A preparação de um alimento de
qualidade vai depender de algumas variáveis como: ter uma boa receita,
ingredientes selecionados, técnicas dietéticas adequadas e habilidade na
cozinha. Além de tudo isso, não podemos esquecer outra variável importante: a panela.
Ela pode afetar a cor, o sabor do alimento e a saúde de quem está ingerindo o
alimento.
Mas será que existe a “panela
perfeita”?
Perfeita talvez não, mas mais adequada
para sua saúde sim! A maioria das panelas podem liberar substâncias tóxicas em
quantidades excessivas passando para o alimento, com exceção da panela de
vidro, esta é isenta de materiais tóxicos. Esta é a número 1 de escolha se você
quer cozinhar sem o risco de prejudicar sua saúde, em segundo lugar está a
panela de aço inox, o qual libera quantidades mínimas de ferro, níquel e cromo.
Confira as vantagens e desvantagens
dos variados tipos de panelas existentes no mercado:
Panela de ferro
Vantagens:
ótima condutora e retentora de calor. Indicada para pratos que demoram muito no
fogo. Estudo realizado pela Unicamp em 2003 comprova que o mineral liberado
durante o cozimento vai para o alimento e o deixa com uma maior quantidade de
ferro, auxiliando no combate a anemia. Porém, em quantidades excessivas e
diárias pode ser prejudicial, pois o acúmulo de ferro no organismo gera
espécies reativas de oxigênio responsáveis pelo envelhecimento precoce e
aumento do risco para doenças crônicas não transmissíveis.
Desvantagens: é pesada e pode enferrujar. Na limpeza, se muito
esfregada, solta uma ferrugem prejudicial à saúde.
Dica:
na hora da compra, escolha as de cabo de madeira que não esquentam. Lavar
sempre com sabão em barra ou pedra (glicerina, coco) e deixar secar
preferencialmente no fogo.
Panela de Alumínio
Vantagens:
é o tipo de panela mais barato. As com fundo grosso são boas para dourar
carnes sem soltar água.
Desvantagens: o metal pode interferir na cor e até no sabor da comida.
Não distribui nem mantém a temperatura.
O nível de alumínio transmitido para o
alimento varia de acordo com o tempo e o teor de água da cocção e também
depende do pH do alimento, sendo que alimentos mais ácidos, açucarados e
com muito sal são mais suscetíveis a aderir o alumínio.
Estudo realizado pela Universidade de
São Paulo (USP) mostrou que, após 3 horas de fervura, alimentos cozidos em
panelas de alumínio recebem cerca de 20mg desse material (6mg acima do
recomendado para consumo humano). Além disso, a USP recomenda evitar o uso da
esponja de aço para lavá-las e acrescentar o sal só após o cozimento como formas
de se diminuir essa contaminação, que está associada ao mal de Alzheimer. Em
contrapartida, a Organização Mundial de Saúde (OMS) atesta que o metal é seguro
e adequado para fins culinários.
Panela de Vidro
Vantagens: versáteis e sem contraindicação, não retém sujeira
e não eliminam substâncias. Permite ver o cozimento e aquece
rápido. Não passa resíduos para a comida, conservam melhor os nutrientes
dos alimentos e são mais higiênicas.
Desvantagens: O alimento gruda facilmente.
Quebra com facilidade.
Dica: Para que dure mais, envolva-a em um pano antes de
guardá-la.
Panela de Teflon
Vantagens: é antiaderente, o alimento não gruda na panela e por
isso usa-se menos óleo, o que reduz em até 30% a gordura dos alimentos.
Desvantagens: Pode queimar a comida, já que esquenta rápido.
Risca com muita facilidade.
Estudo publicado na revista
Chemosphere de 2015 demonstrou que o Teflon® é primariamente composto por
politetrafluoroetileno (PTFE) o qual, quando aquecido, libera uma substância
chamada ácido perfluoro-octanóico (PFOA). Essa substância parece ser liberada
após 1h em exposição ao calor a 230 graus Celsius ou mais, mas quando supera
260 graus a emissão desta substância multiplica após 30 min. Os alimentos são
contaminados em contato com a panela aquecida, mas o pior é que ele é tóxico e
acumula na corrente sanguínea e além de ser carcinogênico e hepatotóxico
(lesiona o fígado).
Segundo estudo publicado na revista Enveronmental Health Perspectives
(2013) esta substância é encontrada no sangue de cerca de 98% de
norte-americanos, pois a própria água potável já está contaminada, ela é
encontrada em outros produtos além de panelas antiaderentes, tais como sacos de
pipocas de micro-ondas, tapetes, espumas de combate a incêndio e tecidos a
prova d’água.
Panela de Inox
Vantagens:
é muito resistente e distribui igualmente o calor. Não altera sabor ou cor dos
alimentos.
Desvantagens: não é indicada para frituras, já que o óleo pode aquecer
demais. Por isso é importante ficar atendo para a comida não passar do ponto e
não queimar as mãos, pois as alças também esquentam. Mesmo tendo a migração de
níquel em baixa quantidade, há pesquisas que não recomendam o material para
pessoas sensíveis ao metal.
Dica:
seque-a imediatamente após lavar caso contrário ela pode manchar devido ao
cloro presente na água. Para evitar que risque, lave-a após o uso com esponja
macia e seque bem.
Panela de barro
Vantagens: mantém o calor por muito tempo, permite servir à mesa na
própria panela. É interessante o uso de panelas de barro para preparar
alimentos aquosos como molhos, ensopados, feijão e sopas.
Desvantagens: demora para esquentar e exigem muito cuidado na limpeza.
Deve-se evitar fazer preparações com baixo teor de água, pois as panelas tendem
a desidratar e ressecar o alimento.
Dica:
antes do uso doméstico, é aconselhável adicionar de 2 a 3 colheres de sopa de
óleo na panela e levar ao fogo. O óleo irá queimar e, quando começar a formar
uma fumaça escura, deve-se desligar o fogo. Este procedimento garante uma
melhor impermeabilização da panela e aumenta a durabilidade. Devem ser
guardadas secas e sem a tampa.
Panela Esmaltada (Ágata)
Vantagens:
leva uma camada de esmalte especial de vários minerais para resistir às altas
temperaturas e evitar a contaminação por germes e bactérias. Ela se aquece
rapidamente e mantém bem o calor. É usada para cozinhar pouca quantidade de
alimentos, molhos e sopas.
Desvantagens: são super delicadas. A camada de esmalte descasca facilmente
com pequenas batidas.
Dica:
na hora da limpeza não use materiais ásperos e produtos químicos fortes.
As informações contidas
neste blog, não devem ser substituídas por atendimento presencial aos
profissionais da área de saúde, como médicos, nutricionistas, psicólogos,
educadores físicos e etc. e sim, utilizada única e exclusivamente, para seu
conhecimento.
Referências
Bibliográficas:
Pujol, AP. Diferentes tipos
de panela: qual a melhor? Instituto Ana Paula Pujol. Disponível em: www.institutoanapaulapujol.com.br
Acessado em: 31/05/2016.
QUINTAES KD, FARFAN JA, TOMAZINI FM, MORGANO MA.
Migração de ferro, manganês e zinco em panelas de ferro fundido e laminado.
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implicações nutricionais. Rev. Nutr. [online]. 2000, vol.13, n.3, pp. 151-156.
Nicole W. PFOA and Cancer in a Highly Exposed
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SCHLUMMER, M. et al. Emission of
perfluoroalkyl carboxylic acids (PFCA) from heated surfaces made of
polytetrafluoroethylene (PTFE) applied in food contact materials and consumer
products. Chemosphere. 2015 Jun;129:46-53.
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