O outono chegou! E com ele além de um clima mais
ameno, veio uma ótima oportunidade para tornar nossa alimentação muito mais
saudável. É nesta estação que frutas como tangerina, banana, goiaba, caqui,
melancia, abacate e maracujá podem ser encontradas fresquinhas e com um bom
preço nas bancas e nos supermercados, tornando-se boas pedidas para o dia a
dia.
Hoje iremos abordar um pouquinho
mais a respeito do caqui, uma fruta que foi introduzida no Brasil por
imigrantes japoneses no início do século XX. Atualmente as principais regiões
produtoras de caqui são o Sudeste e o Sul do nosso país, sendo o Estado de São
Paulo responsável por quase 60% da produção nacional e os principais pólos
produtores encontram-se nos municípios de Jundiaí, Campinas, Atibaia e Mogi das
Cruzes.
No nosso país, os frutos do
caquizeiro podem ser classificados em três grupos. O primeiro grupo, denominado
“sibugaki”, compreende os frutos que possuem polpa de coloração amarelada,
podendo ou não possuir sementes e que quando consumidos causam a sensação de
adstringência. O segundo grupo são os caquis conhecidos popularmente como doces
ou duros, pertencentes ao grupo “amagaki”, apresentando as mesmas
características do primeiro grupo, diferenciando-se apenas com o fato de não possuírem
efeito adstringente. O último grupo e talvez o mais conhecido seja o caqui
“chocolate”, que apresenta esse nome devido a coloração escura de sua polpa,
proveniente da presença da grande quantidade de sementes. Os caquis que possuem
uma ou mais sementes causam a sensação de adstringência quando consumidos, o
que não ocorre naqueles frutos onde não temos as sementes.
E você sabe a razão de algumas
cultivares do caqui serem adstringentes? Essa característica tão marcante
deve-se a presença de altos teores de compostos denominados taninos. Na boca,
estes compostos precipitam algumas proteínas (enzimas) presentes na saliva,
principalmente a amilase, e se unem aos receptores de sabor, causando assim a
sensação de secura no céu da boca.
Além da sua atraente aparência e do seu excelente
sabor, o caqui também possui elevada qualidade nutricional, constituindo-se
como uma boa fonte de fibras (2,60 g/100g), carboidratos (17,20 g/100g),
vitaminas e sais minerais. Quanto as suas calorias, esta fruta oferece aproximadamente
64 kcal por 100g de fruta.
A polpa do caqui é rica em pectina, uma fibra
solúvel, contento 26% da recomendação diária preconizada pela ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Estas fibras estão relacionadas com a
redução do colesterol, auxilio no controle do nível de açúcar no sangue,
prevenindo o diabetes, além de promover o bom funcionamento do intestino.
Independente da variedade consumida, o caqui possui
elevada quantidade de polpa e nela podemos encontrar compostos com importante
atividade antioxidante, como as vitaminas A e C (813 e 14 mg por 100 g de
fruto, respectivamente) e também compostos denominados polifenois, tornando
essa fruta uma grande aliada na prevenção de doenças relacionadas ao excesso de
substancias danosas (radicais livres) no nosso organismo, como diabetes,
câncer, aterosclerose, além do envelhecimento. Vários estudos tem demonstrado
que os polifenois presentes no caqui podem diminuir a vida das células
cancerígenas através da inibição de substâncias que promovem a proliferação
dessas células.
Além das vitaminas e dos polifenois,
o caqui também é uma ótima fonte de betacaroteno, outro componente importante
para manter nossa saúde em dia, devido a sua capacidade de se converter em
vitamina A. No nosso organismo essa vitamina apresenta diversas funções de
regulação da proliferação e diferenciação das nossas células, modulação do
nosso sistema de defesa e também na manutenção da função visual, sendo
necessária para a visão colorida e visão em baixos níveis de luz.
Apesar de todos esses benefícios,
não vá exagerar! O caqui é rico em açucares, dentre os quais os principais são
a frutose e a glicose, por isso a recomendação é o consumo de apenas uma
unidade por dia.
E se você já é um apreciador desta fruta, agora tem
mais motivos ainda para continuar incluindo ela na sua dieta. Já quem ainda não
a consome, vale a pena experimentar e desfrutar dos benefícios que esta fruta
da estação pode te trazer!
As informações contidas neste blog, não devem ser substituídas
por atendimento presencial aos profissionais da área de saúde, como médicos,
nutricionistas, psicólogos, educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e
exclusivamente, para seu conhecimento.
Referência
Bibliográfica:
Bachiega,
P. Caqui: adicione mais sabor e saúde ao seu outono. Grupo
de Estudos em Alimentos Funcionais – GEAF, ESALQ/USP. Disponível em: www.grupoalimentosfuncionais.blogspot.com.br
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