Quando pensamos em farinha, logo imaginamos farinha de trigo, o que é
proibido para pessoas com doença celíaca ou sensibilidade não celíaca ao
glúten. De fato, farinhas feitas de trigo, cevada ou centeio contêm
glúten e não são indicadas para indivíduos com estas patologias.
Felizmente
essa suposição está errada. Nem toda farinha contém trigo/glúten. Na
verdade, existem muitas outras opções que podem ser consumidas com total
segurança, para quem precisa de uma alimentação sem glúten.
É
possível fazer ou comprar farinha de amêndoas, castanhas e até batatas,
além de vários outros diferentes tipos de grãos. Mas qual é a maneira
correta de usá-las em suas receitas?
Cada farinha tem um perfil
único. As farinhas alternativas podem diferir enormemente no peso,
absorção, amido, proteínas e fibras, o que faz uma enorme diferença na
preparação.
Uma xícara de farinha de aveia pesa cerca de 20
gramas a menos que uma xícara de farinha de amêndoas, portanto, trocar
uma pela outra seria um erro.
Substituir o glúten tem sido um
desafio, pois ele contribui com propriedades importantes para alimentos
como biscoitos, bolos, doces e pães. A ausência de glúten produz uma
massa elástica, o que resulta em uma textura desintegrada, cor
deficiente e baixo crescimento.
Porém Cozinhar com farinhas alternativas abre um novo leque de sabores, texturas e cores. Pronto para começar?
Primeiro, vamos aprender a misturar
Normalmente é melhor usar um mix de farinhas.
Uma
mistura fácil é: 2 partes de Mistura de Farinha Sem Glúten (arroz,
batata, tapioca, milho etc.), 1 parte de aveia ou farinha de aveia e 1
parte de farinha de amêndoas. Essa combinação ajuda a criar uma massa
leve, macia e com sabor agradável, especialmente panquecas e pães.
FARINHA DE AMÊNDOAS
Moída
a partir de nozes cruas, é rica em proteína, vitaminas, cálcio, fibra e
gorduras, tornando-a a mais nutritiva de todas. Ela produz cores
suaves, leves e seu alto teor proteico substitui facilmente as proteínas
deficientes no cozimento sem glúten.
A farinha de amêndoas tem
sabor de noz, portanto, pense nisso quando for preparar sua receita. Ela
combina bem com frutas cítricas e chocolate. Se a receita não exigir
especificamente amêndoa, faça uma mistura de 70% de farinha de amêndoas e
30% arroz, ou 40% amêndoas, 30% arroz e 30% aveia.
Cuidado para não servir a quem tem alergia a nozes
Dica: guarde a farinha de amêndoa na geladeira.
Importante:
pode ser feita a partir da polpa restante da fabricação do leite
caseiro de amêndoas. Ao substituir a farinha de amêndoa por polpa em uma
receita, talvez precise aumentar um pouco a quantidade de óleo ou
líquido, para adicionar novamente a umidade que é perdida no processo de
produção de leite.
FARINHA DE TRIGO SARRACENO
A textura da
farinha de trigo sarraceno é ótima. É rica em proteínas e minerais, além
do aminoácido lisina, importante no combate a herpes labial. Ela tem
sabor forte, portanto, pense nisso quando for usá-la.
É ótima para
biscoito de chocolate e crostas de tortas crocantes, especialmente torta
de abóbora. Combina bem com chocolate, café, nozes e frutas. Pode usar
em conjunto com outra farinha.
Dica: a farinha de arroz combina perfeitamente com a sarraceno. Use 50% de cada uma.
FARINHA DE MILHO
O
milho é um grão resistente que gosta de absorver a umidade, e seu sabor
é gostoso e complementa uma grande variedade de alimentos. É rica em
fibras, proteínas, ferro e fósforo.
O milho tem sabor marcante com
textura macia. Use em receitas que tenham sabores leves, como frutas,
baunilha e mel. E para obter textura ideal, não use mais de 50% de
farinha de milho. O ideal é usar 30% da farinha de milho em qualquer
receita para evitar o excesso de sabor. Eu recomendo misturar com
farinha de aveia e farinha de arroz. Ex. 30% de milho, 35% aveia e 35%
arroz.
Dica de uso:
● Fubá: bolos, sopas, mingau, broas, biscoitos, polenta, cremes, empanados e angu;
● Farinha de milho: bolos, broas, farofa, tutu, tacos mexicanos, pães e outros produtos de panificação;
● Flocos: virado, farofa, cuscuz e bolos.
FARINHA DE AVEIA
É
a mais próxima da farinha de trigo comum, com uma textura macia, fácil
de trabalhar e um sabor semelhante à farinha de trigo integral. Além
disso, é rico em fibras e contém proteína vegetal chamada globulina, que
imita o papel que o glúten desempenha na farinha comum, criando uma
massa leve e macia.
A farinha de aveia funciona bem em receitas que
exigem sabor suave e levemente adocicado. Evite adicionar muitos
ingredientes pesados e pegajosos como bananas. Adicione um agente de
fermentação, como fermento em pó, para que a preparação cresça e produza
uma textura crocante.
Dica: misture com farinha de milho e farinha
de arroz para substituir farinha de uso geral. Ex. 40% aveia, 30% arroz e
30% milho.
FARINHA DE COCO
A farinha de coco é muito densa,
feita com carne de coco seca. Normalmente não substitui bem em receitas
usando uma proporção de 1:1, e quase sempre se beneficia de ter um ovo
na mistura. É rico em fibras e mais absorvente do que a maioria das
outras misturas. Funciona bem em receitas que usam ovos, como panquecas
de ovo e banana.
FARINHA DE ARROZ INTEGRAL
A farinha de
arroz integral é ótima para misturas em geral, mas não é indicada para
substituir farinhas tradicionais na proporção 1:1, mas funciona muito
bem quando misturada com outras farinhas sem glúten como aveia e
amêndoas.
FARINHA DE ARROZ BRANCO
A farinha de arroz branco é
mais clara que a integral, mas também não é indicada para substituir
farinhas tradicionais na proporção 1:1 nas receitas. O ideal é fazer uma
mistura com outras farinhas sem glúten.
Dica: pode ser usada como espessante.
Informações importantes:
●
Adicione gomas. O efeito pegajoso criado pelo glúten pode ser simulado
até certo ponto, adicionando goma guar ou goma xantana. Adicionar às
receitas em pequenas quantidades, 1/4 de colher de chá por xícara de
farinha. Fique atento, pois em muitas misturas comerciais de farinha sem
glúten, as gomas já estão incluídas.
● Adicione proteína. O glúten é
uma proteína, e na sua ausência, pode ser útil acrescentar alguma
proteína às receitas. Ex. Substitua meia xícara de água da receita por 1
clara de ovo.
● Lembre-se da contaminação cruzada. Nunca prepare
alimentos sem glúten na mesma superfície usada para preparar alimentos
convencionais, a menos que tenha sido completamente limpo. Porém, uma
tábua de madeira nunca estará higienizada o suficiente para torná-la sem
glúten. É muito mais seguro ter utensílios separados para a preparação
de alimentos sem glúten.
● Guarde a farinha sem glúten na geladeira
ou no freezer. Isso é particularmente importante nas compras a granel.
Para mantê-las frescas, guarde-as no freezer, porém deixe-as atingir a
temperatura ambiente antes de usá-las.
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência Bibliográfica:
Stavro, A. Como usar farinhas sem glúten. Nutrição em Pauta. Disponível em: www.nutricaoempauta.com.br Acessado em: 09/03/2021.
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