O
excesso de açúcar engorda, causa diabetes e altera o colesterol, porém muitas
pessoas estão acostumadas ao doce sabor e não querem abrir mão de alimentos
açucarados. Aí surgiram os adoçantes, produtos químicos artificiais que imitam
o sabor do açúcar. Os adoçantes estimulam os receptores de sabor doce na
língua, do mesmo jeito que o açúcar, só que sem as suas calorias. Este é o melhor dos mundos para uma
humanidade que luta contra a obesidade crescente. Mas será mesmo?
Adoçante é saudável?
Adoçante
artificial parece ser um bom produto para quem quer emagrecer e para quem têm
restrição ao consumo de açúcar, como diabéticos. No entanto, adoçantes
apresentam efeitos negativos para a saúde e bem-estar, e podem ser mais danosos
do que o consumo moderado de açúcar natural.
Os adoçantes artificiais têm
sido relacionados com doenças graves em estudos feitos em laboratório, e em
testes realizados com animais e humanos. Os estudos são conflitantes, as
opiniões de especialistas divergem, porém a quantidade de efeitos adversos
reportados deve acender uma luz de alerta.
Diet, light e zero
A
oferta de produtos diet, light e zero é imensa: refrigerantes, sucos,
refrescos, águas com sabor, mate, chá gelado, iogurtes, bebidas lácteas, leites
de soja, barras de cereais e de proteínas, gelatinas, pudins, mousses, bolos,
balas, chicletes, chocolates, em medicamentos, em suplementos como whey
protein, colágeno, pré e pós-treino. Para adoçar o cafezinho e outras bebidas
os adoçantes vêm em gotas e sachês. Também podem vir em embalagens maiores para
uso culinário e até existe o “açúcar magro”, uma mistura de açúcar e adoçante.
Adoçante engorda?
As
pesquisas mostram que o uso excessivo de adoçantes aumenta o desejo por doces e
carboidratos. Quando se consome o alimento ou bebida com adoçante, o corpo
registra o sabor ultradoce na boca e entende que irá entrar energia (açúcar),
porém esta energia não chega às células. Isto desencadeia uma necessidade por
carboidratos comandada pelo cérebro. Assim, por mecanismos bioquímicos, surge a
vontade de comer massas, pães e doces porque as células, estimuladas pelo sabor
doce nas papilas gustativas, demandam a energia que vem destes alimentos. De
modo geral, as pessoas que consomem tudo light ou zero têm uma grande
dificuldade de perder peso, até porque existe a tendência a exagerar na dose,
ou seja, se o refrigerante é zero pode tomar o litro todo, repetir a sobremesa,
e assim por diante – afinal é diet.
Ânsia por açúcar
Um
estudo publicado no Journal of Biology and Medicine 2010, investiga a
neurobiologia da ânsia pelo açúcar e resume a evidência sobre o efeito de
adoçantes artificiais no organismo: eles não ativam as vias de recompensa do
alimento da mesma forma como adoçantes naturais (açúcar, mel, frutas), precisamente porque são
muito doces, e assim incentivam a dependência e o desejo constante pelo açúcar.
Adoçante causa inflamação?
Outro
fator a ser considerado, é que o consumo exagerado de adoçantes sintéticos tem
uma ação pró-inflamatória no organismo. Adoçantes estimulam a adipogênese
(produção de gordura pelo corpo) e suprimem a lipólise (destruição de células
de gordura). A obesidade é uma doença
inflamatória e a ingestão excessiva de produtos industrializados, incluindo os
adoçantes artificiais, colabora para a alteração do metabolismo e possível
ganho de peso.
Sucralose causa diabetes?
A
sucralose está sob suspeita. Um estudo publicado no Diabetes Care 2013, mostrou que este adoçante altera a resposta
glicêmica e a resistência insulínica em seres humanos, dois fatores que levam
ao diabetes. De acordo com o estudo, o consumo diário de refrigerante diet foi
associado a um risco 67 % maior de se desenvolver o diabetes tipo 2. A
sucralose altera a flora bacteriana e a saúde gastrointestinal, e está ligada
ao aumento da ocorrência de doenças inflamatórias do cólon, como colite e
síndrome do intestino irritável. E também pode ser a responsável por surtos de
enxaqueca em pessoas sensíveis.
Aspartame na
berlinda
O
aspartame é o aditivo alimentar que mais causa alterações negativas (75% das
reações relatadas ao FDA americano). Dentre elas estão alergia, dor de cabeça,
enxaqueca, tontura, náusea, formigamento, espasmos musculares, ganho de peso,
manifestações cutâneas, depressão, fadiga, irritabilidade, taquicardia,
insônia, dificuldades respiratórias, ansiedade, perda do paladar e dor em
articulações.
Adoçante versus açúcar
Uma pesquisa publicada na revista Trends in
Endocrinology & Metabolism
2013, destaca o fato de que quem toma refrigerante diet sofre os mesmos
problemas de saúde daqueles que tomam refrigerante regular (com açúcar), tais
como ganho de peso excessivo, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e
derrame. Os pesquisadores especulam que o consumo frequente de adoçantes
artificiais pode trazer transtornos metabólicos sérios. A alteração da microflora intestinal é um dos muitos mecanismos pelos
quais os adoçantes artificiais causam obesidade e diabetes.
Adoçantes
naturais
Há adoçantes naturais no mercado, como stevia
(extraída das folhas da Stevia rebaudiana), taumatina (obtida a partir do fruto
Thaumatococcus daniellii) e poliois, um grupo de
carboidratos com baixa caloria, baixo índice glicêmico e pouco absorvidos pelo
processo digestivo (eritritol, sorbitol, xilitol, maltitol e outros). Estes
adoçantes podem ser usados com moderação, pelo menos por enquanto. Pode
ser que depois a ciência e os estudos mudem este conceito.
Doce real
E o açúcar de cana? Evite o refinado, melhor usar um
açúcar orgânico do que qualquer adoçante artificial. Prefira o demerara,
mascavo ou cristal, menos processados. O açúcar de coco tem menor carga
glicêmica e pode ser uma boa opção. Mel de boa qualidade contém enzimas e
antioxidantes diversos. O melaço de cana é fonte de cálcio, magnésio e ferro. O
mais importante é usar a menor quantidade possível, e se necessário. Aprenda a
perceber o sabor natural dos alimentos. Não adoce o seu suco, se ele for azedo acrescente
um pouco de uva-passa ou uma fatia de alguma fruta doce. Aprenda a tomar chá,
mate e café sem açúcar. Só dói (pouco) nos primeiros dias, depois você se
acostuma e vai até apreciar.
Texto elaborado por: Dra. Tamara Mazaracki.
Título
de Especialista em Nutrologia – Associação Brasileira de Nutrologia;
Membro
Titular da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia
Pós-graduação
em Medicina Ortomolecular, Nutrição Celular e Longevidade – FACIS-IBEHE –
Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo e Centro de Ensino Superior de
Homeopatia;
Pós-graduação
em Medicina Estética – Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino – IBRAPE.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário