Mas o rompimento de nosso ritmo biológico tem consequências
fisiológicas, além da sensação de desconforto e alteração de temperamento.
Vários estudos mostram associação do trabalho noturno e/ou distúrbios do sono
com a obesidade, aumento dos níveis de triglicérides e colesterol, obesidade
abdominal, diabetes e doenças cardiovasculares, alteração da glicose e
insulina, demonstrando a importância do sono na regulação metabólica.
Pessoas que trabalham em períodos noturnos, como
cantores, profissionais da aviação, médicos e demais funcionários da área da
saúde, guardas noturnos, etc, estão no grupo de alto risco em desenvolver.
Chronodisruption e suas consequências
A alimentação durante o período noturno
causa alterações de motilidade intestinal, diminui pH gástrico (causando
dificuldade de digestão, má absorção de nutrientes), diminui saciedade (levando
o indivíduo a comer mais) e existe uma maior resistência à ação da insulina
(que pode culminar no aumento da gordura abdominal), quando comparados com a
ingestão alimentar no período diurno.
Mas, se você se enquadra no grupo de pessoas que andam trocando o dia pela noite estudando, indo na balada, assistindo TV até tarde, também podem sofrer com as consequências dessa desordem, com o passar do tempo.
Por isso, saiba sobre o papel do Nutricionista em te ajudar com isso, e minimizar as consequências em prol de sua saúde.
Texto
elaborado pela nutricionista: Dra. Christiane Bergamasco
Formada
em Nutrição, há mais de 10 anos, com cursos de pós-graduação em Nutrição
Clínica , Funcional e Fisiologia do Exercício. Autora de publicações
científicas em livros e revistas, atuou em hospitais de primeira linha e também
como professora universitária e consultora em programas de TV e revistas.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por
atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
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Portugal.
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