No Brasil, cerca de sete milhões de
pessoas, acima de 18 anos, têm a doença. Um estudo recente da Sociedade
Brasileira de Diabetes, aponta que mais de 60% deles não sabem que têm a
doença. Disfunção metabólica crônica decorrente de uma deficiência
de insulina - hormônio produzido pelo pâncreas - que pode ser causada
por fatores genéticos ou em decorrência de maus hábitos de vida como
sedentarismo e uma dieta desequilibrada, recheada, principalmente de açúcar.
O problema pode trazer perda ou
aumento de peso, é fator de risco para problemas cardiovasculares e, nos casos
mais graves, provocar falência de órgãos (rins, olhos) e até a morte. Apesar
dos perigos, é completamente controlável.
1.
Diabetes é contagioso
Mito: o
diabetes não passa de pessoa para pessoa. É preciso acabar com essa
discriminação de que o diabético não pode ter emprego, amigos e vida social. O
que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se
ter a doença e não uma transmissão comum. Temos exemplos de mães diabéticas que
tem filhos totalmente saudáveis.
2.
Canela ajuda a controlar o
diabetes
Mito: não
tem nenhum estudo científico que comprove isso. Existem alguns estudos em
relação à canela, porém são estudos preliminares, que merecem mais
esclarecimentos para provar esse efeito satisfatório. É melhor não seguir nada
que não seja comprovado, afinal, trata-se de um problema crônico e qualquer
descuido pode piorar a situação.
3.
Diabético pode consumir
mel, açúcar mascavo e caldo de cana sem problemas.
Mito: apesar de
naturais, estes alimentos tem açúcar do tipo sacarose, maior vilã dos
diabéticos. Hoje, os padrões internacionais já liberam que 10% dos carboidratos
ingeridos podem ser sacarose, mas sem o controle e a compensação, os
níveis de glicose podem subir e desencadear uma crise. O diabético até pode
consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com
equilíbrio na dieta.
4.
Alguns alimentos ajudam a
controlar os níveis de glicose no sangue auxiliando o tratamento do
diabetes
Verdade: Sim. Isso
por conta do Índice Glicêmico (IG) dos alimentos. Quando um alimento tem o
índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose pelo sangue e,
portanto estabiliza a doença. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é
rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue. Alimentos
integrais, iogurtes sem açúcar, maçã, pera, feijão, lentilha e manga, podem ser
considerados indutores deste controle, por isso ajudam a amenizar os sintomas
da doença, já os de alto índice, como batata e demais carboidratos, aumentam o
problema.
5.
A aplicação de insulina
causa dependência química
Mito: a aplicação de insulina não promove qualquer tipo
de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada
de glicose na célula, tornando-se fonte de energia. No caso dos pacientes com
diabetes tipo 1, não tem jeito eles são insulino-dependentes, e não porque ela
cause esta dependência, mas pelo fato de sua deficiência ser crônica desde o
nascimento. Não se trata de dependência química e sim de necessidade vital.
Você precisa da insulina para sobreviver, mas não é um viciado na substância.
6.
Deve-se substituir o açúcar
dos alimentos por adoçante
Verdade: os
adoçantes foram feitos exatamente para os diabéticos ou para quem está de
dieta, porém, para pessoas que não têm nenhuma disfunção, existe um limite para
seu uso. O valor diário recomendado de aspartame, por exemplo, é 40mg por kg,
já no ciclamato, este número é bem menor, 11mg.
7.
Dá para evitar a insulina
se você não ingere carboidratos
Mito: neste caso, depende. O carboidrato eleva a glicemia
com mais rapidez, por isso sua ingestão deve ser controlada. No diabetes Tipo
1, é necessária a aplicação de insulina diariamente, já que o pâncreas não
produz este hormônio. Portanto, mesmo que não coma carboidratos, precisará
aplicar insulina. No caso do diabetes Tipo 2, a ingestão da insulina vai
depender do nível de glicemia. Se estiver controlado, pode-se parar o uso,
porém, só um médico poderá fazer esta avaliação.
8.
Não é permitido ingerir
bebidas alcoólicas
Verdade: o consumo
é permitido, mas com alguns cuidados: de forma moderada e sempre junto a uma
refeição, pois o consumo isolado pode levar a hipoglicemia (baixa nas taxas de
glicose sanguínea) ou dificultar a recuperação de uma crise hipoglicêmica, já
que o uso de insulina e de outros medicamentos para controlar o diabetes é
feito para baixar a glicemia, e o álcool tende a diminuir ainda mais estas
taxas, o que pode levar a um quadro crônico.
Também é importante fazer o
monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Apenas
as bebidas destiladas são permitidas (e com muita moderação), pois, não são
feitas à base de carboidratos e o álcool tem baixo índice glicêmico. Já sobre
as fermentadas, à base de glicose, recomenda-se controle porque elas têm alto
índice glicêmico e podem trazer problemas. Ao contrário do que se imagina, as
bebidas sem álcool são piores, pois, têm o carboidrato e não têm o álcool que
ajuda a baixar a glicemia.
9.
Bebida alcoólica pode
porque o remédio para diabetes tem álcool e não faz mal
Mito: A taxa de álcool presente nos remédios é mínima e,
por isso, não dá para fazer esta comparação. Bebidas alcoólicas são permitidas
com restrições.
10.
Quem tem diabetes deve
fazer somente exercícios leves
Verdade: diabéticos
devem ser estimulados a fazer atividades físicas, respeitando contraindicações,
se houver. De uma forma geral, os exercícios melhoram os níveis glicêmicos,
porém, quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o
treino, pode haver um quadro de hipoglicemia, por isso, deve-se fazer um monitoramento.
11.
Estresse ajuda a
descontrolar o diabetes
Verdade: quando
uma pessoa fica nervosa, a sua taxa de glicose sanguínea sobe. Isso não acontece
só com diabéticos.
12.
Diabéticos podem usar sauna
e fazer escalda pés
Mito: Por ser uma disfunção metabólica o diabetes altera
a circulação e compromete os vasos sanguíneos, dificultando o processo de
cicatrização e pode causar problemas em diversas outras funções como problemas
renais e o comprometimento da visão. Em função desta alteração circulatória, os
riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar
ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizadas única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referência Bibliográfica:
7 Mitos e 5 Verdades
sobre o Diabetes. Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: www.diabetes.org.br Acessado em: 28/03/2016.
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